65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
URGÊNCIAS DE BAIXA COMPLEXIDADE E O ACOLHIMENTO DOS QUADROS AGUDO
Jéssica Pereira da Silva - Curso de Enfermagem – CCSST/UFMA
Érica Chaves Cabral - Curso de Enfermagem – CCSST/UFMA
Simony Fabíola Lopes Nunes - Profª Esp./Orientadora - Curso de Enfermagem – CCSST/UFMA
INTRODUÇÃO:
Para o acolhimento às urgências de baixa complexidade, foi estabelecida pelo Ministério da Saúde a Portaria n° 2048/GM (2002) a qual menciona à rede de assistência básica como um serviço capaz de oferecer assistência às urgências, assegurando o acolhimento e elementar atenção resolutiva para os casos de pequena complexidade. Esta Portaria foi instituída na expectativa de abrandar o processo nos centros de alta complexidade, onde as unidades básicas de saúde possuem responsabilidades em relação ao acolhimento e atendimento de urgência e emergência de baixa complexidade, inclusive o acolhimento de pacientes em quadros agudos (BRASIL, 2002). Segundo a Portaria, são urgências de baixa complexidade: crises hipertensivas, pacientes diabéticos, pacientes portadores de dor aguda ou crônica, cardiopatas, portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica, mulheres em acompanhamento ginecológico e/ou obstétrico, crianças em programa de puericultura, diarreias, vômitos, febre e urgências sangrantes. O interesse deste estudo surgiu da percepção dos pesquisadores sobre a emergência ser utilizada como porta de entrada para o Sistema de Saúde para atendimentos de urgências de baixa complexidade, no hospital de referência em urgência e emergência de um município do Maranhão.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O estudo teve por objetivo avaliar o conhecimento dos enfermeiros da estratégia de saúde da família sobre o atendimento de casos agudos.
MÉTODOS:
Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, que foi desenvolvido com 25 enfermeiros locados nas equipes de saúde da família da zona urbana do município da região Sul do Maranhão. Na cidade existem, atualmente, 32 UBSs, e 42 equipes de saúde da família cadastradas. A coleta de dados foi realizada pelas pesquisadoras nos meses de junho a agosto de 2012, utilizando como instrumento para a coleta de dados um questionário semiestruturado abordando o perfil profissional e duas questões norteadoras sobre a politica de atendimento as urgências de baixa complexidade. Após a coleta dos dados, esses foram revisados e analisados. Durante a pesquisa, foram respeitados os preceitos éticos legais a serem seguidos nas investigações envolvendo seres humanos, conforme preconiza a Resolução 196/1996, do Conselho Nacional de Saúde.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O acolhimento de quadros agudos está relacionado aos agravos de saúde sofridos pela população em caráter coletivo ou individual e deve ser realizado em qualquer nível de atenção do sistema de saúde, de modo que tanto a atenção básica como os centros especializados devem estar preparados e bem equipados para o atendimento (GARLET, R. E. et al., 2009). Quando interrogados sobre o que constituiriam atendimentos de baixa complexidade na Unidade Básica de Saúde, é notória a divergência entre os relatos, exceto em relação à Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus. Dos participantes da pesquisa, 79% relataram não conhecer a portaria e 48,9% não souberam definir todos os atendimentos agudos conforme a portaria. “Hiperglicemia, doenças acompanhadas de febre que podem levar à convulsão.”- E1. “Paciente com crise hipertensiva, hiperglicemia, hipoglicemia chegam muito aqui, febre, vômito e a gente não pode fazer nada.”- E2. “Em relação à enfermagem muitos programas dizem que é o acompanhamento do diabético, do hipertenso, entre outros.”- E3. “Febres, vômitos, diarreia, mordeduras de animais, dispneia leve, hipertensão, quedas.”- E4. Os relatos demonstram o conhecimento superficial sobre o significado de casos agudos que podem ser atendidos nos serviços fixos de urgência.
CONCLUSÕES:
O estudo possibilitou conhecer o entendimento dos enfermeiros acerca do atendimento de urgência de baixa complexidade. Observou-se coerência nas falas dos entrevistados ao que diz a Portaria nº 2048/GM, de 05 de novembro de 2002, pois a mesma refere-se, como urgências de baixa complexidade, hipertensos, diabéticos, portadores de dor aguda ou crônica, cardiopatas, portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica, mulheres em acompanhamento ginecológico ou obstétrico e crianças em programa de puericultura, entre outros. A preconização do novo modelo assistencial torna a atenção primária e o programa de saúde da família os responsáveis pelo acolhimento de casos agudos ou crônicos existentes em seu distrito. Constatou-se também, que o entendimento dos enfermeiros da atenção básica sobre os atendimentos dos quadros agudos é necessário para evitar problemas na rede de saúde com encaminhamentos de pacientes para a rede hospitalar sobrecarregando este serviço.
Palavras-chave: Enfermagem., Politicas de saúde., Serviços de saúde..