65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 2. Ecologia Aquática
COMUNIDADE DE MACRÓFITAS E FITOPLÂNCTON EM CRIADOUROS ARTIFICIAIS DE CULICÍDEOS NA ÁREA METROPOLITANA DE MANAUS, AM
Aline Valéria Oliveira Assam - Graduanda em Ciências Biológicas - UNINORTE / PIBIC-INPA
Gleuson Carvalho dos Santos - Graduando em Ciências Biológicas - UNINORTE / PIBIC-INPA
Climéia Corrêa Soares - Laboratório de Plâncton - CBIO/INPA
Wanderli Pedro Tadei - Prof. Dr./ Co-orientador - Laboratório de Malária e Dengue - INPA
Adriano Nobre Arcos - MSc./ Orientador - Laboratório de Malária e Dengue - INPA
INTRODUÇÃO:
Criadouros de culicídeos constituem um ecótopo aquático ocupado por comunidades com características ecológicas e biodiversidade. Este parâmetro está em função dos vários graus de adaptação a esse ambiente, por parte das populações que a constituem, porém com a presença das formas imaturas de mosquitos, sendo assim considerada uma comunidade do criadouro (FORATTINI, 2002). Estudos limnológicos relacionados às águas tropicais enfocando a comunidade fitoplanctônica são relativamente recentes em comparação coma as outras regiões do globo (SIOLI, 1984; UHERKOVICK, 1984; HUSZAR, 1994). As algas de água doce são muito diversificadas. Sua abundância depende de adequadas condições ecológicas e certas espécies têm exigências ecológicas bem definidas permitindo o reconhecimento de meios com características especiais. Pott e Pott (2000) destacam a importância das macrófitas nos ecossistemas aquáticos, pois pertencem à base da cadeia alimentar e serem componentes estruturais do metabolismo dos ecossistemas aquáticos tropicais. Possuindo papel ecológico, contribuindo para estruturação física do ambiente e fornecendo substrato, abrigo e alimento para diversas espécies de vertebrados e invertebrados, além de contribuírem para ciclagem de nutrientes (ESTEVES, 1998).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Determinar a riqueza de macrófitas e fitoplâncton presentes em vários tipos de criadouros em Manaus.
MÉTODOS:
Durante 2011 e 2012 foram realizadas coletas em 13 criadouros distribuídos na área metropolitana de Manaus. A coleta de fitoplâncton e macrófitas só era realizada se houvesse a presença de larvas de culicídeos nos criadouros. Para a coleta das microalgas foi utilizada uma rede de 20 μm de abertura da malha com 20 cm de diâmetro e 30 cm de comprimento, para dimensionar a diversidade de fitoplâncton dos ambientes. Foi feito um arrastão na coluna da água próximo da margem dos criadouros e as amostras coletadas armazenadas em frascos de vidro de 40 mL e fixadas com solução Transeau, sendo utilizado na proporção 1:1 (50% da amostra e 50% do fixador) (BICUDO & MENEZES, 2006). Para verificar a diversidade de macrófitas no ambiente, foram realizadas coletas de macrófitas submersas, emergentes e flutuantes. As amostras frescas obtidas durante a coleta foram encaminhadas para o laboratório e identificadas por comparação com o material do Herbário de Macrófitas Aquáticas do Projeto INPA/ Max- Planck (STODOLA, 1967; POTT; POTT, 2000; LORENZI, 2000). Foi aplicado o índice de Shannon-Wiener para avaliar a diversidade de macrófitas e fitoplâncton presentes nos criadouros, e para os cálculos utilizado o programa DivEs - Diversidade de espécies, Versão 2.0 -2005 (RODRIGUES, 2005).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram identificados 9 gêneros de macrófitas aquáticas, onde a maior riqueza foi vista nos criadouros P9 (“Salvinia sp., Utricularia sp., Eleocharis sp., Eichhornia sp., Xyris sp., Cyperus sp. e Brachiaria” sp.), e P6 (“Utriculária sp., Oriza sp., Xyris sp., Cyperus sp. e Eleocharis sp.”) e P1 (“Pistia sp., Brachiaria sp., Nymphaea sp. e Salvinia sp.”). Foram encontradas nos criadouros 113 espécies de fitoplâncton em 50 gêneros, sendo o grupo mais abundante Chlorophyta com 70%, seguido de Bacillariophyta (16%), e os menos abundantes foram Euglenophyta e Cyanophyta (6%) e Chrysophyta (2%). Os criadouros P2 (28 spp.), P4 (21.) P6 (21), P9 (23) e P10 (53) apresentaram maior riqueza. As espécies “Cosmarium obsoletum, Gonatozygon sp., Haplotaenium rectum, Oedogonium sp., Actinotaenium wollei, Desmidium grevilli, Cosmarium sp., Eutonia sp., Frustulia rhomboides, Navicula cf., Actinella brasiliensis, Euglena acus, Euglena sp., Lepocincles sp., Oscillatoria sp., Anabaena sp., Merismopedia sp., Dinobryon cf. sertularia e Synura uvella” mostraram-se presentes na maioria dos pontos. O criadouro P10 apresentou maior diversidade (H’1.43) e o P3 (H’0.90) a menor. A diversidade de macrófitas variou de (H’0.00) nos pontos P4, 5 e 8, e alta diversidade no P9 (H’0.85), P6 (H’0.84) e P1 (H’0.60).
CONCLUSÕES:
A presença de anofelinos em criadouros é observada principalmente quando este é rico em macrófitas, algas e com uma qualidade da água boa. No ambiente aquático os parâmetros ambientais como as macrófitas e algas servem como indicadores de potenciais criadouros de anofelinos e outros macroinvertebrados. A presença dessa grande riqueza favorece diretamente na presença, desenvolvimento e estabelecimento dos anofelinos nesses criadouros, principalmente no tipo barragem que é mais estruturado e com características naturais. Estratégias de modificação ambiental, como retirada das macrófitas dos criadouros artificiais com tanques de piscicultura, favorecem a diminuição da densidade populacional larvária nestes pontos.
Palavras-chave: plantas aquáticas, algas, habitat larval.