65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
A INFLUÊNCIA DE ESTERCO BOVINO E DE AVES E ÁCIDO GIBERÉLICO NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DO MARACUJÁ-AZEDO Passiflora edulis
Vanderlúcia Batista Almeida da Silva - Graduanda em Ciências Biológicas IFTO-campus Araguatins
Ana Maria Gonçalves Ferreira - Graduanda em Ciências Biológicas IFTO-campus Araguatins
Felipe Fontes Chaves - Graduando em Ciências Biológicas IFTO-campus Araguatins
Rosenilda do Nascimento Cardoso - Graduanda em Ciências Biológicas IFTO-campus Araguatins
Rosângela Martins de Oliveira - Profa. Dra./Orientadora - IFTO-campus Araguatins
INTRODUÇÃO:
O maracujá amarelo ou azedo, Passiflora edulis (BERNACCI et al., 2008) é a espécie da família Passifloraceae mais cultivada no Brasil. P. edulis pode ser consumido como suco, sorvetes, doces, além de ser usado na medicina devido às suas ações farmacológicas tais como: depressão do sistema nervoso e atividade antiinflamatória (COELHO et al., 2011; WONDRACEK et al., 2011).
A produção de mudas de maracujá, para plantação comercial no Brasil, é feita principalmente usando-se sementes (NOGUEIRA-FILHO et al., 2011). Segundo Júnior et al. (2005), para se implantar uma cultura, com mudas produzidas via sexuada, a utilização de sementes de boa qualidade e de substratos adequados são requisitos muito importantes. Os substratos podem influenciar a emergência e o vigor das mudas. Considerando que existem relatos de dormência para as sementes de maracujá (PÁDUA et al, 2011), o uso de reguladores vegetais também tem sido uma alternativa para incrementar o potencial germinativo das sementes de Passifloraceae (PASSOS et al.; 2004; FERRARI et al., 2008). Dessa forma, a busca pela uniformização da germinação de sementes de P. edulis pode garantir melhorias na produção de mudas desta espécie e consequentemente no estabelecimento e rendimento da cultura.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo analisar a influência de diferentes substratos e do uso do ácido giberélico nos processos de germinação do maracujá-amarelo, Passiflora edulis.
MÉTODOS:
A pesquisa foi conduzida no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFTO) – campus Araguatins-TO.
Foram colocados 200g de substrato em copos plásticos e plantadas duas sementes de P. edulis por recipiente, os quais permaneceram em canteiros cobertos com sombrite. Nos tratamentos com ácido giberélico, as sementes foram mergulhadas em uma solução a 1mM, por 24 horas, antes do plantio.
O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com 3 repetições e com 8 sementes em cada parcela.
Foram aplicados 12 tratamentos formados por:
A-Solo, testemunha;
B-Solo mais dez por cento palha de arroz torrada;
C-vinte por cento esterco de aves curtido mais vinte por cento de esterco bovino curtido mais sessenta por cento solo;
D-trinta por cento esterco de aves curtido mais trinta por cento de esterco bovino curtido mais quarenta por cento solo ;
Os tratamentos E e F foram os C e D acrescidos de dez por cento de palha de arroz torrada;
Os tratamentos G, H, I, J, K e L foram os tratamentos de A a F repetidos usando sementes previamente submersas em ácido giberélico.
As variáveis analisadas durante trinta dias foram:
-o índice de velocidade de emergência (dias);
-porcentagem de germinação;
Os dados coletados foram submetidos ao teste de Tukey, usando o programa o Assistat.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O teste de Tukey mostrou que os resultados sobre Índice de Velocidade de Emergência (IVE) e de porcentagem foram significativos aos níveis de um e cinco por cento, respectivamente. A maior média para IVE foi do tratamento F, seguida pelos valores dos tratamentos K e L. Quanto a variável porcentagem de germinação, as maiores médias foram observadas nos tratamentos B e G, os quais não diferiram estatisticamente entre si. As médias para IVE diferiram estatisticamente entre si, exceto nos tratamentos D e E. Em contrapartida, para porcentagem de germinação, somente a média do tratamento K não teve equivalente estatístico.
A análise estatística mostrou que o substrato teve maior influencia sobre o IVE. A germinação é um processo dividido em três fases: embebição, ativação do metabolismo e crescimento do embrião. Estas fases podem ser influenciadas pelo substrato e por reguladores vegetais (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000; CASTRO et al., 2004). Assim, os substratos utilizados foram os responsáveis pelas maiores diferenças observadas nas médias de IVE. Entretanto, as médias para a porcentagem de germinação indicam que os substratos não influenciaram a emergência das plântulas. O uso do ácido giberélico, considerando as médias, parece não ser um incremento para os parâmetros analisados.
CONCLUSÕES:
As propriedades dos diferentes substratos utilizados parecem influenciar a velocidade da germinação, contudo, não diferem entre si quanto à capacidade de interferir na porcentagem de germinação.
O tratamento F tem a maior média para IVE e o tratamento B, a maior média para porcentagem de germinação. Assim, são necessários novos estudos que possam estabelecer um substrato ideal para o total sucesso do processo germinativo das sementes de P. edulis.
Palavras-chave: Índice de velocidade de emergência, porcentagem de germinação, adubação orgânica.