65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 8. Botânica
AVALIAÇÃO DE UMA ÁREA DE RECUPERAÇÃO FLORESTAL NA FAZENDA DA FUNDAÇÃO PARQUE ZOOLÓGICO DE SÃO PAULO, ATRAVÉS DE INDICADORES ECOLÓGICOS
Anderson Teixeira Tsukada - Aluno de Iniciação Científica de Ciências Biológicas; FCMS PUC-SP, Sorocaba/SP
Camila Harumi Hatamura - Aluna de Iniciação Científica de Ciências Biológicas; FCMS PUC-SP, Sorocaba/SP
Vilma Palazetti de Almeida - Professora Doutora do Departamento de Morfologia e Patologia da PUC/SP
INTRODUÇÃO:
Os processos de produção agrícola e urbanização têm levado à degradação ambiental. As atividades de reflorestamento e/ou recuperação florestal foram reconhecidas pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e pelo Protocolo de Quioto como medida de grande importância por evitar erosões, proteger o lençol freático, proporcionar um corredor biológico e promover a remoção de dióxido de carbono da atmosfera, diminuindo a concentração deste gás de efeito estufa. As várias funções das áreas reflorestadas, se bem sucedidas, inegavelmente promovem a recuperação ambiental alterando o ecossistema degradado. Nesta ação de recomposição da vegetação é necessário considerar sua auto-sustentabilidade, e isto só é possível com a facilitação dos processos sucessionais, aumentando a biodiversidade de forma a maximizar a capacidade suporte da área a ser restaurada, permitindo que rapidamente ocorra uma estabilidade dinâmica. A restauração de áreas degradadas no Estado de São Paulo é estabelecida por legislação específica e pode resultar de medidas legais impostas para compensar danos ambientais no ato do licenciamento ambiental (Termos de Compromisso de Recuperação Ambiental – TCRA) ou para restauração de preservação permanente e averbação de reserva legal.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste projeto é aplicar um conjunto de indicadores ecológicos, analisando e avaliando o processo da recuperação florestal, implantado há 04 anos, em uma área da Fazenda da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, Araçoiaba da Serra (SP).
MÉTODOS:
Para fins de avaliação da área reflorestada, foram selecionados indicadores ecológicos que avaliam os processos da recuperação florestal. São eles: (1) Paisagem – que são representados pelas características físicas da área estudada; (2) perturbações antrópicas - conjunto de ações antrópicas que alteram o meio ambiente; (3) composição – indicadores que respondem pela diversidade florística das espécies ocorrentes; (4) estrutura – conjunto de informações que expressam a estrutura física, a densidade e a altura da vegetação; e (5) função – indicadores que avaliam as relações ecológicas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram levantados 327 indivíduos dispostos em 10 linhas com espaçamento entre linhas de 3 metros e mudas na linha de 2 metros. Foram analisados: altura, número de bifurcações, altura da bifurcação, cobertura da copa, CAP e grau de herbivoria. O reflorestamento não atingiu as oitenta espécies requisitadas pela resolução SMA 08 de 2008, visto que o planejamento do plantio foi realizado antes de sua divulgação. Quanto sua função, o índice de mortalidade apresentou-se elevado, com uma porcentagem de 67% de mortalidade O emprego de tais indicadores proporcionou uma visão mais detalhada do processo de recuperação florestal. Esta se mostrou adequado no que se refere à cobertura da área, promovido principalmente por duas espécies Ingá sp. e Tipuana tipu porém mostraram-se inadequados nos parâmetros de composição e função, principalmente no item de diversidade de espécies e porcentagem de mortalidade, fatores que acabaram comprometendo a composição do reflorestamento. Vale ressaltar o bom desempenho atingido pelas espécies exóticas que obtiveram bons valores de estrutura e função.
CONCLUSÕES:
O processo de recuperação florestal, implantado na fazenda da fundação Parque Zoológico de São Paulo, mostrou-se insatisfatório, pois não apresentou o número de espécies desejadas para obter-se um bom reflorestamento. O manejo feito com o trator deve ser modificado, pois além de compactar o solo, ele vem destruindo as regenerantes, estas imprescindíveis para um bom desenvolvimento da área reflorestada. Uma análise do solo é necessária para ver se há necessidade de correção de pH no solo, além da correção nutricional para as mudas de porte menor ou com sinais de deficiência nutricional.
Palavras-chave: reflorestamento, indicadores ecológicos, diagnóstico.