65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 2. Microbiologia Aplicada
INFLUÊNCIA DE CONCENTRAÇÕES SUB-INIBITÓRIAS DE RIFAMPICINA NA PRODUÇÃO DE BIOFILME POR Staphylococcus aureus
Henry Marcel Zalona Fernandes - Departamento de Microbiologia e Parasitologia; UNIRIO
Agostinho Alves de Lima e Silva - Orientador - Departamento de Microbiologia e Parasitologia; UNIRIO
Carmen Soares de Meirelles Saramago - Departamento de Microbiologia e Parasitologia; UNIRIO
Renato Geraldo da Silva Filho - Departamento de Microbiologia e Parasitologia; UNIRIO
Rubens Clayton da Silva Dias - Departamento de Microbiologia e Parasitologia; UNIRIO
Cleonice de Alves Bento - Departamento de Microbiologia e Parasitologia; UNIRIO
INTRODUÇÃO:
Staphylococcus aureus pode aderir a tecidos ou estruturas inertes, através de fatores inespecíficos e adesinas especificas, permitindo a formação de biofilme e o desenvolvimento de infecções, por vezes associadas a procedimentos invasivos, como implantação de cateteres. Atualmente têm sido estudadas medidas de prevenção para evitar processos infecciosos através da impregnação desses dispositivos com agentes antimicrobianos, como a rifampicina, tanto externamente quanto na superfície luminal de catéteres. Entretanto, a expressão dos genes que codificam a aderência bacteriana e a formação de biofilme pode ser influenciada pela presença de concentrações sub-inibitórias de antimicrobianos, permitindo admitir que catéteres impregnados com rifampicina podem vir a favorecer a colonização de S. aureus mediada por biofilme, caso eles não mantenham a concentração inibitória durante todo o período de contato com os tecidos do hospedeiro.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a influência de concentrações sub-inibitórias de rifampicina na produção de biofilme por S. aureus.
MÉTODOS:
Cinco amostras de S. aureus estocadas a partir do isolamento de portadores nasais, foram ativadas em Caldo Soja Tripticaseína (TSB). Após crescimento, foram preparadas suspensões bacterianas e soluções de diluições seriadas de rifampicina, que foram transferidas para placa de microtitulacao de 96 poços. Após incubação das placas por 24h a 35°C, procedeu-se à quantificação da produção de biofilme.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As amostras demonstraram intensificação na produção de biofilme, quando crescidas na presença de concentrações sub-inibitórias de rifampicina. Os aumentos mais expressivo foram evidenciados nas concentrações correspondentes a 1/2 e 1/4 da Concentração Minima Inibitória (MIC) de rifampicina. Os aumentos variaram de 190 a 1680%, em relação ao comportamento das amostras controle.
CONCLUSÕES:
Concentrações sub-inibitorias de rifampicina estimularam expressivamente a produção de biofilme por S. aureus na superfície de poliestireno, principalmente em concentrações correspondentes a 1/2 e 1/4 de MIC, permitindo hipotetizar que pacientes submetidos ao tratamento com rifampicina, e que fazem uso de dispositivos de implantes, podem apresentar maior suscetibilidade para a colonização estafilocócica de tais dispositivos. Adicionalmente, deve-se considerar que os cateteres revestidos com rifampicina podem também favorecer a implantação do microrganismo, caso ocorra progressiva perda de atividade da droga com o passar do tempo.
Palavras-chave: Staphylococcus aureus, Rifampicina, Biofilme.