65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 6. Ciência Política - 5. Relações Internacionais
Internacionalização das Cidades Médias do Nordeste: impacto do comércio exterior no desenvolvimento humano
Carlos Antônio Gomes dos Santos Júnior - Estudante graduação de Relações Internacionais na Faculdade ASCES
Jorge Luis Paes Siqueira Filho - Estudante graduação de Relações Internacionais na Faculdade ASCES
Marconi Aurélio e Silva - Prof. Orientador da Faculdade ASCES
INTRODUÇÃO:
O presente artigo realizará uma abordagem comparativa, no que diz respeito à internacionalização das cidades médias; Caruaru (PE), Arapiraca (AL), Campina Grande (PB) e Mossoró (RN), que possuem uma população entre 100 e 500 mil habitantes, (IBGE apud FRANÇA & SOARES, 2007), e atuam como ambiente de desobstrução populacional que migram para as grandes cidades, já super povoadas (SERRA, ANDRADE, AMORIM FILHO; 2001). Agregado aos conceitos sobre cidades médias, o artigo busca entender se o fato da internacionalização das cidades médias fez com que houvesse mudanças na infraestrutura local, na educação, na saúde e nos índices econômicos para a população, visto que, a partir do momento que esses ambientes conseguem atuar no cenário internacional, passam a ser conceituadas, segundo (VIGEVANI, 2006), como unidades subnacionais. Os estudos sobre unidades subnacionais e cidades médias estão presentes nos artigos utilizados durante a metodologia que contam também com dados de exportação e importação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC); dados sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); informações sobre o eleitorado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
OBJETIVO DO TRABALHO:
De acordo com os conceitos e teorizações sobre cidades médias e unidades subnacionais, buscar-se-á compreender se o fato da internacionalização dessas cidades geraram benefícios e melhorias para a sociedade, em aspectos como, infraestrutura, saúde, emprego e outros. Análise de dados socioeconômicos e de desenvolvimento humano, das cidades de Arapiraca, Campina Grande, Caruaru e Mossoró.
MÉTODOS:
Este artigo consiste de pesquisas quali-quantitativas, utilizando dados secundários de IDH (PNUD, 2000), escolaridade (TSE, 2012), PIB (IBGE, 2009), população (IBGE, 2010), pauta exportadora (MDIC, 2012), importadora (MDIC, 2012) e emprego (Mapas do BNB, 2008) e discussões teóricas à respeito das cidades médias e as unidades subnacionais, abordadas por autores como, SPOSITO, ANDRADE, SERRA, MAIA, VIGEVANNI e outros.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As cidades médias do Nordeste que aqui foram estudadas atendem características adotadas na literatura (população ente 100 e 500 mil habitantes, são pólos regionais, têm semelhanças geográficas, socioeconômicas, se encontram distantes das metrópoles e possuem influência regional etc).
Na última década, observa-se uma melhoria significativa nos indicadores educacionais e da renda, porém, em termos de emprego, poucas mudanças setoriais foram observadas. Tratando-se de importação e exportação podemos verificar que grande parte das importações destes, são voltadas a produtos primários de necessidades básicas que não possuem valor agregado. Quanto à exportação, dois municípios estão voltados para o setor agrícola, Arapiraca – AL e Mossoró- RN, enquanto, Caruaru- PE e Campina Grande- PB, estão focados na exportação de produtos industrializados.
CONCLUSÕES:
Desse modo, não se pode generalizar que o processo de internacionalização das cidades médias nordestinas em estudo, teve relação direta com as melhorias observadas em termos de desenvolvimento humano, uma vez que a dinamização econômica local não foi marcada por um processo de intensa trajetória de mudança tecnológica. Sendo assim, o mercado de trabalho local e a empregabilidade de profissionais com maior escolaridade e melhor renda terminam sendo comprometida no setor industrial, deslocando-se essas mãos de obra para oportunidades geradas no setor de serviços. Os desenvolvimentos municipais locais não foram tão expressivos e a pauta importadora e exportadora ainda são muito restritas, causando pouca repercussão nesses locais.
Palavras-chave: Exportação, Importação, Unidades subnacionais.