65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 5. Farmacognosia
ANÁLISE DA INFLUÊNCIA SAZONAL SOBRE O TEOR DE FLAVONOIDES NAS FOLHAS DE Xylopia sericea ST. HILL
João Victor Dutra Gomes - Curso de Farmácia – UFES
Flávia Moreira de Macedo Martins - Depto. de Ciências Farmacêuticas – UFES
Claudia Masrouah Jamal - Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Ciências Farmacêuticas – UFES
INTRODUÇÃO:
Xylopia sericea St. Hill (Annonaceae) é uma espécie arbórea nativa, típica da Mata Atlântica e do Cerrado. Conhecida como embiriba, X. sericea é utilizada na medicina popular contra perturbações gástricas, a partir da infusão de seus frutos. O gênero Xylopia tem sido caracterizado pela presença de diversas classes de metabólitos secundários, como terpenos, alcaloides e flavonoides. Desta última classe, já foram identificados rutina, hesperidina e quercetina em X. sericea. Apreciados pelo poder antioxidante, os flavonoides também são conhecidos pelas atividades antimicrobiana, antiinflamatória e antifúngica, o que despertou nosso interesse em monitorar os extratos obtidos de X. sericea quanto ao teor desta classe química. De forma geral, os metabólitos secundários produzidos por espécies vegetais correspondem a uma diversificada fonte de moléculas bioativas e são habitualmente empregados pela indústria farmacêutica, cosmética e alimentícia. Entretanto, a produção destes pode ser influenciada por diversos fatores ambientais, tais como a temperatura, a composição química do solo, a disponibilidade hídrica, entre outros. Por isso, faz-se necessário a realização de estudos que avaliem as interferências ambientais na produção destes metabólitos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a influencia da época de colheita sobre o teor de flavonoides presentes nas folhas de Xylopia sericea St. Hill.
MÉTODOS:
As folhas de Xylopia sericea foram coletadas no Parque Estadual de Itaúnas, Espírito Santo, em uma época seca (mês de setembro) e em uma época úmida (mês de janeiro). O material vegetal foi seco, pulverizado e extraído por maceração com etanol, separadamente. O solvente foi eliminado por aquecimento e pressão reduzida. Foram obtidos os extratos etanólicos: EE1 (época seca) e EE2 (época úmida). Estes foram submetidos à quantificação de flavonoides por espectroscopia no ultravioleta, de acordo com metodologia descrita na Farmacopéia Brasileira. Foi montada uma curva de calibração utilizando rutina como padrão. Os ensaios foram realizados em triplicata e trabalhados estatisticamente em software de tabulação eletrônica.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os rendimentos dos extratos etanólicos de Xylopia sericea EE1 e EE2 foram de 7,46% (estação seca) e de 10,81% (estação chuvosa), respectivamente. O teor de flavonoides para o EE1 foi de 17,73%, inferior ao determinado para o EE2, que foi de 22,17%. Isso pode ser justificado pelos efeitos da sazonalidade na época de colheita das folhas. No mês de janeiro, a maior incidência de raios UV pode elevar a produção destes metabólitos, uma vez que os flavonoides estão relacionados com a proteção das folhas contra estes raios. Além disso, o aumento no teor de flavonoides por estar associado com a maior disponibilidade hídrica no ambiente, uma vez que nesta época as chuvas são mais frequentes.
CONCLUSÕES:
Conclui-se que a época de colheita influencia no teor de flavonoides nas folhas de Xylopia sericea. Além disso, a colheita das folhas na época do verão propiciou a obtenção de um extrato mais rico em flavonoides, em vista do extrato obtido na época seca.
Palavras-chave: Embiriba, Metabólitos secundários, Quantificação.