65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO DE DOADORES DE MEDULA ÓSSEA DE UM HEMOCENTRO DE ALAGOAS
Fernando Wagner da Silva Ramos - Prof. Msc./Orientador - Centro Universitário CESMAC
Adriana Lima dos Santos - Aluna do curso de enfermagem do Centro Universitário CESMAC
Isabele Monteiro Melo - Aluna do curso de enfermagem do Centro Universitário CESMAC
Lourdes de Farias Ramires - Aluna do curso de enfermagem do Centro Universitário CESMAC
Raelma Mourão Borges de Albuquerque - Aluna do curso de enfermagem do Centro Universitário CESMAC
INTRODUÇÃO:
A medula óssea tem um papel importante no tratamento de doenças hematológicas e genéticas. O transplante de medula óssea, inicialmente utilizado como última medida terapêutica, hoje é considerado uma forma de terapia bem sucedida para determinadas doenças habitualmente fatais, como a leucemia. Mesmo sendo um dos poucos transplantes em que o voluntário doa em vida, não trazendo nenhuma sequela à sua saúde, a probabilidade de encontrar um doador compatível é baixa [...]1. Faz-se necessário caracterizar melhor a população de doadores para atender as necessidades dos pacientes que se submetem ao TMO. Assim, teremos dados concretos do perfil dos doadores, para melhor intervenção nos segmentos da sociedade, esclarecendo e sensibilizando a população para doação e cadastro no REDOME. Dessa forma, conseguindo atender melhor o paciente no momento adequado, o tratamento seria mais eficiente, com mais chance de cura2. Aumentar as chances de encontrar doadores compatíveis de medula óssea é dar esperança para milhares de pessoas, além disso, contribuir com a diminuição da fila de espera não só no Estado como em todo País.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este estudo teve como objetivo caracterizar a população de doadores de medula óssea do Estado de Alagoas.
MÉTODOS:
Trata-se de um estudo quantitativo, documental, descritivo que foi realizado no HEMOAL, especificamente no Laboratório de Imunogenética, no setor de registro de cadastro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (DVMO). Foram obtidas informações das fichas dos DVMO (Anexo B), no período de julho 2010 a junho 2011, no total de 06 meses de cada respectivo ano.
Os instrumentos estudados forneceram informações bases como: gênero, idade, estado civil, raça, profissão, e município de moradia dos DVMO. Ressalta-se que não foram consideradas a procedência, nível sócio cultural ou escolaridade de cada doador, por serem dados nem sempre contidos nas fichas de cadastro.
Necessitou-se assim, construir um formulário no sentido de facilitar a coleta dos dados. Também foram transcritas as informações em planilhas no programa Microsoft Office Excel 2007, o que facilitou a filtração dos resultados, totalizando um número de 3.788 fichas.
Foram analisadas as fichas de cadastro de DVMO, referente ao período de julho de 2010 a junho de 2011, este cadastro é realizado pelo HEMOAL, responsabilidade atribuída ao Laboratório de Imunogenética.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
No período de julho de 2010 a junho de 2011, foram cadastrados 3.788 DVMO. O que corresponde a 2.563 fichas no ano de 2010 e 1.225 fichas no ano de 2011. A investigação para a faixa etária ocorreu conforme o que preconiza o INCA, que informa a aptidão da idade para doação: 18 aos 55 anos de idade. Dessa forma, buscou-se trabalhar apenas as fichas com este padrão, o que resultou em 3.750 fichas.
De acordo com a pesquisa, a faixa etária predominante vai dos 18 aos 27 anos de idade, que equivale a 39% de todo cadastro. Em relação ao gênero, 2.009 (53,5%) doadores são femininos e 1.740 (46,4%) doadores são masculinos. A cor branca era a maior, com 1.591 (42,43%) pessoas, seguido de 769 (20,5%) pessoas mulatas 304 (8,1%) negras, 9 (0,25%) oriental, 743 (19,82%) outros e 334 (8,9%) não informado. A capital alagoana (Maceió) foi o município com maior número 2.262 (60,32%) de DVMO. Acredita-se que isso deva ocorrer devido à localização do HEMOAL na cidade referida e ser o lugar onde há mais campanhas efetivas de doadores, ou seja, ser o local de maior busca ativa de atores solidários, por isso, concentra grande número destes.
As profissões com maiores índices de DVMO foram os estudantes e os professores. Dessa forma, entende-se que as pessoas com maior acesso às informações de saúde e que possuem maior nível de instrução, são as que mais doam.
CONCLUSÕES:
Caracterizou-se, então, que o grande número de doadores encontra-se entre a faixa etária de 18 a 27 anos de idade, gênero feminino, estado civil solteiro, raça branca e jovens. Diante dos dados, conclui-se que os profissionais de saúde precisam participar de forma mais ativa e eficaz na doação de medula óssea, servindo como exemplo para a sociedade.
A capacitação profissional voltada para a importância da conscientização da população é ainda o papel fundamental para atingir os Doadores Voluntários de Medula Óssea. É evidente a necessidade de maior busca ativa, tendo como foco principal, o esclarecimento acerca deste tipo de doação para a população. Pois, sabe-se que a educação em saúde é a principal ferramenta para a sensibilização e a captação de doadores voluntários.
Palavras-chave: Medula Óssea, Hemocentro, Transplante de Órgãos.