65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
LUAU ASTRONÔMICO: A INDISSOCIABILIDADE ENTRE PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS.
Felipe Damasio - Professor de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico doInstituto Federal de Santa C
Adriano Antunes Rodrigues - Professor de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Santa
Filipe Duarte Calado - PIBID/Licenciatura em Ciências da Natureza do Instituto Federal de Santa Catarin
Hilson José Gabriel Filho - PIBID/Licenciatura em Ciências da Natureza do Instituto Federal de Santa Catarin
Juliano André Lazzarotto - PIBIC/Licenciatura em Ciências da Natureza do Instituto Federal de Santa Catarin
Thiago Costa Farias - PIBID/Licenciatura em Ciências da Natureza do Instituto Federal de Santa Catarin
INTRODUÇÃO:
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina tem como um de seus pilares a indissociabilidade entre pesquisa, ensino e extensão, conforme o Projeto Pedagógico Institucional. O curso de Licenciatura em Ciências da Natureza com habilitação em Física do campus Araranguá, criado em 2009, tem promovido diversas ações para que esta indissociabilidade esteja presente na formação inicial dos licenciandos. O projeto “Choque de Ciência” é um exemplo destas ações, nele os alunos pesquisaram e desenvolveram atividades de ensino de ciência (experimentos e amostras), relacionadas com temas de filmes e livros de terror e suspense. Os experimentos foram apresentados em uma amostra para alunos da e escolas públicas e comunidade externa (atividade de extensão) na Sexta-feira dia 13 de maio de 2011. Outro projeto foi o “Ciência Massa”, desenvolvido durante os anos de 2009 e 2010 por meio de ações de extensão de divulgação científica nos colégios e museus das cidades da região de Araranguá com metodologias de ensino pesquisadas e desenvolvidas pelos licenciandos. Para articular ações desta natureza na área de divulgação científica de Astronomia foi fundado o Clube de Astronomia de Araranguá (CA²) em 2012 por professores e alunos do curso de licenciatura do IFSC. A experiência de ensino aprendizagem relatada neste trabalho é uma das ações decorrentes do CA² e foi intitulada como “Luau Astronômico”.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Os objetivos foram contribuir para formar licenciandos capazes de atuar como divulgadores científicos e em ambientes não formais, promover atividades de divulgação científica para o público da região de Araranguá e fomentar a indissociabilidade entre pesquisa, ensino e extensão com a pesquisa pelos licenciandos de metodologias para a ação de ensino implantada por meio de um projeto de extensão.
MÉTODOS:
Dois professores orientaram os bolsistas a pesquisassem e planejarem uma experiência de divulgação científica de Astronomia com diversas atividades paralelas que deveriam ser executadas entre 22h e 4h dentro do campus Araranguá do IFSCno dia 8 de março, para coincidir com a passagem do cometa Panstarss. As atividades pesquisadas, desenvolvidas e implantadas foram: (i) observações com cinco telescópios que incluíram a Lua, o cometa Panstarss e o planeta Saturno, (ii) elaboração, construção e explicação no dia da atividade para o público de três painéis luminosos que abordavam escalas do Universo, vida e morte das estrelas e a escala temporal do Universo, (iii) palestras sobre temas diversos como cometas, planetas, estrelas e espectroscopia e (iv) sessão de cinema intitulada ‘Cinema nas Estrelas’ que exibiu um filme sobre queda de meteoros seguido de uma discussão sobre o tema. Além de todas as atividades de ensino, o público convidado era orientado a trazer lanches para participar do piquenique que ocorreu às 2h. Todas as atividades ocorreram dentro do campus do IFSC-Araranguá, em seu pátio externo, auditório e na sede do Clube de Astronomia de Araranguá. Participaram do evento, além do público geral convidado pelas redes sociais e impressa local, alunos das escolas parceiras do PIBID/IFSC, e os bolsistas como monitores das atividades.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os resultados consistem no avanço em relação aos objetivos da experiência de ensino-aprendizagem. O evento consistiu em uma atividade de ensino executada como projeto de extensão, voltado à disseminação do conhecimento científico junto ao público externo. Além disso, envolveu os estudantes em atividades de pesquisasobre os temas tratados no evento e, especialmente, sobre referenciais teóricos de ensino aplicáveis à popularização da ciência no contexto planejado. As atividades foramidealizadas e desenvolvidas pelos licenciandos sob orientação de dois professores. Os licenciandos atuaram como divulgadores da ciência por meio da produção do material para as diversas atividades, voltadas a um público não especializado, em ambientes não formais e horários não habituais para ações de ensino e extensão tradicionalmente desenvolvidos naquela instituição. Quanto à receptividade do público, a experiência foi considerada exitosa e interessante, pois apesar do mau tempo, o evento recebeu mais de uma centena de pessoas compareceram e grande parte permaneceu até o final das atividades. A repercussão na mídia foi outro ponto de destaque, com reportagens na televisão local, entrevistas em programas de rádio da cidade e matérias em jornais impressos e digitais da região. O grande avanço é que a intencionalidade formativa, tanto dos licenciandos envolvidos quanto da comunidade participante, já vêm se consolidando como marca do curso de Licenciatura em Ciências do IF-SC, campus Araranguá.
CONCLUSÕES:
A formação de professores não é um processo rápido. Na licenciatura do IF-SC, campus Araranguá, os professores buscam, por meio do Clube de Astronomia, promover atividades durante toda a formação inicial dos licenciandos que lhes permitam exercer uma docência comprometida com a formação de cidadão. O curso aborda a formação inicial buscando problemas concretos e próximos aos alunos da Educação Básica, como na experiência relatada neste trabalho. O objetivo é formar professores de Ciência que não tratem seus alunos da Educação Básica como pequenos cientistas sendo preparados para o Ensino Superior, mas sim como cidadãos que devem ser aproximados da ciência e terem um conhecimento que lhes permitam serem críticos em relação a ela e outras formas de conhecimento. Isso justifica a opção pela formação de professores capazes de atuar como divulgadores da ciência em ambientes não formais. A resposta dos licenciandos e do público por eles atingido nas atividades tem sido muito positiva, como pôde ser vista na atividade Luau Astronômico.
Palavras-chave: Desenvolvimento de metodologia de ensino, Divulgação científica, Astronomia.