65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
ADESÃO AO TRATAMENTO FARMACOLOGICO POR PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO
Tatiane Cardoso Fernandes - Acadêmica do Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA
Ianara Pereira da Silva - Acadêmica do Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA
Ivone Pereira da Silva - Acadêmica do Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA
Jéssica Costa Vieira - Acadêmica do Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA
Margarida Santana Rodrigues - Acadêmica do Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA
Paulo Roberto da Silva Ribeiro - Prof. Dr./Orientador – Curso de Enfermagem – CCSST – UFMA – Imperatriz, MA
INTRODUÇÃO:
A doença renal crônica (DRC) representa, atualmente, um importante problema de saúde pública no Brasil. Cerca de um milhão de brasileiros são portadores de doença renal e mais da metade deles não têm conhecimento disso. Além disso, os pacientes portadores de DRC geralmente possuem outra(s) patologia(s) associada(s) e, portanto, fazem uso de dois ou mais medicamentos associados para o tratamento tanto das causas como das consequências da DRC. Sendo que a gravidade dos sinais e sintomas pode determinar a classe e a quantidade dos medicamentos que os pacientes deverão tomar a partir de recomendações médicas ou não. Observa-se que a prática do uso de medicamentos tem ocorrido a partir da prescrição medicamentosa e também sem a mesma (automedicação). Os pacientes em hemodiálise necessitam de medicamentos variados e isso exige cuidados redobrados na administração. Dessa forma, a partir do momento que os pacientes decidem se automedicarem, eles podem estar predispostos a complicações de seu quadro de saúde. Ressalta-se que a adesão ao tratamento medicamentoso é fundamental para a melhoria da qualidade de vida do paciente, sendo que está adesão está diretamente relacionada com o nível de conhecimento do paciente sobre o uso dos medicamentos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este trabalho objetivou avaliar o uso de medicamentos por pacientes com DRC em tratamento hemodialítico, bem como a adesão ao tratamento farmacológico e os motivos apontados pelos pacientes para o comportamento não aderente.
MÉTODOS:
Trata-se de um estudo de campo, transversal, com abordagem qualitativa e quantitativa. Esta pesquisa foi realizada na Clínica de Nefrologia de Imperatriz (CNI), localizada no Município de Imperatriz – MA, no período de janeiro a março de 2013. Para tanto, foram investigados 56 pacientes em tratamento hemodialítico, sem déficit cognitivo. Eles foram entrevistados após a assinatura do termo de consentimento informado para participar do estudo, onde os entrevistadores realizaram os devidos esclarecimentos sobre a pesquisa. Como instrumentos para a coleta de dados foram utilizados um roteiro de entrevista semiestruturado, contendo questões para a caracterização do perfil sóciodemográfico dos pacientes, informações sobre a DRC, sobre o uso de medicamentos e questões inerentes à adesão ao tratamento medicamentoso a partir do Teste de Morisky-Green (TMG). Os pacientes foram abordados durante as sessões de hemodiálise para a realização da entrevista. Os dados foram agrupados, ordenados, tabulados e analisados estatisticamente para a caracterização de cada variável investigada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A maioria dos pacientes é do sexo masculino (67,9%); acima de 50 anos (48,2%), possuidores do 1° grau incompleto (57,0%) e 78,6 % possuem renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. A hipertenção arterial sistêmica foi a doença de base mais prevalente entre os entrevistados (53,0%). O número total de medicamentos prescritos para os pacientes foi de 364, em média, cada paciente usa 6,5 medicamentos. Dentre estes, o losartan destacou-se por ser prescrito para a maioria dos investigados (41,1%). Dentre os grupos farmacológicos prescritos os mais frequentes foram os anti-hipertensivos (34,6%) e as vitaminas (30,2%). Para identificar um padrão clínico associado à baixa adesão observada no questionário TMG foi analisado o perfil dos pacientes como aderente (nenhuma resposta positiva), moderada adesão (1 a 2 respostas positivas), baixa adesão (3 a 4 respostas positivas). Dos 56 indivíduos apenas 12 (21,4%) foram considerados como aderentes, 31 (55,4%) moderada adesão. Os motivos mais frequentes alegados pelos pacientes para a não adesão foram esquecimento (71,4%) e deixam de tomar o medicamento antes do termino do tratamento (28,6%) por alegarem que já se sentiam melhor. Dessa forma, evidencia-se uma preocupação centrada no uso do medicamento, em detrimento do cuidado da saúde como um todo.
CONCLUSÕES:
Os resultados do presente estudo permitiram concluir que uma parcela significativa dos pacientes investigados enquadra-se como não aderente ao tratamento farmacológico. O esquecimento do uso e o fato de deixar de tomar os medicamentos por conta própria permanecem como as causas principais de não adesão, sugerindo a necessidade de melhorias no processo da assistência prestada pelos profissionais de saúde aos pacientes com DRC. A implementação de estudos prospectivos é importante para avaliar outras causas da não adesão e a efetividade das intervenções direcionadas para melhorar a adesão à terapêutica medicamentosa entre os pacientes com DRC.
Palavras-chave: Doença Renal Crônica, Adesão, Uso de medicamentos.