65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 2. Engenharia Agrícola - 4. Engenharia de Água e Solo
CALIBRACAO DE SENSORES DE TDR PARA O MONITORAMENTO DA UMIDADE EM NEOSSOLO FLÚVICO
Marcelo Rocha dos Santos - Prof. Dr./Orientador – Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia Baia
Bismarc Lopes da Silva - Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia Baiano
Breno Rosa Neves - Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia Baiano
INTRODUÇÃO:
A Reflectometria no Domínio do Tempo (TDR) e uma das principais metodologias para determinar o teor de água no solo. O conhecimento dessa variável no perfil do solo é substancial para otimizar a eficiência do uso da água na irrigação de áreas cultivadas.
Pela técnica TDR, o conteúdo de água no solo é determinado a partir dos valores da constante dielétrica do solo, correlacionando aos dados de conteúdo de água por meio de curvas de calibração obtidas a partir dos dados de campo ou de laboratório (Santos et al., 2010).
Na literatura são encontrados diversos trabalhos com calibrações para diversos tipos de solos tropicais com uso da TDR (Teixeira et al., 2005; Coelho et al., 2006; Souza et al., 2006; Santos et al., 2010; Sant’Ana et al., 2012). Em contrapartida, são raros os trabalhos com calibrações para solos com estratos de texturas distintas, como o Neossolo Flúvico.
Coelho et al. (2001), trabalhando com dois solos de textura franco-arenoso-argiloso e argiloarenoso, concluíram que a constante dielétrica do solo não foi alterada pela variação do tipo de solo (textura). Entretanto as variações texturais desses solos não eram acentuadas. Portanto, é importante a realização de mais trabalhos visando à compreensão da real influência das características físicas na constante dielétrica.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Objetivou-se com este trabalho calibrar modelos para determinação da umidade num Neossolo Flúvico com o uso da TDR.
MÉTODOS:
O trabalho foi desenvolvido em laboratório no Instituto Federal Baiano, campus Guanambi. As amostras de solo foram retiradas numa área experimental de mangueiras Tommy Atkins no Perímetro irrigado de Ceraíma, Sudoeste da Bahia, em um Neossolo Flúvico eutrófico.
As características granulométricas nas profundidades de 0,00-0,25; 0,25-0,50; 0,50-0,75; e 0,75-1,00 m, foram, respectivamente, de 49, 27 e 24%; 48, 28 e 24%; 77, 12 e 11%; e 16, 52 e 32% de areia, silte e argila, respectivamente. De cada camada foram retiradas três amostras deformadas em diferentes pontos na área. As amostras foram dispostas em recipientes de forma a obter mesma densidade de campo formando uma coluna de solo de 0,12 m de altura e 0,075 m de diâmetro, nos quais, foram inseridas as sondas de TDR.
As sondas de TDR foram confeccionadas em laboratório seguindo metodologia proposta por Silva et al (2005). A calibração das sondas foi feita usando-se a metodologia proposta por Santos et al. (2010), sendo definidas as constantes dielétricas (Ka) com a utilização da TDR e os teores de água das colunas de solo por gravimetria. Estes valores foram correlacionados, gerando-se uma regressão para cada camada de solo que permitiu estimar as umidades em função de valores de constante dielétrica obtidas com utilização da TDR.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os modelos para a estimativa do teor de água (θ) em função da constante dielétrica (Ka), com seus respectivos coeficientes de determinação, foram: θ = 0,000023Ka3 - 0,00147Ka2 + 0,043010Ka – 0,256019, R2 = 0,98; θ = 0,012121Ka – 0,059308, R2 = 0,96; θ = 0,012230Ka – 0,066887, R2 = 0,96; θ = 0,013641Ka – 0,059207, R2 = 0,99; para os estratos A, B, C e D, respectivamente.
Observou-se que as equações de calibrações para todas as profundidades avaliadas apresentaram altos valores de R2 (acima de 0,96), demonstrando a existência de um bom ajuste destas aos dados experimentais. A magnitude do R2 corroborou com Tommaselli e Bacchi (2001), Cecílio e Santos (2009) e Santos et al. (2010).
Para os estratos B e D, modelo linear apresentou melhor ajuste, corroborando a afirmação de Santos et al. (2010) que para solos de textura mais argilosa o modelo linear apresenta melhor ajuste. Portanto, para o estrato C o modelo linear apresentou bom ajuste, Santos et al. (2010) ressalta que para solos arenosos, modelos polinomial de terceira ordem apresenta melhor ajustes, o fato de ter considerado toda faixa de umidade na saturação, explica o comportamento linear do modelo no presente trabalho.
CONCLUSÕES:
Modelos lineares do tipo θ = a Ka + b, que relaciona a umidade à constante dielétrica do solo, apresenta bons ajustes para os estratos B, C e D.
Palavras-chave: Reflectometria, Solo estratificado, Textura do solo.