H. Artes, Letras e Lingüística - 3. Literatura - 2. Literatura Comparada |
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SÍMBOLOS DE AMOR E INTIMIDADE EM NÉLIDA PIÑON E CHICO BUARQUE |
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Danuza Kryshna da Costa Lima - Depto. de pós-graduação em Letras - Faculdade Frassinetti do Recife FAFIRE Renata Pimentel Teixeira - Profª Dra. / Orientadora – Depto. de Letras UFRPE
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INTRODUÇÃO: |
Tudo ao redor do homem está indiscutivelmente preso ao universo simbólico (CASTORIADIS, 2000) e a literatura como re-(a)presentação do mundo social confirma, através da desconstrução física de imagens, o caráter volátil desse universo (DURAND, 1988). O amor, símbolo norteador da pesquisa, mostra-se em suas várias faces, da mitológica (PLATÃO, 1995), à teleológica (SIMMEL, 1993), bifurcando-se em diversos símbolos dotados de um caráter íntimo. Graças à formação isotópica das imagens que os designam, se transfigurarão em símbolos de intimidade (DURAND, 2002). Dessa forma, como os espaços da casa e o ato de cozinhar se revestirão de uma significação imaterial, (BACHELAR, 2003) trazendo uma leitura diferenciada ao universo acadêmico, acerca da representatividade do amor frente aos questionamentos dos estudos do imaginário? |
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OBJETIVO DO TRABALHO: |
Mostrar através da análise comparativa entre o conto Ave de paraíso e a letra da canção Com açúcar e com afeto, como o amor, transposto em símbolo, pode originar de seu campo simbólico mais símbolos que o (re)signifiquem, transformando a relação amorosa em um apanhado intersubjetivo de identidade e submissão. |
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MÉTODOS: |
A pesquisa fomenta-se na análise do universo simbólico que através da leitura, estudo e reflexão do conto Ave de paraíso de Nélida Piñon e da letra da canção Com açúcar e com afeto de Chico Buarque se coadunam. A partir de uma pesquisa de cunho qualitativo, e no universo desta, optamos pela pesquisa bibliográfica, na qual diagnosticou-se a verossimilhança semiótica entre alguns símbolos encontrados no corpus em estudo, todos em consonância hierárquica com o símbolo norteador da pesquisa, o amor. |
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RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
Os símbolos introspectam as suas significações no ser humano à medida que são (re)significados por eles e pelas instituições que o comportam. Ou seja, quando, por alguma eventualidade, a consciência, através de sua via indireta de representação, recorre aos símbolos para dinamizar uma imagem do real. Na autonomização desses símbolos, as formas como eles se agrupam é de uma importância ímpar. Centrados sob o Regime Noturno da imagem, os símbolos em estudo – a começar pelo amor – advêm de uma atmosfera absolutamente feminina, na qual todos os símbolos estão dispostos, conforme esse símbolo maior. O Regime Noturno da imagem fundamenta-se numa espécie de reencontro de forças. No campo das Schèmes, o lar simboliza a eternidade dos gestos, a fiel descida e a imersão imaginária do inconsciente às terras imensuráveis (BACHELAR, 2003). Em Ave de paraíso e Com açúcar e com afeto, a casa é o recinto que guarda o amor. No espaço da casa repousam o austero e o divino da intimidade. Através da alimentação e de seu trajeto alimentar, o exterior adentra o terreno interior humano. O ato de cozinhar o alimento carrega em si a chama do amor ritualístico e aquele que doa dedica ao outro uma parte de si, cozinhada sob a forma singela de uma dedicatória (BARTHES, 1991). |
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CONCLUSÕES: |
A partir do amor como “pano de fundo” para o estudo literário, percebeu-se a importância da difusão do estudo da literatura para uma maior compreensão das relações simbólicas, embebidas no imaginário individual e coletivo humano (CASTORIADIS, 2000). A casa e o alimento, entendidos como símbolos da intimidade (DURAND, 2003) crivam o tempo e o espaço delimitando e levando, assim, a consciência à descida (DURAND, 2003) ao interior do ser para o abismo do eterno retorno. Cada um deles, a casa e o alimento, coexistem uns com os outros, a tornar o viver do ser de amor a transmutação viva de um ritual eterno regidos a partir do Regime Noturno da imagem. |
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Palavras-chave: Símbolos de intimidade, Ave de paraíso, Com açúcar e com afeto. |