65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 2. Manejo Florestal
FLORÍSTICA E ESTRUTURA DIAMÉTRICA DE UMA ÁREA DE FLORESTA DE TERRA FIRME, APÓS 13 ANOS DA COLHEITA DE MADEIRA, PARAGOMINAS PARÁ
Elvino Albuquerque de Oliveira - Discente de Eng. Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia/UFRA
Thamires Mendes Coelho Ferreira - Discente de Eng. Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia/UFRA
Andrezza Lorena Queiroz Pamplona - Discente de Eng. Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia/UFRA
Fernanda Keyla dos Santos Raposo - Discente de Eng. Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia/UFRA
Suely Peniche da Trindade - Discente de Eng. Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia/UFRA
Fábio de Jesus Batista - Prof. M.Sc./Orientador - Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
INTRODUÇÃO:
A fragilidade dos ambientes florestais indica a necessidade de se conhecer a composição e distribuição das espécies vegetais nesses ecossistemas, visando com isso planificar de forma eficiente o manejo e a conservação da flora nativa regional, nesse sentido, os estudos florístico e fitossociológico são imprescindíveis (OLIVEIRA et al., 2008). Originalmente, o município de Paragominas era inteiramente coberto por floresta tropical, contudo, de acordo com Pinto et al. (2009), atualmente o município apresenta aproximadamente 54% de área de floresta primária restante devido à intensa atividade madeireira. Os impactos da exploração nas florestas nativas, considerando os efeitos na vegetação adulta remanescente, na regeneração natural e no solo, devem ser cuidadosamente observados no manejo dessas florestas. A identificação das espécies de uma comunidade e a análise de sua estrutura são fundamentais para o manejo adequado (LEITÃO-FILHO, 1981). Os tratamentos silviculturais aumentam o desenvolvimento de árvores em florestas tropicais (SILVA, 2001). Conhecer o padrão de distribuição diamétrica de um povoamento florestal é fundamental para quem pretende administrar e planejar corretamente as atividades de silvicultura pós-colheita.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a composição florística e estrutura diamétrica de espécies arbóreas em uma área de floresta de terra firme, após 13 anos da colheita de madeira, em Paragominas, Pará.
MÉTODOS:
O levantamento foi realizado na Fazenda Rancho Fundo, com 1.078,78 hectares (479,26 hectares de floresta remanescente), Paragominas, Pará. O clima da região é do tipo “Aw”, com precipitação pluviométrica média 1.800mm/ano e temperatura média anual de 26,3oC. Uma das principais classes de solo da região são os Latossolos Amarelos. A vegetação da área de estudo foi caracterizada como Floresta Ombrófila Densa de Terra Firme. Foi instalada uma parcela temporária de 25x100m, subdividida em 10 subparcelas de 25x10m, em uma área de floresta explorada. Todas as árvores com diâmetro a 1,30m do solo > 0,111m foram identificadas e mensuradas. A coleta dos dados foi realizada 13 anos após a exploração florestal. Foram avaliados os parâmetros de riqueza e diversidade florística (Índice de Shannon Wiever e Equabilidade) e estrutura diamétrica por meio do Microsoft Office Excel. Para tanto, foram consideradas 10 classes diamétricas, em metro, a saber: C1: 0,011-0,154; C2: 0,154-0,197; C3: 0,197-0,241; C4: 0,241-0,285; C5: 0,285-0,329; C6: 0,329-0,372; C7: 0,372-0,416; C8: 0,416-0,460; C9: 0,460-0,503; e C10: 0,503-0,547. Foi determinada, ainda, a altura média da floresta por classe de diâmetro e a altura média de Lorey.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram mensurados 94 indivíduos pertencentes a 41 espécies, 31 gêneros e 19 famílias. As espécies mais abundantes foram: Cecropia distachya (16), Lecythis idatomon (8), Rinorea guianensis (5) e Tetragastris panamensis (5), juntas representaram 36,17% do total de indivíduos. As espécies mais frequentes foram: L. idatomon (8 subparcelas), C. distachya (7 subparcelas) e R. guianensis (5 subparcelas). As famílias que tiveram maior número de indivíduos foram Urticaceae (22), Fabaceae (14) e Sapotaceae (14), juntas somaram 53,19% do total de indivíduos. A diversidade florística de Shannon foi de 3,31 e Equabilidade 0,73, abaixo dos valores registrados para florestas tropicais, que variam de 3,83 a 5,85 (KNIGHT, 1975). A distribuição diamétrica apresentou o formato de “J invertido”, com a maioria dos indivíduos nas primeiras classes (C1: 31; C2: 28; e C3: 14). A classe C7 não apresentou indivíduos. C. distachya foi predominante nas classes C1¬ e C3 e Pouteria ramiflora na classe C2. As classes C9 e C10 apresentaram apenas um indivíduo que foram Pouteria jariensis e Swartzia polyphylla, respectivamente. A altura média do centro das classes correspondeu a: C1: 7,0m; C2: 9,6m; C3: 10,5m; C4: 8,7m; C5: 11,6m; C6: 11,0m; C8: 9,3m; C9: 12,5; e C10: 4,0. A altura média de Lorey foi 9,5m.
CONCLUSÕES:
A floresta apresentou um grande número de árvores finas e de pequeno porte, com predominância de espécies pioneiras. Nas clareiras ocasionadas pela exploração florestal houve o beneficiamento do crescimento de espécies heliófilas, provavelmente, devido a entrada de luz, como, por exemplo, a Cecropia distachya. A diversidade florística foi considerada baixa, considerando os valores registrados para as florestas tropicais. A distribuição diamétrica irregular e com poucos indivíduos nas maiores classes sugere a necessidade de tratamentos silviculturais pós-colheita, a fim de favorecer o crescimento de espécies com maior valor comercial. Novos levantamentos devem ser realizados, considerando áreas amostrais maiores.
Palavras-chave: Amazônia, Exploração florestal, Silvicultura Pós-colheita.