65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 5. Zoologia Aplicada
Viabilidade laboratorial de Coleomegilla maculata tendo como presas Spodoptera frugiperda, Anagasta kuehniella ou Schizaphis graminum
Guilherme Dantas de Faria - Instituto Federal Goiano – Câmpus Urutaí
Hafez Kallout - Instituto Federal Goiano – Câmpus Urutaí
Rodolpho Fernandes dos Santos Lima - Instituto Federal Goiano – Câmpus Urutaí
Thiara Silvestre Nascimento - Instituto Federal Goiano – Câmpus Urutaí
Alexandre Igor de Azevedo Pereira - Instituto Federal Goiano – Câmpus Urutaí
Carmen Rosa da Silva Curvêlo - Instituto Federal Goiano – Câmpus Urutaí
INTRODUÇÃO:
A busca por métodos alternativos de controle de pragas aos químicos sintéticos e com qualidade diferenciada é uma realidade. O controle biológico de insetos, ao utilizar a própria natureza, pela manutenção ou liberação de inimigos naturais, evita ou reduz as aplicações de produtos químicos nas culturas e contribui para o manejo sustentável (Zanuncio et al., 2011). O controle biológico é uma tática importante do Manejo Integrado de Pragas em olericultura e em cultivos de plantas medicinais, aromáticas e condimentares (Vail et al., 2001).
Insetos predadores e parasitóides podem ser utilizados em programas de controle biológico de pragas. Espécies de Coccinellidae conhecidas, também, como joaninhas, podem suprimir pragas (Silva et al., 2010). As joaninhas apresentam grande atividade de busca, ocupando todos os ambientes de suas presas (Özgökçe et al., 2006).
Coleomegilla maculata De Gerr, 1775 (Coleoptera: Coccinellidae) tem potencial para o controle biológico de pragas. Essa espécie pode ser criada em laboratório, o que representa uma vantagem adicional sobre outras espécies. É um inseto cosmopolita e o tipo de alimento pode afetar seu desenvolvimento (Santos-Cividanes et al., 2011).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este trabalho teve como objetivo avaliar características biológicas de C. maculata com as presas Anagasta kuehniella, Spodoptera frugiperda e o pulgão-verde Schizaphis graminum
MÉTODOS:
O experimento foi realizado no Laboratório de Criação de Insetos (LACRI) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA Milho e Sorgo) em Sete Lagoas, Minas Gerais, Brasil em sala climatizada sob temperatura de 25°C, umidade relativa do ar de 70% e 12 horas de fotoperíodo. Larvas recém-eclodidas de C. maculata, de uma criação mantida no LACRI, foram utilizadas. Esses insetos foram individualizados em copos plásticos de 50,0mL com ovos de S. frugiperda, ninfas e adultos do pulgão-verde S. graminum ou ovos de A. kuehniella. O delineamento experimental foi, inteiramente, casualizado, com 48 repetições.
Avaliações diárias foram realizadas durante o estágio larval e as datas das mudanças de estádios anotadas. O estágio larval e pupal foram também avaliados. Casais foram mantidos em copos semelhantes aos utilizados para a criação das larvas após atingirem a fase adulta, nas mesmas condições de laboratório e recebendo diariamente o alimento correspondente ao oferecido às larvas. Esses indivíduos foram utilizados para se obter sua fecundidade, fertilidade e longevidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A duração do primeiro estádio de C. maculata foi semelhante entre os três tratamentos (S. frugiperda, S. graminum e A. kuehniella) e com reduzida diferença entre os alimentos nos estádios subseqüentes, sugerindo que foram suficientes para o desenvolvimento larval desse predador. A taxa de sobrevivência de C. maculata foi alta após alimentação com essas presas. Isto mostra que esse predador se adapta bem a diferentes tipos de dieta, podendo ser criado em grande escala em laboratório com ovos da traça-das-farinhas A. kuehniella, um hospedeiro padrão para criações de insetos em laboratório, especialmente parasitóides de ovos como o Trichogramma spp. e Telenomus spp. (Tavares et al., 2009; 2010) em função da facilidade de manuseio e baixo custo da criação ou utilizada no campo para o controle de pragas importantes em olerícolas e plantas medicinais, aromáticas e condimentares.
CONCLUSÕES:
Coleomegilla maculata pode ser criado em laboratório e liberado para o controle biológico em áreas de produção agroecológica ou orgânica na olericultura.
Palavras-chave: insetos-pragas, joaninhas, predador.