65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 4. Farmacotecnia
DESENVOLVIMENTO DE SABONETES GLICERINADOS CONTENDO MANTEIGA DE TUCUMÃ (Astrocaryum tucuma Mart.)
Ana Caroline dos Santos Castro - Graduanda em Ciências Farmacêuticas - UFAM
Naiana Luzia Silva de Souza - Graduanda em Ciências Farmacêuticas - UFAM
Giana Thais Kauffman - Profa. Msc./ Orientadora - Ciências Farmacêuticas - UFAM
INTRODUÇÃO:
O hábito de limpeza diária auxilia a manter a pele com aparência saudável. Sabonetes em barra ocupam papel de destaque no mercado brasileiro de produtos para higiene pessoal. São preparações apropriadas para a limpeza da pele e tem como finalidade remover o filme oleoso e partículas de sujeira presentes na pele. Para diminuir o ressecamento que estes produtos podem provocar a pele, estes são adicionados de substâncias emolientes. A manteiga de Tucumã (Astrocaryum tucuma Mart.) é um excelente emoliente que apresenta alto poder de espalhabilidade e proporciona toque sedoso e macio à pele. Formulações de qualidade requerem estudos específicos, considerando as características físicas, físico-químicas e químicas, tanto da base, da manteiga a ser incorporada quanto do produto final. Algumas cooperativas extratoras de óleos, como a de Manaquiri/AM, produzem sabonetes a partir de massas base comerciais, porém sem a inserção de óleos vegetais. O acesso a essas informações de obtenção de sabonetes de qualidade baseada em pesquisas pode agregar maior valor e confiabilidade ao produto final colaborando com o desenvolvimento socioeconômico regional.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Desenvolver formulações de sabonetes com massas base glicerinadas comerciais de duas marcas diferentes, três tipos cada (perolada, branca e transparente), com a manteiga de tucumã (Astrocaryum tucuma Mart.) na concentração de 7,5% (p/p). Avaliar a qualidade das formulações pelos testes de rachadura, perda de massa por amolecimento, formação de espuma, alcalinidade livre e pH.
MÉTODOS:
A manteiga de tucumã foi adicionada a base e levada a banho Maria a 65 ºC. Após fusão e homogeneização, o material foi transferido para formas de silicone e desenformado após 24h em temperatura ambiente e 2h em geladeira. Os protótipos obtidos tiveram a sua qualidade aferida nos testes de perda de massa por amolecimento, rachadura, altura de espuma, pH e alcalinidade livre. Os resultados foram comparados aos obtidos com os sabonetes produzidos sem a matéria graxa em testes conduzidos em paralelo. Os testes foram realizados em triplicada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os ensaios realizados indicaram que todos os sabonetes obtidos com a concentração de 7,5% da manteiga de tucumã (MT) sofreram uma significativa perda de massa por amolecimento. A quantidade variou de uma marca para outra bem como entre seus tipos. Para a marca 1 a maior perda de massa em relação ao de referência (sem a manteiga) foi para o tipo transparente (63,7%) quando comparada ao mesmo tipo da marca 2 (16,31%). Os tipos branca (28,6%) e perolada (20,3%) da marca 1 apresentaram menor perda de massa por amolecimento que a marca 2 (34,0% e 22,4%). Nenhum dos sabonetes formulados e testados apresentou qualquer grau de rachadura. A quantidade de espuma formada dos protótipos também apresentou variações, sendo que da marca 2 os três tipos testados apresentaram redução na quantidade de espuma formada em relação ao controle. Da marca 1 os três tipos apresentaram um aumento na quantidade de espuma formada. A MT influenciou no pH dos sabonetes, havendo diminuição destes. Todos os protótipos apresentaram pH dentro da faixa indicada segundo ANVISA (2008) & RIBEIRO (2006) e isentos de alcalinidade livre. A perda de massa por amolecimento, rachadura e quantidade de espuma formada é relacionada pelo consumidor à qualidade e eficiência do produto final.
CONCLUSÕES:
Segundo os resultados das análises de qualidade verificou-se que as duas marcas diferem entre si, bem como seus tipos. A adição da manteiga de tucumã na concentração de 7,5% (p/p) influenciou provocando diferentes perdas de massa por amolecimento para as duas marcas testadas. Para o tipo branca e perolada da marca 1, houve uma diminuição na quantidade de espuma formada, no entanto, para a marca 2 obteve-se um resultado positivo para todos os tipos. Para os testes de rachadura, pH e alcalinidade livre os protótipos se mostraram favoráveis para as duas marcas. Visando melhorar a qualidade da formulação e a fim de ajustar as propriedades dos sabonetes incorporados da manteiga de tucumã deverão ser realizados ensaios com menores concentrações do ativo vegetal.
Palavras-chave: Emoliente, Qualidade, Flora Amazônica.