65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
FLORESTA AMAZÔNICA: UM ESPAÇO NÃO FORMAL EM POTENCIAL PARA O ENSINO DE BOTÂNICA
Joeliza Nunes Araújo - Profa MSc/Bolsista FAPEAM – Universidade do Estado do Amazonas – UEA
Adriano Cruz de Souza - Bolsista FAPEAM - Universidade do Estado do Amazonas – UEA
Maria de Fátima Vilhena da Silva - Profa. Dra./orientadora - Universidade Federal do Pará - UFPA
INTRODUÇÃO:
A diversidade biológica é uma característica específica da Amazônia. Sua floresta possui uma grande variedade de espécies nativas pouco estudadas e distribuídas principalmente em florestas de terra-firme, várzea e igapó. Essa diversidade florística constitui-se numa ferramenta em potencial para subsidiar o ensino e aprendizagem em botânica. Sua imensa floresta nativa pode funcionar como um laboratório vivo para o desenvolvimento de atividades de ensino e de pesquisa. Os elementos bióticos como as árvores, os animais, os fungos e os elementos abióticos como a água presente nos rios e riachos, o solo podem constituir-se em recursos pedagógicos para o Ensino de Ciências. O presente trabalho analisou as potencialidades de utilização dos recursos bióticos presentes na floresta Amazônica que podem subsidiar os alunos a compreender os conteúdos de Botânica e a complexidade dos ecossistemas amazônicos a partir do desenvolvimento de atividades de campo em espaços naturais. Assim, este trabalho contribuiu com as discussões sobre as possibilidades de incorporação de atividades de campo para o ensino de Botânica em espaços não formais que possuem reservas da floresta Amazônica.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Analisar as potencialidades da diversidade vegetal Amazônica existente em um espaço não formal para o Ensino de Botânica no Ensino Médio.
MÉTODOS:
Para esta pesquisa adotou-se a abordagem qualitativa e utilizou-se os seguintes procedimentos metodológicos: Seleção de uma escola pública que atua no Ensino Médio e uma turma de alunos do 3º ano para a realização da pesquisa de campo. Seleção de uma área de floresta nativa localizada na Comunidade do Macurany, município de Parintins/AM para desenvolvimento de uma atividade de campo em Botânica com alunos do Ensino Médio. Durante a visita ao espaço não formal foi possível caracterizar suas potencialidades para a promoção do ensino de Botânica. Realização da atividade de campo com uma turma de alunos do 3º ano do Ensino Médio da escola em estudo. A atividade de campo foi realizada na área de floresta nativa localizada na Comunidade do Macurany, previamente selecionada. Após a atividade de campo, os alunos responderam um formulário avaliativo contendo perguntas abertas e fechadas. A análise dos resultados obtidos na pesquisa foi realizada qualitativamente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Durante visitas à área de floresta foi possível perceber suas potencialidades para o ensino de Botânica elegendo-se temas a serem abordados na atividade de campo. A partir disso, realizou-se uma atividade de campo com uma turma de alunos do 3º ano do Ensino Médio. Durante a atividade os alunos observaram a floresta fazendo registros sobre suas impressões. Fizeram um passeio pela trilha no qual o professor abordou os temas: Angiospermas; morfologia de órgãos vegetativos e reprodutivos; crescimento primário e secundário das plantas; plantas invasoras e lianas. Nas entrevistas, os alunos expuseram suas boas impressões da atividade. Para eles a atividade proporcionou um momento de aprendizado sobre os vegetais e contribuiu para sensibilizá-los sobre a necessidade de preservação dos recursos naturais presentes na Floresta Amazônica. Compreenderam que essas atividades são úteis para construir novos conhecimentos e descreveram sobre a importância da observação in loco dos vegetais como um momento para tirar dúvidas existentes sobre o conteúdo de botânica. Os alunos sugeriram que houvesse outras atividades de campo com desenvolvimento de outros temas em botânica. Destacaram, ainda, a necessidade de maior freqüência na realização desse tipo de atividade.
CONCLUSÕES:
Durante o trabalho pode-se perceber que os recursos presentes na Floresta Amazônica são relevantes para a aprendizagem significativa em botânica. As falas dos sujeitos pesquisados evidenciaram que a atividade de campo proporcionou um momento de construção de novos conhecimentos em botânica e contribuiu, ainda, para sensibilizá-los sobre a importância da preservação ambiental e sustentabilidade na Amazônia. A participação e envolvimento dos alunos na atividade de campo mostraram que o contato direto com os vegetais promove a construção de conhecimentos científicos. Nesse sentido, pode-se afirmar que a floresta Amazônica constitui-se em um laboratório vivo para o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem em Botânica. Ademais, a pesquisa contribuiu para o desenvolvimento da alfabetização científica dos alunos do 3º ano do Ensino Médio como possibilidade de formação de cidadãos críticos e conscientes de seu papel na sociedade.
Palavras-chave: Floresta Amazônica, Ensino de Botânica, Espaços Não formais.