65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES EXPERIMENTAIS NO ENSINO DE CIÊNCIAS NO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL II
Samarina Gonçalves Ferreira - Centro de Formação de Professores – UFRB
Alcione de Almeida Santos - Centro de Formação de Professores – UFRB
Yuji Nascimento Watanabe - Prof. MSc/Orientador – Centro de Formação de Professores – UFRB
Edson Melo dos Santos - Prof. Escola Municipal Dinorah Lemos da Silva
Nara Gabriela e Silva Alves - Profª. Escola Municipal Dinorah Lemos da Silva
INTRODUÇÃO:
A disciplina Ciências é vista por grande parte dos alunos como uma disciplina abstrata e desvinculada da realidade, sendo um dos principais motivos disso, a falta de atividades experimentais que relacionem os conceitos científicos com a realidade cotidiana do estudante. As aulas práticas oportunizam aos alunos trabalharem mais de perto com a Ciência, dando assim, embasamento ao estudo teórico realizado por eles, instigando-os a buscar relações com o seu cotidiano. Fatores como a falta de formação continuada dos professores da educação básica, que em muitos casos tratam dos temas relacionados à Ciência de forma puramente teórica, agregada a falta de estrutura das escolas, dificultam a realização das aulas práticas. Neste contexto, bolsistas do PIBID de Química do Centro de Formação de Professores da UFRB, buscaram desenvolver atividades experimentais numa escola da rede municipal da cidade de Amargosa-Ba. Os experimentos no ensino de Ciências funcionam como uma ferramenta pedagógica importante, por caracterizar-se como uma atividade dinâmica, o que torna a aula mais atrativa. A experimentação prioriza o contato dos alunos com os fenômenos químicos, possibilitando ao aluno a criação dos modelos que tenham sentido para ele, a partir de suas próprias observações (GIORDAN 1999).
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho foi analisar a concepção dos alunos do 9º ano após participarem de uma atividade experimental e verificar como as atividades experimentais podem contribuir para a melhoria da qualidade da aprendizagem.
MÉTODOS:
Após a professora regente da turma ter ministrado uma aula teórica sobre Misturas Homogêneas e Misturas Heterogêneas, foi realizada por uma bolsista do PIBID de Química, uma atividade experimental abordando os tipos de misturas e técnicas de separação das mesmas. Em seguida aplicou-se questionários estruturados, contendo 6 perguntas objetivas, a uma amostra de 21 educandos do 9º ano do ensino fundamental para verificar a concepção dos citados em relação aos conceitos trabalhados. As três primeiras perguntas foram: 1) Você gostou da aula prática sobre Misturas?; 2) Você considera que aprendeu melhor o conteúdo com a aula prática?; 3)Você gostaria que sempre fossem feitas aulas práticas na sua escola?. Nas três últimas perguntas buscou-se avaliar se os alunos aprenderam os conceitos de misturas homogêneas, misturas heterogêneas e suas técnicas de separação com questões de múltipla escolha: 4) Marque as alternativas com definição e exemplos que você julga estarem corretos (foram dadas 5 alternativas onde duas estavam corretas); 5) Você acha que são técnicas de separação de misturas (3 alternativas, apenas uma correta); 6) Em sua opinião, uma mistura de água, gelo, óleo e álcool possuem (4 alternativas informando a quantidade de componentes e o número de fases, com uma correta).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
De acordo com as respostas dos 21 alunos investigados às perguntas do questionário, 100% afirmaram ter gostado da aula prática, 20 (95,2%) consideraram ter aprendido melhor o conteúdo e 1 (4,8%) diz não ter aprendido melhor o conteúdo. Na 2ª questão, 20 (92,5%), gostariam que sempre fossem feitas aulas práticas na escola e 1 (4,8%) respondeu que não. Com estes dados, pôde-se observar que a maioria das respostas foram favoráveis a utilização de aulas práticas no ensino fundamental. Na 4ª questão, 17 alunos (81%) marcaram as duas alternativas corretas, 3 alunos (14,2%) acertaram pelo menos uma alternativa e 1(4,8%) aluno não marcou nenhuma alternativa correta. Referente à 5ª questão, 15 (71,5%) alunos responderam a alternativa correta e 6 (28,5%) erraram a resposta. Por fim, na 6ª questão, 15 alunos marcaram a alternativa correta e 6 (28,5%) assinalaram a resposta errada. Quando comparado à média das avaliações realizadas sobre este assunto em anos anteriores os dados mostram um aproveitamento superior no desenvolvimento dos conceitos e na aplicação deste na resolução de problemas, comprovando assim, a importância das aulas práticas no processo de ensino-aprendizagem, pois através delas, o aluno aprende a questionar a sua própria realidade, tornando-se agente do seu aprendizado.
CONCLUSÕES:
Pôde-se observar com essa pesquisa que, para os alunos de 9º ano do Ensino Fundamental II, as aulas práticas funcionam como uma ótima ferramenta para despertar o interesse dos alunos em aprender. Para o aluno, na maioria das vezes, o simples fato de estudar Ciência numa abordagem escolar tradicional não o ajuda a constituir o conjunto de competências e habilidades necessárias ao estabelecimento de uma compreensão do universo físico que lhe seja útil no dia a dia. Mesmo sendo importante para o seu aprendizado, somente trabalhar com aula expositiva, na qual o professor explica oralmente e utiliza o quadro, às vezes soa desanimadora. Propor uma atividade experimental gerou curiosidade e possibilitou uma melhor compreensão dos conceitos de misturas aos alunos, pois promovendo uma aproximação desse fenômeno com o seu cotidiano a partir da interação/visualização do fato científico. Constatou-se também que as aulas práticas não precisam necessariamente contemplar experimentos realizados em laboratório específico.
Palavras-chave: Ensino de ciências, atividades experimentais, desenvolvimento de conceitos científicos.