65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 1. Bioquímica da Nutrição
COMPARAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS E DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE FRUTAS ORGÂNICAS E CONVENCIONAIS
Lana de Souza Rosa - Depto.de Tecnologia de Alimentos, EN-UNIRIO.
Danielle dos Santos Bonfim - Depto.de Tecnologia de Alimentos, EN-UNIRIO.
Anderson Junger Teodoro - Prof. Dr./Orientador Depto.de Tecnologia de Alimentos, EN-UNIRIO
INTRODUÇÃO:
Existe atualmente uma importante relação inversa entre o consumo de frutas e hortaliças e a menor incidência de doenças crônicas não transmissíveis. Frutas e hortaliças, além de fornecerem componentes importantes para desempenharem funções básicas do organismo como por exemplo, ácido ascórbico e betacaroteno, são fontes de compostos bioativos diretamente associados à prevenção de doenças. As ações fisiológicas exercidas pelos compostos presentes nas frutas já foram relacionadas à prevenção de doenças, principalmente em função da elevada capacidade antioxidante. (Faller e Fialho, 2009).
Os alimentos orgânicos têm sido discutidos e valorizados no mundo moderno, como alternativa a produção convencional, principalmente pela aceitação desses alimentos como adequados à saúde. O aumento do interesse do consumidor pelos alimentos orgânicos faz surgir à necessidade do conhecimento, com bases científicas, sobre as alegações de qualidade nutricionais atribuídas aos produtos orgânicos. Diversos autores relatam que as considerações sobre o impacto do sistema orgânico de produção na biodisponibilidade de nutrientes e o teor de compostos antioxidantes têm recebido pouca atenção, mas são importantes diretrizes para futuras pesquisas.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo do presente trabalho foi comparar as características físico-químicas e a atividade antioxidante de frutas orgânicas e convencionais.
MÉTODOS:
Inicialmente, foi realizada uma pesquisa para identificar os produtores, os estabelecimentos e as principais frutas orgânicas comercializadas na cidade do Rio de Janeiro. Após esta etapa, amostras de limão tahiti e laranja orgânicas (com selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica) (n=5), orgânicas (sem selo) (n=5) e convencionais (n=10) foram adquiridas em 15 estabelecimentos comerciais do Município do Rio de Janeiro, no período de agosto a dezembro de 2011. Todas as amostras supracitadas sofreram as seguintes análises: açúcares totais, ºBrix, vitamina C, densidade, acidez, peso e volume do suco obtido de acordo com Adolf Lutz (2008). A atividade antioxidante foi avaliada pelo ensaio de DPPH. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e as médias comparadas através do teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade, utilizando-se o programa GraphPadPrism 4.0 e Statistical 6.0.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Na pesquisa de campo observou-se que o limão tahiti e laranja foram as frutas orgânicas mais encontradas nos estabelecimentos comerciais pesquisados na cidade do Rio de Janeiro, sendo portanto as escolhidas para comparação das análises físico-químicas. Os resultados das características nutricionais mostraram que as amostras orgânicas de limão tahiti e laranja apresentaram valores médios superiores de acidez (5,72±0,14 e 0,66±0,03 respectivamente) quando comparados às frutas convencionais (5,46±0,05 e 0,45±0,01), não havendo diferença estatística (p>0,05) entre as amostras de limão tahiti orgânico certificado e convencional. Não foram constatadas diferenças significativas (p>0,05) nos valores de densidade e ácido ascórbico nas amostras de limão tahiti e laranjas orgânicas e convencionais. Entretanto, o limão tahiti orgânico apresentou valores de açúcares totais e ºBrix mais elevados comparados às amostras convencionais, somado a valores superiores de açúcares totais nas amostras de laranja orgânica em relação às convencionais. Em relação à atividade antioxidante, observou-se um aumento no percentual de redução do radical DPPH nas amostras orgânicas em comparação as frutas convencionais, não havendo diferença estatística (p> 0,05) entre as frutas orgânicas e orgânicas certificadas.
CONCLUSÕES:
As frutas orgânicas apresentaram valores de acidez, açúcares totais e de atividade antioxidante superiores as frutas convencionais. O processo de certificação orgânico parece não modificar a composição físico-química do limão tahiti e laranja orgânica. Os dados indicam uma grande variação entre os lotes analisados, reforçando a necessidade de uma maior padronização na produção de frutas, sem a perda da qualidade nutricional.
Palavras-chave: Limão Tahiti, Frutas, Compostos bioativos.