65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 5. Enfermagem Pediátrica
A DOR NA CRIANÇA COM CÂNCER: ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS UTILIZADAS PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM
Amanda Louise de Medeiros França - Discente/Autora - Depto.de Enfermagem – UFRN
Ellen Myrela de Souza Andrade - Discente/Autora - Curso de Enfermagem – UNP
Kalyane Kelly Duarte de Oliveira - Profa. Ms./Autora – Curso de Enfermagem – UNP
Míria Helen Ferreira de Souza - Profa. Esp./Autora – Dept. de Educação - UERN
Clélia Albino Simpson - Profa. Dra./Orientadora - Depto.de Enfermagem – UFRN
Sâmara Sirdênia Duarte de Rosário - Profa. Ms./Orientadora – Curso de Enfermagem – UNP
INTRODUÇÃO:
Crianças com câncer têm dor e experiências semelhantes aos adultos, com o agravante que esse grupo etário, na maioria das vezes, tem dificuldade de verbalizar e demonstrar o que sente. Nesse percurso, a criança enfrenta problemas como longos períodos de hospitalização, reinternações, terapêutica agressiva com efeitos indesejáveis, interrupção das atividades diárias, limitações na compreensão do diagnóstico, precária condição financeira da família, angústia, sofrimento e, dentre eles, a dor. No campo da oncologia, é válido salientar que a dor se apresenta de forma aguda e se caracteriza por ser breve e de fácil localização, ou crônica, que se refere a uma dor persistente e de difícil localização. Do ponto de vista funcional, o modo de manifestação das crianças portadoras de câncer em relação à dor que estão sentindo, difere de acordo com a faixa etária, ou seja, quanto mais crescem mais tolerantes se tornam. Nessa perspectiva, é relevante apontar a necessidade de pesquisar o mapeamento da dor sentida pela criança vítima de neoplasias malignas e ainda a mensuração da consequência da mesma, no estado emocional físico do sujeito, incorporando-se aos estudos com vistas a contribuir com os resultados referentes à evolução de melhoria do quadro clínico da criança até a sua cura ou óbito.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar as estratégias terapêuticas farmacológicas e não-farmacológicas utilizadas pela equipe de enfermagem no alívio da dor na criança com câncer em tratamento no Centro de Oncologia e Hematologia na cidade de Mossoró-RN.
MÉTODOS:
Trata-se de um estudo de natureza descritiva, com abordagem quantitativa, desenvolvido no Centro de Oncologia e Hematologia da cidade de Mossoró-RN. O universo da pesquisa contou com 46 profissionais da equipe de enfermagem da referida instituição, dos quais 13 participaram desta pesquisa através do preenchimento de um questionário estruturado, obedecendo critérios de inclusão e exclusão definidos para o estudo. Os dados coletados foram digitados em um banco de dados do Programa Excel (2007) e posteriormente exportados para o SPSS versão 15.0. A análise dos gráficos e tabelas foi realizada através de estatística descritiva e analisada à luz do referencial teórico sobre a temática. Foram respeitadas todas as proposições da resolução196/96 CNS/MS.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os resultados mostraram que 69% dos entrevistados conhecem algum tipo de escala de dor. Dentre as escalas mais citadas pelos enfermeiros e técnicos de enfermagem foram às escalas de faces e a numérica. Revelou-se que 38% dos técnicos de enfermagem não conheciam nenhuma escala para mensuração da dor infantil. Ainda nesta perspectiva, observou-se que 30% dos enfermeiros e 71% dos técnicos de enfermagem alegam realizar a avaliação da dor na criança com câncer com dificuldades. Este fato indica um déficit de conhecimento para a avaliação da dor, além de dificuldades dos profissionais acerca da existência e do tipo de escalas de dor. Detectou-se que 92% dos profissionais informaram utilizar os analgésicos como estratégia farmacológica, especificamente pela administração da Morfina e Dipirona. Em relação às estratégias não-farmacológicas constatou-se que as atividades lúdicas são as mais utilizadas pelos técnicos de enfermagem. Os enfermeiros registram como estratégia a utilização de conversas com os usuários e a aplicação de massagens. Estas estratégias são apontadas na melhoria do desconforto e possibilitam alternativas além do uso de fármacos analgésicos.
CONCLUSÕES:
Os resultados deste estudo apontam para a necessidade de ampliar conhecimentos, formando profissionais de saúde cada vez mais aptos a tratar a dor na criança. Sugere-se a implementação de estratégias de formação dirigidas que contemplem uma abordagem multidisciplinar da dor e a capacitação dos profissionais no sentido de seguir um protocolo que possa respaldar cientificamente as ações da equipe de enfermagem para a garantia do alívio da dor na criança com câncer.
Palavras-chave: Câncer, Dor, Enfermagem Pediátrica.