65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 2. Biologia Geral - 3. Biologia Geral
ABORDANDO O CONSUMO DE DROGAS PSICOTRÓPICAS: UM TRABALHO DE PREVENÇÃO.
Wolney Vergilio Pires - Dep. de Bioquímica e Biologia Molecular, ICB – UFG.
Izadora Cristina Moreira de Oliveira - Dep. de Bioquímica e Biologia Molecular, ICB – UFG.
Anália Cirqueira Milhomem - Dep. de Bioquímica e Biologia Molecular, ICB – UFG.
Stéfani Sousa Borges - Dep. de Bioquímica e Biologia Molecular, ICB– UFG.
Fabrícia Paula de Faria - Profª Dep. de Bioquímica e Biologia Molecular, ICB – UFG.
Rosália Santos Amorim Jesuino - Profa. Dra./Orientadora – Dep. de Bioquímica e Biologia Molecular, ICB - UFG
INTRODUÇÃO:
Segundo o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas, as drogas psicotrópicas ou, drogas de abuso, constituem substâncias químicas, naturais ou sintéticas que apresentam atividade sobre o sistema nervoso central, alterando o seu funcionamento. As drogas de abuso constituem reconhecidamente um problema de dimensões nacionais e internacionais, que afeta toda a sociedade, desestruturando a vida tanto de usuários, quanto de não usuários. A adolescência se mostra como uma fase crítica neste contexto, uma vez que constitui uma época de exposição e vulnerabilidade às drogas, suscitando grandes preocupações. Entre as drogas psicotrópicas, a cocaína é considerada a droga de maior potencial em provocar dependência, principalmente quando utilizada sob a forma de crack (cloridrato de cocaína) e apresenta uso crescente nos últimos anos. O Brasil é o segundo maior consumidor de cocaína e derivados, atrás apenas dos Estados Unidos, de acordo com o segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD), realizado pela Universidade Federal de São Paulo. Segundo o IBGE, em uma pesquisa realizada em 2009, 8,2% dos estudantes já usaram alguma droga ilícita na região de Goiânia, o que justifica a realização deste trabalho com essa população não só em Goiânia, mas também na região metropolitana.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho foi avaliar o nível de conhecimento dos adolescentes sobre drogas, por meio da aplicação de questionários antes e após o desenvolvimento da ação; contribuir na formação de práticas inovadoras de ensino dentro de uma estratégia de combate ao uso de drogas nas escolas e traçar um perfil do uso de drogas entre os estudantes das instituições envolvidas no projeto.
MÉTODOS:
O público-alvo deste trabalho foi adolescente da rede pública de ensino fundamental e médio dos municípios de Senador Canedo, Goiânia e Aparecida de Goiânia - GO. Participaram desta ação três escolas e um total de 202 alunos. A avaliação do nível de informação dos alunos sobre o tema foi obtida por meio da aplicação de questionários que abordaram conceitos sobre drogas psicotrópicas e sua relação com dependência, abstinência e tolerância. Esta mesma coleta de dados também ocorreu no final da realização das atividades, o que possibilitou avaliar se a ação foi efetiva ou não. O levantamento foi realizado por meio de um questionário anônimo, auto aplicado, que tratou tanto do consumo de drogas lícitas, como de drogas ilícitas. Avaliou-se também a situação de uso destas drogas (em casa, na escola ou na rua) e a frequência de consumo. Foram ministradas palestras sobre o tema drogas, tráfico e consequências do consumo, onde os aspectos da dependência física e psíquica foram priorizados, além da desintegração da vida familiar e social provocados pelo uso de drogas, bem como o tratamento dos dependentes. As palestras foram organizadas de forma a se adequar a faixa etária dos alunos envolvidos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As análises dos dados contidos nos questionários aplicados indicaram que 19% dos alunos desconheciam o que eram drogas, antes das palestras. 90% dos entrevistados relataram que os conteúdos a eles apresentados contribuíram para um melhor aprendizado sobre drogas e 10% aprenderam sobre esse tema por meio desta ação. Ao questionar como as drogas interferem em suas vidas, observou-se que alguns alunos marcaram mais de uma opção, sendo, desta forma, capaz de interferir principalmente no sono, estudo/trabalho e nas relações sociais. Também foi investigado por qual outro meio os alunos recebiam informações sobre drogas além da escola, onde 94% afirmaram ser a televisão, comprovando a importância desse meio de comunicação para as famílias brasileiras, contribuindo na prevenção do envolvimento dos adolescentes com as drogas. Verificou-se também que 22% dos jovens entrevistados já haviam entrado em contato com drogas, observou-se que 15% desses 22% eram meninos, isso indica que o consumo é mais prevalente em jovens do sexo masculino. É interessante ressaltar que 81% dos adolescentes tinham conhecimento prévio sobre drogas anterior às palestras, ressaltando que se deve intensificar a abordagem deste tema, com o objetivo de reduzir o envolvimento dos jovens com as drogas.
CONCLUSÕES:
A realização deste estudo permitiu concluir que a maioria dos alunos sabe quais são os tipos de drogas, licitas e ilícitas, porém compreendem pouco sobre como elas afetam seu organismo e sua rotina diária. O consumo é mais prevalente entre jovens e adultos do sexo masculino, o que pode indicar uma associação do envolvimento desses jovens com drogas e crimes, estes podendo ser observados em fontes comuns como jornais, televisão e revistas. Dentre as fontes de mais importância para prevenção ao uso de drogas, está o meio televisivo, assim, torna-se necessário a adoção de ferramentas metodológicas e conceituais mais eficientes que permitam atingir o público alvo. Apesar dos alunos conhecerem o que é drogas, eles podem receber ainda mais informações sobre a prevenção contra drogas e contribuir ainda mais com o cuidado de sua saúde. Assim, nosso trabalho contribuiu para o desenvolvimento e planejamento de intervenções em saúde, facilitando o acesso desses alunos a conceitos importantes sobre drogas a fim de evitar complicações futuras.
Palavras-chave: adolescência, drogas, saúde pública.