65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 1. Climatologia
ANÁLISE DO ALBEDO EM UM ECOSSISTEMA DE FLORESTA EM HUMAITÁ - AM NO PERIODO CHUVOSO EM 2012
Vagner Marques Pavão - Aluno - Universidade Federal do Amazonas (UFAM) - campos de Humaitá IEAA
Carlos Alexandre Santos Querino - Prof. Msc./Orientador - Universidade Federal do Amazonas (UFAM) - IEAA
Paulo André da Silva Martins - Aluno - Universidade Federal do Amazonas (UFAM) - campos de Humaitá IEAA
Marta Patrícia Ramires Lujan - Aluno - Universidade Federal do Amazonas (UFAM) - campos de Humaitá IEAA
INTRODUÇÃO:
A floresta amazônica é reconhecida amplamente como importante fonte de energia e umidade para os processos físicos, químicos e biológicos que ocorrem em escala local e global na atmosfera tropical (GALVÃO et al., 2000), uma vez que, a vegetação funciona como um receptor e armazenador de energia, e permite que parte da radiação solar incidente sobre a superfície não se perca (QUERINO et al., 2006). Sabe-se também que a energia disponível em um determinado local depende da combinação de diversos fatores dos quais se destaca o albedo por ser considerado a principal variável no balanço de radiação terrestre (QUERINO et al., 2006, GIONGO et al., 2009). Por sua vez, o albedo é uma medida adimensional, calculado a partir da razão entre a radiação solar refletida e incidente, representando, portanto, a taxa de radiação solar incidente que é refletida pela superfície (GARCIA et al., 2004).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Diante do exposto acima, o presente estudo teve como objetivo analisar o albedo durante a estação chuvosa, em um ecossistema de floresta nativa em Humaitá, Amazonas.
MÉTODOS:
Humaitá é detentora de uma vasta variedade de tipos de vegetação e com uma estação chuvosa entre os meses de outubro e abril, (ZENG, 1999; COSTA and FOLEY, 1999; MARENGO, 2006, 2005). O município está situado à margem esquerda do Rio Madeira, afluente da margem direita do Rio Amazonas, dista cerca de 200 km de Porto Velho e 675 km de Manaus pela Rodovia BR-319 (MARTIN et al., 2006).
Os dados foram coletados em um ecossistema de floresta densa no período chuvoso em Humaitá – AM. A Radiação Global (Rg) foi obtida com os piranômetros modelo CNR1 Kipp & Zonne (Delft, Holanda) instalados em uma torre micrometeorológica (7° 32' 2,16" S e 63°14' 37,65" W, 76,8m) com 45 metros de altura pertencente ao projeto CENÁRIOS. Os dados coletados foram armazenados e processados em médias horárias mensais para uma melhor compreensão da variação diurna do albedo.
Para o cálculo do albedo, utilizou-se a razão entre radiação solar global refletida e incidente que é:
&alpha é igual à Rf divido por Rg vezes cem por cento
Onde:
&alpha é igual ao albedo superficial, em porcentagem;
Rf é igual a radiação solar global refletida, em W m-2;
Rg é igual a radiação solar global incidente, em W m-2.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os valores médios mensais para o albedo nos meses de janeiro, fevereiro, março e abril (período chuvoso) foram 11,9; 12,2; 12,2 e 12,9 por cento, respectivamente. Verifica-se um aumento do albedo com o passar dos meses ocasionado possivelmente pela movimentação meridional do Sol. Analisando as médias horárias para o período estudado, nota-se que no inicio da manhã e final da tarde, foram os períodos com os maiores valores médio mensais para o albedo, com um máximo médio mensal de 17 por cento. No entanto, LEITÃO et al. (2002) afirma que próximo do nascer e pôr do sol, as irregularidades no topo dos dosséis podem produzir reflexões laterais aumentando o albedo. QUERINO et al. (2006) também atribui esses valores de albedo a variação do ângulo zenital (Z), uma vez que os maiores valores de albedo estão em função da maior inclinação dos raios solares. Comparando os valores do albedo entre 9 e 16 horas com os valores obtidos entre 6 e 7 horas verifica-se que houve uma redução de aproximadamente 8 pontos percentuais. Isso pode ser explicado devido ao fato do sol formar um menor ângulo com o zênite local nesse horário.
CONCLUSÕES:
Os maiores valores de albedo foram notados no início da manhã e final da tarde, possivelmente por conta de um maior ângulo zenital.
Atribui-se a variação mensal a uma possível variação na coloração da copa das árvores, pois a mesma tende a ser influenciada pela sazonalidade.
No período entre 9 e 16 horas o albedo permaneceu praticamente constante com um valor médio de 10,2 por cento, voltando a aumentar às 17 horas. Corroborando assim com Moura et al. (1999) apud QUERINO et al. (2006) que afirmou que a constância dos valores do albedo em determinada hora do dia não está somente relacionada com o ângulo zenital, mas também com a nebulosidade, geometria da copa e tipo de planta.
Palavras-chave: meteorologia, albedo, floresta amazônica.