65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 8. Química
PIBID QUÍMICA: A PRÁTICA DE AULAS EXPERIMENTAIS NA FORMAÇÃO DOCENTE
Bruna Jesus de Abreu Campos - Licencianda em Química, Instituto de Química, Universidade Federal Fluminense
Bianca da Cunha Machado - Orientadora, Instituto de Química, Universidade Federal Fluminense
Marcos Antônio Gonzalez Ferreira - Professor Supervisor, Colégio Estadual Aurelino Leal
INTRODUÇÃO:
Em geral, os professores de Química reconhecem a importância de desenvolver Aulas Experimentais para o ensino desta Ciência. Entretanto, a estrutura acadêmica das escolas brasileiras tem dificultado ou mesmo impedido a realização de aulas experimentais continuadas, considerando por aulas experimentais aquelas em que o próprio aluno executa, observa, analisa e tira suas conclusões. Outra questão relevante é a carga horária significativa de aulas de Química Experimental visando à capacitação técnica, nas Licenciaturas em Química, porém não contemplando a prática docente em aulas experimentais em laboratório didático para o ensino médio regular. Desta forma para muitos professores de Química do ensino médio essas aulas experimentais são causadoras de uma grande angústia. Estes, quase sempre, são recriminados pela ausência desta prática docente, principalmente, quando a escola está dotada de um laboratório didático de Ciências.
Diante deste quadro o PIBID da Universidade Federal Fluminense (UFF) compromete-se a valorizar o espaço da escola pública como campo de experiência para a construção do conhecimento na formação de professores e a promover a articulação integrada da educação superior com a educação básica em proveito de uma sólida formação docente inicial.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo do presente trabalho consiste em apresentar um relato da experiência da prática docente na condução de aulas de Química experimental em laboratório, para o ensino médio regular na escola pública, proporcionada pelo PIBID QUÍMICA UFF 2011, como ação didática no ensino da Química.
MÉTODOS:
O presente trabalho foi desenvolvido durante o segundo semestre letivo de 2012, no Colégio Estadual Aurelino Leal (CEAL), localizado no município de Niterói no estado do Rio de Janeiro.
Para o desenvolvimento da aula de Química experimental foi realizado o levantamento do material disponível no laboratório da escola e a organização dos mesmos. O conteúdo curricular contemplado na aula experimental foi determinado pelo professor Supervisor do PIBID QUÍMICA UFF 2011 e a construção do plano de aula envolveu o eixo temático: Termoquímica e espontaneidade de reações químicas e o desenvolvimento das competências e habilidades determinadas pela SEEDUC-RJ:
- Diferenciar combustão completa e incompleta.
- Avaliar as implicações ambientais de diferentes combustíveis utilizados na produção de energia.
O CEAL em 2012 formou seis classes do terceiro ano do Ensino Médio com uma média de 40 alunos por turma. Cada turma foi divida em dois grupos de no máximo 20 alunos e utilizados 50 minutos de aula para cada grupo. Para cada uma das turmas, a aula proposta foi ministrada por um aluno do curso de Licenciatura em Química, bolsista do PIBID QUÍMICA UFF 2011 e observada pelos demais bolsistas do referido programa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
No curso de graduação estamos habituados a receber o laboratório pronto, para as aulas experimentais, desta forma o estudo prévio da infraestrutura do laboratório, a seleção de materiais e reagentes seguros, rejeitos, bem como a seleção de um procedimento operacional fácil para os alunos foram etapas negligenciadas no início, entretanto, essenciais e a vivência no CEAL trouxe este aprendizado.
O estudo do número seguro de alunos em um laboratório é também necessário que o professor consiga observar todos com atenção constante para auxiliá-los nas dificuldades operacionais evitando frustrações e/ou acidentes. No CEAL ficou estabelecido para o laboratório o limite máximo de 20 alunos por aula experimental.
Durante a execução da aula foi possível perceber que quando é, proporcionado ao aluno, a oportunidade de reconhecer através da observação do fenômeno químico, o conteúdo curricular que está sendo ou foi apresentado em sala de aula, ocorre à assimilação do conhecimento e a articulação com as situações cotidianas vividas pelos mesmos.
Cabe ressaltar que ao longo de todo o planejamento da aula foi constante a preocupação em escolher atividades que pudessem desenvolver aspectos relevantes não apenas para a formação curricular do aluno, mas também para sua formação como cidadão.
CONCLUSÕES:
A experiência vivenciada pela oportunidade de ministrar uma aula de Química Experimental em laboratório para uma classe do ensino médio mostrou-se enriquecedora na formação profissional para o exercício da docência. Importantes aprendizados foram alcançados e um dos mais importantes foi perceber que o professor deve sempre instigar, indagar ao aluno, ao invés de simplesmente dar-lhe a resposta, pois assim estará permitindo ao educando questionar sobre o que esta sendo apresentado a ele.
Com o presente trabalho, foi possível perceber que o planejamento e execução de uma aula de Química experimental não é uma tarefa tão simples quanto parece. Outro aspecto aprendido é que no lugar de simplesmente, repreender, devemos ajudar aos alunos a pensar com clareza sobre as consequências de um mau comportamento disciplinar, motivando-os para a realização de mudanças, deixando claro que acreditamos na capacidade deles. A atividade proposta proporcionou a primeira vivência de uma condução de aula experimental, destacando desta forma a importância do PIBID na formação docente.
Palavras-chave: Ensino de Química, Ensino Médio, Ciências da Natureza.