65ª Reunião Anual da SBPC

F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 5. Economia Internacional

Internacionalização de empresas goianas – uma abordagem teórica

Gercione Dionizio Silva - Ciências Econômicas/Universidade Federal de Goiás (UFG) Andréa Freire de Lucena - Profa. Dra./Orientadora - Ciências Econômicas/Universidade Federal de Goiás (UFG

INTRODUÇÃO:

A empresa, de acordo com Root (1994), tem priorizado duas maneiras de acessar o mercado externo e, portanto, de se internacionalizar: exportação, que acontece por meio do envio de bens e serviços ao exterior, e investimento, que ocorre por meio de instalação de novas plantas industriais. Tem-se, no primeiro caso, a internacionalização comercial e, no segundo, a produtiva. Muitas pesquisas empíricas têm sido realizadas com as empresas brasileiras para compreender os fatores que foram determinantes na decisão delas internacionalizarem-se. Para o BNDES (1995), o fortalecimento do poder de competição e a capacidade de suprir o mercado regional são as principais motivações. Brasil, Leonel, Arruda e Goulart (1996) destacaram a necessidade de estar próximo ao cliente como principal motivo. Iglesias e Veiga (2002) listaram como fator preponderante a necessidade logística. As práticas exportadoras passaram a fazer parte da realidade de muitos empresários brasileiros. O país tem avançado rapidamente na internacionalização comercial. Todavia, poucas empresas realizam a internacionalização produtiva.

OBJETIVO DO TRABALHO:

Este artigo tem como objetivos conceituar o processo de internacionalização das empresas, discutir os modelos teóricos e, também, analisar preliminarmente as empresas goianas que realizam a internacionalização comercial e produtiva. As análises teóricas têm a finalidade de contribuir para a compreensão do processo de internacionalização das empresas goianas.

MÉTODOS:

Inicialmente, fez-se um levantamento bibliográfico no Portal Capes de periódicos. A leitura dos artigos foi acompanhada de um fichamento que auxiliou na elaboração desse trabalho. Depois, criou-se um banco de dados, a partir das informações disponibilizadas pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, sobre as empresas goianas que exportaram no período 2007-2011.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

As correntes teóricas que buscam explicar o processo de internacionalização podem ser distinguidas de acordo com a variável central de suas análises: Teoria do Poder de Mercado, controle de mercado (HYMER, 1976); Teoria da internacionalização, custo de transação (COASE, 1937); Paradigma Eclético, competitividade e tecnologia (DUNNING, 1980); Modelo de Uppsala, aprendizado/conhecimento (JOHANSON; WIEDERSHEIM-PAUL, 1975); Networks, redes de relacionamento (JOHANSON; MATTSON, 1988) e; Empreendedorismo Internacional, comportamento empreendedor (MCDOUGALL, 1989). Os resultados preliminares da pesquisa mostraram que o processo de internacionalização das empresas goianas é incipiente, pois são poucas aquelas que conseguem exportar de maneira continuada. No entanto, o processo de internacionalização está presente dentro das indústrias goianas. Apesar de o número de empresas goianas que exportaram de forma continuada no período 2007-2011 ser pequeno, o número de empresas que já iniciaram o seu processo de internacionalização e o número de estratégias adotadas pelas firmas para internacionalizarem-se são maiores.

CONCLUSÕES:

Não há consenso sobre o conceito de internacionalização na literatura estudada, mas pode-se afirmar que a internacionalização ocorre quando a empresa passa a ter sua produção, comercialização, e outras atividades influenciadas pelo mercado externo. A internacionalização pode ocorrer de várias formas e a escolha da firma sobre qual forma seguir vai depender dos seus objetivos e das suas capacidades. As estratégias utilizadas pelas firmas para alcançar a internacionalização costumam ser analisadas pelos vários modelos de internacionalização. Cada teoria estudada, anteriormente, explica o processo de internacionalização da firma a partir de pontos específicos. Cabe destacar que as firmas podem ser enquadradas em uma teoria ou em mais de uma. O processo de internacionalização das empresas goianas é incipiente, pois são poucas aquelas que conseguem exportar de maneira continuada. No entanto, o processo de internacionalização está presente dentro das indústrias goianas. A JBS é um caso bem sucedido de empresa goiana que, além de adotar a internacionalização comercial, conseguiu alcançar a internacionalização produtiva.

Palavras-chave: Internacionalização de empresas, Exportação, Goiás.