65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 4. Parasitologia Geral
CONTAMINAÇÃO DE ALFACES (Lactuca sativa ) PROVENIENTES DE RESTAURANTES SELF-SERVICE DA CIDADE DE RECIFE, PERNAMBUCO
Jessica Priscilla Pereira de Souza Avelino - Depto.de Enfermagem - UFPE
Natália Gomes de Morais - Depto.de Medicina Tropical, UFPE
Lais Regina Gomes de Barros Martins - Depto.de Biomedicina, UFPE
Thalita Milena Araújo Xavier de Amorim - Depto.de Nutrição, UFPE
Nara Nascimento do Vale - Depto.de Biomedicina, UFPE
Francisca Janaina Soares Rocha - Profa. Dra./Orientadora - Depto.de Medicina Tropical - UFPE
INTRODUÇÃO:
As doenças veiculadas por alimentos in natura são resultantes predominantemente do ciclo de contaminação fecal/oral, e seu controle tem recebido atenção cada vez maior em todo mundo. Entretanto, no Brasil são poucos os trabalhos que avaliam a qualidade das hortaliças consumidas pela população. Este tipo de estudo torna-se importante por contribuir com informações relevantes sobre as condições das hortaliças comercializadas em restaurantes self-service com o intuito de alertar a população, além de empregar a utilização de medidas profiláticas eficazes.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a contaminação por enteroparasitas em folhas de alfaces (Lactuca sativa ) comercializadas em restaurantes self-service por quilo da cidade de Recife, Pernambuco.
MÉTODOS:
Foram coletadas, em dias diferentes, duas amostras de alface em 10 restaurantes da Cidade Universitária de Recife, Pernambuco. As amostras foram tratadas com 250 mL de soro fisiológico, três gotas de detergente comercial neutro e agitadas manualmente por 20 minutos. Posteriormente, este material foi submetido à análise parasitológica pelo método de sedimentação espontânea de Hoffman, Pons & Janer (1934). Após 24 horas de repouso, foram confeccionadas duas lâminas com o sedimento, e analisadas por microscopia óptica.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Dentre todas as alfaces analisadas, 50% apresentaram-se contaminadas por estruturas parasitárias. Os parasitas encontrados foram: Iodamoeba butschlii (5%), Entamoeba histolytica/ Entamoeba dispar (20%), Giardia lamblia (20%), Entamoeba nana (2%), Enterobius vermiculares (5%), Ascaris lumbricoides (10%) e Ovos de Ancilostomídeos (10%). Estes resultados demonstram deficiência na higienização e na manipulação dos alfaces. Segundo Melo e colaboradores (2011), as folhas de alfaces possuem maior contato com o solo durante seu cultivo, e isto permite maior fixação das estruturas parasitárias, propiciando, então, maior resistência aos processos de higienização. Tal fato incita a necessidade de maior orientação aos produtores e manipuladores quanto à correta higienização das hortaliças, reduzindo, desta forma, doenças parasitárias veiculadas por alimentos.
CONCLUSÕES:
As alfaces provindas dos restaurantes estudados apresentaram padrão de qualidade higiênico-sanitário inadequado. Em virtude disto, é imprescindível a implementação de formas de higienização deste alimento com o intuito de evitar a disseminação de enteroparasitas veiculadas pelo consumo de alfaces contaminadas.
Palavras-chave: Alimentação Coletiva, Doenças Parasitárias, Higiene dos Alimentos.