65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
ANÁLISE DO PERFIL DOS VISITANTES DO JARDIM BOTÂNICO DO RECIFE – PE
Jennifer dos Santos Sousa - Departamento de Biologia - UFRPE
Valeska França Ferreira de Oliveira - Departamento de Biologia - FAFIRE
Rosemary Ratacasso França Coimbra - Analista de Desenvolvimento Ambiental - JBR
Ladivania Medeiros do Nascimento - Dra. /Analista de Desenvolvimento Ambiental - JBR
Monica Lopes Folena Araújo - Profª. Dra. /Orientadora - Departamento de Educação - UFRPE
INTRODUÇÃO:
Segundo Carvalho (2008) o ambiente social é ao mesmo tempo natural e, nesta perspectiva, ao pensarmos em melhorias socioambientais e qualidade de vida é impossível dissociar o homem do ambiente natural. As Unidades de Conservação são locais capazes de proporcionar aos seus visitantes, a satisfação de uma relação parcimoniosa como o ambiente natural, além de poder atuar não somente na preservação dos recursos naturais, mas também, como locais de aprendizagem e sensibilização da comunidade acerca da problemática ambiental (Silva; Costa Neto, 2007). O Jardim Botânico do Recife (JBR) como uma importante área natural da cidade, deve cumprir esse papel, principalmente por estar localizado num ambiente urbanizado, uma vez que tem como missão “contribuir para Educação, Conservação e Preservação Ambiental, através do desenvolvimento de pesquisas científicas e banco genético da biodiversidade”. Desta forma, informações sobre o perfil dos visitantes (idade, escolaridade, profissão, origem) são fundamentais para nortear a elaboração do Programa de Educação Ambiental do JBR, tornando satisfatória a experiência no espaço, com práticas e ações que levem o visitante à sensibilização para a preservação do meio ambiente e para sua formação socioambiental.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Conhecer o perfil dos visitantes do Jardim Botânico do Recife para propiciar um melhor planejamento do uso público do lugar, garantindo uma experiência rica e agradável aos visitantes, sem causar impactos significativos aos recursos socioeconômicos e naturais da área.
MÉTODOS:
O presente trabalho foi realizado no JBR, criado através do Decreto Municipal nº 11.341/1979, em parte da Mata do antigo Instituto de Pesquisas Agronômicas do Nordeste (Ipeane). O JBR possui área total de 11,23 ha e está situado na parte sudoeste do Recife, no Bairro do Curado, que junto com a Unidade de Conservação Mata do Curado integra o “Cordão Verde”. O JBR recebe anualmente 10.000 visitantes em média. Este estudo foi realizado entre os meses de janeiro a março do corrente ano, com visitantes espontâneos e visitantes agendados, com aplicação de questionário socioeconômico e consulta do registro de agendamento do espaço. O questionário foi elaborado contendo 13 perguntas que buscam informações quantitativas e qualitativas sobre os visitantes do JBR. A aplicação se deu após o visitante ter percorrido todo o trajeto do local.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram sujeitos dessa pesquisa visitantes do JBR, agendados e espontâneos, totalizando 60 adultos. Do total de visitantes, a maioria pertencia à faixa etária de 25 a 34 anos (36%) e de 18 a 24 anos (30%), sendo 70% originários do grande Recife e apenas 30% do interior do estado e de outras localidades. Estes visitantes obtiveram informações sobre o espaço por indicação de amigos (40%), isto é, os visitantes anteriores contribuem para a divulgação do espaço. Os dados comprovam que o baixo nível de visitação de outras cidades, assim como das localidades mais próximas da Unidade está associado aos poucos investimentos em divulgação e sinalização que remeta ao espaço. Grande parte dos visitantes tinha nível de escolaridade superior (36%) e médio (35%), sendo que (7%) destes são professores, que usam o espaço para aula de campo, enquanto 33% buscaram a área para passeio e lazer. Este grau de escolaridade pode indicar um nível de consciência ecológica mais elevado, levando-os a utilizar o espaço como local de aprendizagem, complementando à prática formal de ensino num espaço “não formal”, além de oportunizar a criação do vínculo com o ambiente natural.
CONCLUSÕES:
Embora a pesquisa tenha sido realizada num curto espaço de tempo, pode-se observar que há necessidade de uma melhor divulgação para que este espaço possa cumprir melhor o seu papel na sociedade, atendendo um público maior e mais diverso, com mais qualidade e especificidade no serviço prestado. É valido lembrar que o perfil dos visitantes pode indicar caminhos para construção de um efetivo programa de Educação Ambiental que possa sensibilizar visitantes que buscam o espaço para aula campo e atividades de lazer. São recomendadas novas estratégias de divulgação e práticas de Educação Ambiental mais atrativas e educativas que possam contribuir para que o visitante seja convidado a mudar as lentes ao se perceber como um ser que faz parte do ambiente natural.
Palavras-chave: Perfil dos Visitantes, Jardim Botânico do Recife, Educação Ambiental.