65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física
INVESTIGANDO O USO DOS RECURSOS DE MAPAS CONCEITUAIS COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO NO ENSINO DE FÍSICA.
Ewerton Moraes Luna - Graduando em Licenciatura em Física - Depto.de Física - URCA
Cláudio Rejane da Silva Dantas - Prof. Mestre./orientador - Depto.de Física - URCA
INTRODUÇÃO:
É um desafio para professores e estudantes do ensino médio promover um processo de ensino e aprendizagem dos conhecimentos de Física escolar que possam garantir a aquisição necessária de ciência para apoiar as tomadas de decisões referentes a Ciência e Tecnologia. É neste sentido que consideramos necessário a ruptura de um modelo de ensino desta disciplina que sempre esteve centrada em um processo de aprendizagem mecânica em que persiste em um processo de reprodução de conceitos sem atribuição de significados pelos estudantes. Consequentemente no espaço escolar alarga o desinteresse dos estudantes para o investimento em saberes da ciência, repercutindo em um processo deficiente de formação científica, essencial na sociedade tecnocrática atual. Apontamos desta forma que não está ocorrendo aprendizagem significativa. Para Masini e Moreira (2008) a aprendizagem significativa é aquela em que o significado do novo conhecimento é adquirido, atribuído, construído, por meio de interações com algum conhecimento prévio existente na estrutura cognitiva do aprendiz. Um instrumento facilitador da aprendizagem significativa são os mapas conceituais e que poderia ser utilizado para apoiar o processo de avaliação como um elemento a mais além da prova escrita.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Esta pesquisa teve como principal objetivo investigar a utilização de mapas conceituais como instrumentos para apoiar o processo de avaliação de estudantes do ensino médio referentes ao estudo da Mecânica em uma Escola Pública do Município do Crato/ CE.
MÉTODOS:
Realizamos uma intervenção didática em uma série do primeiro ano do ensino médio na Escola Estadual Wilson Gonçalves, tendo a participação de uma turma de 45 estudantes. Os conteúdos considerados da Mecânica foram: Movimento Retilíneo, Inércia, Princípio da Dinâmica e Leis de Newton. Utilizamos recursos das tecnologias, tais como, data show para apresentação das aulas e incentivar a discussão dos conteúdos. Elaboramos questões norteadoras para promover e incentivar a participação dos estudantes através da valorização de seus argumentos e buscando explorar as concepções prévias dos educandos, só em seguida apresentamos através da aula expositiva os conteúdos. Como instrumento de avaliação e tendo o interesse de investigarmos a atribuição e retenção dos significados pelos alunos, solicitamos que os mesmo desenvolvessem um mapa conceitual e posterior explicação dos mesmos. Utilizamos para análise dos dados os pressupostos da pesquisa qualitativa, tendo como recurso de captação de dados o uso de questões norteadoras e a entrevista.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Evidenciamos nesta investigação concepções científicas e de senso comum na estrutura cognitiva dos educandos acerca dos temas tratados. Por exemplo, percebemos que os estudantes possuíam dificuldades de compreensão de saberes da física no campo teórico, mas que tinham disposição para explicações que envolvesse situações práticas do dia-a-dia. Neste sentido citamos como caso particular o conceito de Inércia quando o estudante NSB revela:
“inércia é a dificuldade de modificar o movimento de uma determinada aceleração, exemplo, um caminhão vem em alta velocidade, então sente a necessidade de frear e desliza, nessa necessidade vem a dificuldade que podemos chamar ‘inércia’.”(NSB)
A produção de mapas conceituais pelos estudantes foi relevante, pois abrimos espaço para os argumentos dos mesmos, evidenciamos significados diferentes atribuídos sobre o conteúdo e buscam relações de subordinação e superordenação dos conceitos. Por exemplo, no mapa da aluna MFS foi notado que o conceito de inércia considera como o mais abrangente e os conceitos de força normal, equilíbrio mecânico e força resultante foram classificados como submissos ao conceito de inércia. Assim percebe-se que os estudantes criam sua própria classificação de conceitos.
CONCLUSÕES:
Destacamos que através desta reflexão investigativa o uso de mapas conceituais poderia auxiliar o processo na difícil tarefa de avaliação da disciplina de Física. Neste sentido sugerimos para verificar a aprendizagem e a organização conceitual a construção de mapa conceitual pelos educandos no sentido de percepção pelo professor do processo de aquisição e retenção do conteúdo planejado. Assentado na concepção de que cada aluno possui uma forma diferenciada de aprendizagem, assim rompendo com o modelo arraigado de que os resultados de rendimentos de aprendizagem sejam motivados pela homogeneidade da turma, mas respeitando a individualidade da busca e produção do saber de cada um. Assim como o incentivo a participação dos estudantes na aquisição, construção, reconstrução do saber científico valorizando a argumentação no momento de defesa dos mapas elaborados por cada estudante ou por grupos de pesquisa.
Palavras-chave: Aprendizagem significativa., Estrutura cognitiva, Mecânica.