65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
INFLUÊNCIA DE FATORES AMBIENTAIS NA GERMINAÇÃO DE ESPÉCIE VEGETAL UTILIZADA PARA A PRODUÇÃO DO BIODIESEL
Michelle de Barros Rodrigues - Discente/Bolsista PIPCIT – Curso Técnico em Biotecnologia - IFSC - Campus Lages
Ana Lúcia da Silva Lima - Profa. Dra./Orientadora – Biotecnologia - IFSC – Campus Lages
Fábio Zanella - Prof. Dr./Co-orientador – Biotecnologia - IFSC – Campus Lages
INTRODUÇÃO:
A germinação pode ser definida como o processo pelo qual, sob condições favoráveis, ocorre a retomada do crescimento do embrião, com subsequente protusão da radícula. Este processo é constituído por três fases e o tempo para a realização de cada uma depende da permeabilidade do tegumento, do tamanho da semente e das condições ambientais (temperatura, qualidade e quantidade da água) (CARVALHO & NAKAGAWA, 2000; COSTA et al., 2011). A temperatura afeta a germinação por alterar as velocidades de absorção de água e das reações metabólicas. A qualidade do ar tem significativa importância para todos os seres vivos, assim, elementos poluentes emitidos via a queima de combustíveis fósseis, levam à formação de deposições ácidas (MUNZUROGLU et al., 2005), dentre as quais destacam-se as deposições ácidas úmidas, como a chuva. Nesse contexto, a chuva ácida induz mudanças nas reações bioquímicas da célula e na fisiologia da planta como um todo. O excesso de água promove a rápida embebição e a grande quantidade de água no interior da semente podem provocar injurias.
É de interesse ecofisiológico avaliar a influência de fatores ambientais relacionados aos efeitos causados nas sementes, particularmente em espécies ecologicamente e comercialmente importantes.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho teve por objetivo analisar a influência de fatores ambientais no processo de germinação em sementes de girassol (Helianthus annuus L.).
MÉTODOS:
O experimento foi conduzido no Laboratório de Fisiologia Vegetal do IFSC – Campus Lages. Sementes de Helianthus annuus L. foram submetidas aos tratamentos de temperatura (20, 25, 30 e 35ºC); água com diferentes pH (controle/água destilada, com pH previamente determinado, 4,5, 4,0 e 3,5); e estresse hídrico - diferentes tempos de alagamento (controle/sementes não submetidas ao alagamento, 40, 50 e 60 h).
A germinação ocorreu em potes plásticos, contendo 2 folhas de papel de filtro no fundo, as sementes foram mantidas em câmara de germinação com temperatura ajustada para 25ºC e irrigadas quando necessário, exceção foram os tratamentos com temperatura.
Nos tratamentos com diferentes valores de pH, estes foram atingidos com a adição de ácido sulfúrico concentrado a água destilada. A irrigação foi realizada com água com os diferentes pH.
Nos tratamentos com estresse hídrico, as sementes foram colocadas em becker e adicionado 400 ml de água destilada. As sementes ficaram submetidas pelos tempos determinados.
Variáveis relacionadas a germinação foram analisadas. Os tratamentos foram constituído por quatro replicações, sendo que cada 25 sub-repetições em DIC e os dados foram submetidos à análise de variância simples e nos casos significativos foi aplicado o teste de Tukey.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As variáveis do processo de germinação analisadas foram dias transcorridos até o início da germinação, DTG, índice de velocidade (IVG) e porcentagem de germinação, % GER. Em relação ao DTG (1 dia) e %GER (100, 97, 89 e 96%), no experimento com temperatura, a análise de variância foi não significativa para todos os tratamentos. A temperatura 35ºC promoveu o maior IVG, 55,7, não diferenciando estatisticamente de 25ºC (41,5) e 30ºC (47,3). Os resultados apresentados não corroboram os de Santos e Zonetti (2009), estes constataram que o aumento da temperatura afetou negativamente as variáveis de germinação.
Os tratamentos relacionados aos diferentes valores de pH, entre eles, foi não significativo em todas as variáveis. O DTG foi um dia e a % GER variou entre 97 a 100 %. Jansen e Cronin (1953 in Júnior et al., 2006) inferem que pH menores que 3,0 e superiores a 8,0 inibem o processo germinativo. Desta forma, não favorecendo processos bioquímicos, consequentemente a germinação (Corsato et al., 2010).
Para os tempos de submersão em água, o maior valor para o IVG foi 50,1, obtido no tempo de 50 h e este não diferiu estatisticamente de 40 e 60 h, sendo 41,8 e 42,8, respectivamente. A maior % GER foi alcançada no tempo de 40 h (100%) e foi diferente entre os tratamentos.
CONCLUSÕES:
Pode-se concluir que os fatores ambientais não influenciaram negativamente as variáveis relacionadas ao processo de germinação. Desta forma, a temperatura, o pH e a disponibilidade de água não afetaram reações metabólicas importantes para a ocorrência da germinação. De forma satisfatória, houve a embebição, promovendo a reidratação dos tecidos, ocasionando a intensificação da respiração (com fornecimento adequado de oxigênio) e outras atividades bioquímicas, que resultaram com o fornecimento de energia e nutrientes necessários para a germinação.
Palavras-chave: Chuva Ácida, pH, Temperatura.