65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE SEXO E SEXUALIDADE COM ADOLESCENTES INSTITUCIONALIZADOS NA FUNDAÇÃO CASA DE IMPERATRIZ/MA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Jaciara da Silva Arruda - Universidade Federal do Maranhão
Wherveson de Araújo Ramos - Universidade Federal do Maranhão
Dylianne Carneiro de Sousa - Universidade Federal do Maranhão
Maria Hilária Mendonça Almeida - Universidade Federal do Maranhão
Ana Cristina Pereira de Jesus Costa - Universidade Federal do Maranhão
INTRODUÇÃO:
A adolescência representa etapa intermediária do desenvolvimento humano. Neste contexto, os adolescentes buscam a formação da identidade adulta, onde se apóiam nas relações afetivas. A educação sexual na adolescência busca ensinar e esclarecer questões relacionadas ao sexo/sexualidade, livre de preconceito e tabus. Na procura deste novo status na adolescência, as relações familiares e sociais são estabelecidas, e criadas concepções sobre si mesmo a partir de experiências próprias, inclusas as experiências sexuais. O Estatuto da Criança e do Adolescente considera o desenvolvimento sadio e harmonioso de ambos, direito fundamental, e sugere oferecer orientação especificamente a eles. Como é durante a adolescência que o desenvolvimento sexual adquire a sua plenitude, permitindo a procriação, é fundamental que este tema seja privilegiado por profissionais de saúde que atendem o adolescente. Nesse sentido, é fundamental abordar a sexualidade, especialmente com adolescentes institucionalizados, uma vez que é uma grande oportunidade para orientá-los sobre questões sexuais e identificar se há algum problema nesta área. É importante também chamar a atenção que lidar com questões relativas à sexualidade destes adolescentes é também mobilizar sentimentos e experiências do próprio adolescente que geralmente não teve a oportunidade de discutir a sexualidade nas relações familiares e sociais devido ao envolvimento com atos infracionais e consequentemente o afastamento da sociedade/família.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Relatar experiência durante ação educativa sobre sexo e sexualidade, com adolescentes infratores da Fundação Casa de Imperatriz-MA, destacando este local como ambiente favorável ao desenvolvimento da educação em saúde.
MÉTODOS:
Trata-se de um relato de experiência vivenciado por seis acadêmicos do curso de enfermagem da Universidade Federal do Maranhão - UFMA, como atividade integrante da disciplina Saúde da Criança e do Adolescente I. A ação educativa adotou como local a Fundação Casa de Imperatriz (FUNAC). A FUNAC é uma instituição Estadual destinada ao atendimento de menores infratores que devem cumprir medidas sócio educativas no período de internação. A ação educativa foi desenvolvida com nove adolescentes, sendo oito adolescentes do sexo masculino e uma adolescente do sexo feminino, que cumprem medidas provisórias neste local, no período de Janeiro a Março de 2013 quinzenalmente. Foram utilizadas como estratégias educativas: teatro, palestra, dinâmicas de aproximação e avaliação da atividade junto aos adolescentes, que facilitaram a abordagem sobre as modificações físicas e fisiológicas na adolescência, sexo, sexualidade, sendo privilegiada a abordagem preventiva da gravidez precoce e DST/HIV no exercício da sexualidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Abordou-se esta temática, em virtude do desejo expressado pelos próprios adolescentes da FUNAC em obter informações após a realização de escuta ativa destes, que manifestaram dúvidas diante de dificuldades e conflitos de relacionamento com os pais e sociedade pela ausência de informações sobre a sexualidade na etapa da adolescência. Durante a ação educativa, verbalizaram o entendimento que consideram o exercício da sexualidade como elemento importante na formação da identidade adolescente, manifestada através de múltiplas características e da iniciação sexual. Apresentaram-se durante a ação educativa envolvidos, atentos e participativos com questionamentos pertinentes à temática. Destaca-se o entendimento do adolescente sobre: a iniciação sexual, onde verbalizam ser ideal por volta dos 16 anos, onde consideram ser a época de maior maturidade do adolescente; a finalidade do preservativo onde compreendem ser fundamental à proteção de DST/HIV e gravidez precoce, e, imprescindível utilizá-lo regularmente em todas as relações sexuais.
CONCLUSÕES:
Através desse estudo notou-se que o adolescente interpreta a adolescência como fase frenética na busca por prazeres, onde a diversão é relatada como importante elemento da identidade sexual adolescente; assim, um momento único onde necessitam viver, todas as experiências que a fase proporciona, como, experimentação da sexualidade. A realização da atividade educativa com os adolescentes infratores no Município da experiência foi uma ação inédita, sendo avaliada pelos próprios adolescentes como fundamental a sua continuidade, onde trouxe á tona dúvidas inerentes à adolescência como período da iniciação sexual e uso do preservativo, demonstrando a importância da inserção do profissional de saúde junto aos adolescentes desta Instituição, também influenciado no resgate da importância deste adolescente para a sociedade.
Palavras-chave: Educação em Saúde, Sexualidade, Adolescentes.