65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia
ÁNALISE DA DINÂMICA DE DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA INCIDÊNCIA DE tuberculose NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL (2005 A 2009)
Suena dos Santos Silva - Deptº. de Geociências – GEOPRO/GEOTEC/UFMA
Caroline Marques Bezerra - Deptº. de Geociências – GEOPRO/GEOTEC/UFMA
Ricardo Sousa Almeida - Deptº. de Geociências – GEOPRO/GEOTEC/UFMA
Luiz Jorge Bezerra Dias - Prof. Ms./Deptº. de Geociências – UFMA
Maurício Eduardo Salgado Rangel - Prof. Ms./Orientador – Deptº. de Geociências – GEOPRO/UFMA
INTRODUÇÃO:
A Tuberculose é uma das doenças transmissíveis mais antigas do mundo, há uma década, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a tuberculose (TB) em estado de emergência no mundo, porém, apesar de todos os esforços efetivamente empregados até o momento, ainda continua sendo um sério problema de saúde pública em alguns países, incluindo o Brasil, que ocupa atualmente o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo. Há muito tempo a distribuição espacial de algumas enfermidades tem sido de preocupação de várias sociedades organizadas, no Brasil, ainda se sabe pouco sobre a distribuição espacial das doenças endêmicas em áreas urbanas, sendo que a urbanização e o fenômeno da periferização das metrópoles tornam ainda mais complexos o controle da transmissão de algumas endemias e passa a exigir novas estratégias de combate e controle. E também as análises realizadas podem servir de ferramentas valiosas para auxiliar no planejamento, monitoramento e avaliação de ações de saúde, direcionando as intervenções para reduzir as injustiças principalmente os programas de avaliação e de controle da tuberculose no nordeste, estas podem ser adquiridas por meio de representações espaciais empregadas por Sistema de Informação Geográfica (SIG’s) e pela análise e inferência de dados geoespaciais. Possibilitando assim uma compreensão e análise espaço-temporal desta enfermidade no território do nordeste brasileiro.
OBJETIVO DO TRABALHO:
OBJETIVO O presente estudo tem por objetivo demonstrar a espacialização dos casos de tuberculose na Região Nordeste durante os anos de 2005 a 2009.
MÉTODOS:
Os estudos epidemiológicos visam o esclarecimento da situação de doenças e dos seus determinantes no que diz respeito à sua freqüência e distribuição espacial e temporal. Podem ser classificados de diversas formas e, de acordo com BAPTISTA (2009), são considerados como do tipo ecológico quando o objetivo do trabalho se orienta para observações de populações de diferentes áreas geográficas para pesquisa de associação entre eventos. Portanto, a presente pesquisa trata-se de um estudo epidemiológico do tipo ecológico, uma vez em que se buscou analisar a distribuição espacial dos casos de tuberculose na Região Nordeste do Brasil no período de 2005 a 2009. Os dados quantitativos foram coletados a partir do Sistema de Informação de Agravo e Notificação (SINAN), disponibilizados pelo Ministério da Saúde, para obtenção dos resultados referentes à análise da espacialização dos casos de tuberculose no Nordeste, utilizou-se de análise bibliográfica sobre a temática tuberculose em seus diferentes níveis de abordagem, também se utilizou como parâmetro de analise o coeficiente de incidência, que corresponde à razão do numero de casos pela população total, multiplicado por 100.000 habitantes. Os mapas da dinâmica de distribuição espacial da tuberculose foram gerados na plataforma ArcGis 9.2, no módulo ArcMap, onde foram abordados diferentes características da temáticas em questão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
No ano de 2005 o Brasil apresentou um total de 75.655 casos de tuberculose, sendo que desse total 31% foi no nordeste, onde o estado com o maior número de casos foi a Bahia com 6.647 e o com menor foi Sergipe com 676 casos, já em 2006 o nordeste apresentou um decréscimo de 2% no total de casos em relação ao ano anterior, sendo que Bahia e Sergipe também apresentaram um decréscimo de 494 casos e 74 casos respectivamente em relação a 2005. Em 2007 apesar de apresentar queda no número de casos, a Bahia continuou figurando como o estado com o maior número de casos, totalizando 5.810 casos, sendo seguido por Pernambuco e Ceará com 4.107 e 3.501 casos respectivamente, já Sergipe continuou com o decréscimo de 95 casos em relação a 2006. Em 2008 o estado com o maior coeficiente de incidência foi Pernambuco com 47,51/104hab., porém o estado que registrou o maior número de casos continuou sendo a Bahia com 5.524 casos, já o estado com o menor coeficiente de incidência foi Paraíba com 28,46/104hab., e o com menor número de casos continuou sendo Sergipe, mas este teve um acréscimo de 69 casos em relação a 2007. No ano de 2009 a Bahia continuou apresentando o maior número de casos, tendo um acréscimo de 310 casos em relação ao ano anterior, porém Pernambuco foi que manteve o maior coeficiente de incidência, chegando a 48,05/104hab., o menor número de casos foi em Sergipe com 574 casos, mas o menor coeficiente de incidência quem apresentou foi Piauí com 27,57/104hab.
CONCLUSÕES:
No período de 2005 a 2009, três cenários têm ocorrido quanto à dinâmica de distribuição da tuberculose na Região Nordeste do Brasil: alguns dos estados têm apresentado decréscimo no número de casos de tuberculose, outros têm apresentado um crescimento desses números e ainda, alguns tem mantido esse número de forma estável, no bojo deste cenário o Nordeste apresentou entre 2005 e 2009 um decréscimo de aproximadamente de 10%. Na dinâmica de distribuição espacial da tuberculose na região em análise, o estado que apresentou o maior número de casos nos cinco anos foi a Bahia, que atualmente possui 25 municípios prioritários no combate a tuberculose, porém a Bahia também apresentou um decréscimo 17% na taxa de incidência da doença entre 2005 e 2009. Apesar da significativa redução no quantitativo dos casos tuberculose no Nordeste, muito ainda tem que ser feito para a redução na incidência desta enfermidade por meio da inserção de políticas públicas voltadas para a saúde, não somente curativas, mas, sobretudo preventivas. Assim destaca-se o papel SIGs na analise da dinâmica de distribuição espacial da tuberculose, pois permitem a integração, armazenamento, espacialização dos dados, contribuindo assim para tomada de decisões mais adequadas e eficazes a saúde pública.
Palavras-chave: tuberculose, incidencia