65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
AVALIAÇÃO DA COMPATIBILIDADE INTRAESPECÍFICA DE GENÓTIPOS DE MARACUJAZEIROS
Mariana Teixeira Rebouças - Graduanda em Biotecnologia - UFBA/BA
Flávio Flôres Britto - Mestre em Fitotecnica - UESB/BA
Alessandra Lima da Silva - Graduanda em Biologia - UFBA/BA
Jordânia dos Santos Sousa - Graduanda em Biologia - UFBA/BA
Joelma de Oliveira Cruz - Graduanda em Biotecnologia - UFBA/BA
Claudio Lúcio Fernandes Amaral - Prof.Dr./ Orientador – Depto. de Ciências Biológicas-UESB/BA
INTRODUÇÃO:
A maioria das espécies de maracujá, mesmo apresentando flores completas, é incapaz de realizar autopolinização. Esse mecanismo é importante para manter altos níveis de heterozigose, uma vez que induz alogamia e, consequentemente contribui para o aumento da variabilidade genética (LOSS e outros, 2006). Os estudos referentes à biologia da reprodução das plantas são importantes, pois contribuem para sua conservação e manejo sustentado (LENZI e outros, 2005), e interferem diretamente na escolha do método a ser utilizado nos programas de melhoramento genético (ALLARD, 1960). A determinação das estratégias a serem adotadas em um programa de melhoramento genético de plantas é fortemente influenciada pela biologia reprodutiva da espécie, especialmente quando se utilizam técnicas de polinização artificial para hibridação de espécies. Desta maneira, a possibilidade de cruzamento entre progenitores selecionados requer também o conhecimento, nos indivíduos a serem cruzados, do período em que o estigma encontra-se receptivo ao grão de pólen (STIEHL-ALVES; MARTINS, 2008). Essas informações são importantes, pois favorecem o planejamento e a execução das estratégias a serem adotadas em cruzamento, reduzindo assim mão de obra e tempo despendidos (COSTA e outros, 2008).
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho foi estudar a compatibilidade intraespecífica de três genótipos de Passiflora cincinnata e três genótipos de P. quadrangularis.
MÉTODOS:
Foram realizados: polinização aberta, polinização cruzada controlada e autopolinização controlada. Para todos os casos (polinização aberta e controlada), sete flores foram utilizadas, sendo um total de 21 para cada genótipo, e depois de polinizadas foram identificadas e cinco dias após a polinização foi verificada a taxa de pegamento. O nº de frutos originários das polinizações foi registrado. Os dados obtidos foram utilizados nas estimativas das taxas de autopolinização e auto-incompatibilidade. Os dados referentes ao percentual de frutos vingados em relação ao nº de flores polinizadas por tipo de polinização foram submetidos à análise de variância e teste de médias (Tukey, p < 0,05). As análises foram realizadas no programa SISVAR (FERREIRA, 2008). Foi utilizado o índice ISI (“Index to measure Self-Incompatibility”), de acordo com Dafni (1992): ISI = Nº de frutos provenientes de autopolinização ÷ Nº de frutos de polinização cruzada (ambas controladas). A taxa de pegamento após autopolinização artificial foi utilizada para definir as classes de autoincompatibilidade: a) auto-incompatível = 0-3%, classe 0; b) levemente auto-incompatível = 3-30%, classe 1; c) altamente auto-incompatível = >30%, classe 2.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
De maneira geral, a polinização cruzada controlada apresentou o maior número de frutos obtidos, seguida da polinização aberta e por último a autopolinização, que não apresentou pegamento. Pela análise de variância, a taxa de pegamento foi influenciada pelo genótipo, pelo tipo de polinização, contudo não houve interação genótipo x polinização. A média percentual de pegamento dos frutos variou de 23,33 a 66,67 ambos nos genótipos P. cincinnata, respectivamente com polinização aberta e cruzada controlada. No teste para autopolinização nenhuma das flores utilizadas produziu fruto, essas flores secaram e caíram sem apresentar qualquer sinal de frutificação. Esse fenômeno ocorreu tanto para os genótipos de P. cincinnata quanto para os de P. quadrangularis. O índice de autoincompatibilidade (ISI) encontrado para os genótipos de P. cincinnata e P. quadrangularis foi zero, indicando-as como autoincompatíveis, classe 0 (0-3% de taxa de pegamento de autopolinização), segundo (DAFNI, 1992). A inexistência da autopolinização confirma a autoincompatibilidade e a alogamia dos genótipos, o que pode ser favorável à hibridação interespecífica. O sucesso na produção de frutos e sementes, dependeu também da presença de polinizadores na área, uma vez que as espécies são autoincompatíveis.
CONCLUSÕES:
As plantas analisadas das espécies P. cincinnata e P. quadrangularis são autoincompatíveis.
Palavras-chave: reprodução, alogamia, polinização.