65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 13. Ensino Profissionalizante
JOVENS, ESCOLHAS E PERCURSO FUTURO: O JOVEM DE ENSINO TÉCNICO DE ESCOLAS DO DF.
Juliana Pereira Gomes - Faculdade de Educação - UnB
Bernardo Kipnis - Prof. Dr./Orientador - Faculdade de Educação - UnB
INTRODUÇÃO:
Atualmente no percurso educacional brasileiro, o jovem encontra como possibilidade de continuidade ao ensino fundamental, sua entrada no ensino médio ou no ensino técnico de nível médio. A possibilidade de continuidade pelo ensino técnico pode ser realizada nas modalidades integrada, concomitante e subsequente, de acordo com o Decreto nº 5.154 de 2004. Observamos, no entanto, que a relação entre educação básica e educação profissional sempre esteve marcada por uma dualidade estrutural (KUENZER, 2007, CIAVATTA e FRIGOTTO, 2005, CUNHA, 2000, CARVALHO e KIPNIS, 2010). O jovem se encontra, então, envolto em incertezas e dilemas presentes na atualidade e que acabam se tornando determinantes em suas escolhas.
OBJETIVO DO TRABALHO:
A presente pesquisa visa compreender a visão de jovens que estão matriculados no ensino técnico do Distrito Federal acerca de suas escolhas e perspectivas futuras, seja de continuidade na formação de ensino superior, seja de sua inserção no mundo de trabalho.
MÉTODOS:
Trata-se de uma pesquisa quali/quanti, iniciada pela visão qualitativa, onde foi realizado um grupo focal com 4 jovens do ensino técnico. A partir do grupo focal, foram levantadas as categorias “motivações e escolhas, contexto escolar e perspectivas futuras”, usadas para análise e elaboração de um survey, com maior amplitude de alcance. Para a análise quantitativa, que constitui a segunda parte da pesquisa, foram aplicados 500 questionários, divididos por turno (matutino, vespertino e noturno) e dependência administrativa (Pública – federal e estadual – e Privada) em escolas que ofertam o ensino técnico no DF.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A maioria dos jovens, nessa modalidade de ensino, já possui idade superior a 18 anos e metade da amostra ainda não está inserida no mundo laboral. Pelas análises realizadas, percebe-se que: i)a maior motivação dos jovens a escolherem o ensino técnico está em sua qualificação para o mercado de trabalho, visto a competitividade ao concorrerem a uma vaga de emprego e ao fato de ser uma formação mais rápida; ii) os jovens atribuem grande importância ao ensino superior, 83,8% pretendem dar continuidade à sua formação através do ingresso nesse nível de ensino; iii) sentem-se satisfeitos com a formação recebida no ensino técnico; iv) consideram que ainda existe uma desvalorização do profissional formado apenas no ensino técnico comparado àquele que possui o nível superior.
CONCLUSÕES:
Portanto, nota-se que o jovem escolhe o ensino técnico pela rapidez em sua formação e por abrir oportunidade de inserção mais imediata no mercado de trabalho, embora perceba esse nível mais desvalorizado por verem no ensino superior uma aspiração de continuidade, assim como no ensino médio. O debate atual, que vem ocorrendo no Conselho Nacional de Educação (CNE), gira em torno do tipo de formação que se espera para esse nível de ensino: o foco mais restrito na pedagogia das competências ou incluindo também uma formação mais ampla voltada para a vida cidadã desses jovens, visão esta levantada pela pesquisa, na percepção dos jovens. A educação profissional, tema abordado na pesquisa, vem atualmente sendo debatido e se tornando alvo de políticas públicas, o que desperta o interesse na continuidade do estudo nessa área.
Palavras-chave: Jovem do ensino técnico, Escolhas e perspectivas futuras, Escolas técnicas do DF.