65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais
INVESTIGAÇÃO DO EFEITO LARVICIDA DE EXTRATOS DE SEMENTE DE Bixa orellana SOBRE Aedes aegypti
Rafael de Oliveira Costa - Curso Ciências da Natureza – IFF- Campos dos Goytacazes/RJ
Ana Lívia Pepe Crespo - Curso Ciências da Natureza – IFF - Campos dos Goytacazes/ RJ
Lara Fonseca Barbosa - Profa. Dra./Orientadora - Depto.de Química - IFF – Campos dos Goytacazes/RJ
Desiely Silva Gusmão Taouil - Profa. Dra./Coorientadora - Depto.de Biologia – IFF – Campos dos Goytacazes/RJ
Francisco José Alves Lemos - Prof. Dr./Colaborador – Laboratório de Biotecnologia - UENF
INTRODUÇÃO:
A dengue é hoje a principal doença viral reemergente e sazonal no mundo. Essa epidemia é transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti. Na ausência de uma vacina preventiva e eficaz, o controle do vetor ainda é a melhor prevenção. Então, estudos realizados com produtos naturais, surgem com a expectativa de encontrarem-se substâncias com propriedades larvicida.
A química dos produtos naturais tem por finalidade a purificação e determinação dos constituintes resultantes do metabolismo secundário dos seres vivos. Esses constituintes muitas vezes possuem atividade biológica.
A Bixa orellana, conhecida popularmente como urucum, é originária da América do Sul. Ela pertence à família Bixacea e ao gênero Bixa. De suas sementes extrai-se um pigmento vermelho usado pelas tribos indígenas brasileiras e peruanas como corante e protetor da pele contra raios solares e picadas de insetos.
Sabendo-se do potencial larvicida que muitas plantas mostraram em vários estudos já realizados com o Aedes aegypti, o presente trabalho tem como objetivo testar o poder larvicida do urucum, através de extratos de suas sementes.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Verificar a atividade larvicida de extratos da semente de Bixa orellana contra as larvas de Aedes aegypti.
MÉTODOS:
As sementes da Bixa orellana foram compradas no Mercado Municipal de Campos dos Goytacazes-RJ, secas em estufa e submetidas à extração em soxhlet com éter de petróleo e posteriormente em clorofórmio, ambas por um período de oito horas (por três vezes consecutivas). Os solventes foram evaporados à temperatura ambiente, fornecendo os extratos brutos.
Os extratos foram solubilizados em dimetil sulfóxido (DMSO) e testados sobre larvas de Aedes aegypti de terceiro instar numa concentração de 0,5mg/mL. Grupos de 10 larvas foram mantidos por 48 horas na presença dos extratos. O experimento foi feito em triplicata. Após 48 horas as larvas mortas foram contadas e as médias de mortalidade e desvio padrão calculados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O extrato obtido com o éter de petróleo gerou uma média de mortalidade de 86,67% ± 11,54, enquanto o teste com o extrato clorofórmico obteve-se 23,33% ± 15,28.
Percebeu-se que o extrato de éter de petróleo mostrou-se mais eficiente do que o clorofórmico, possibilitando estudos futuros no detalhamento de seus constituintes, para verificação do principal composto ativo contra as larvas.
Estudos de outros autores com extratos de diferentes partes da Bixa orellana mostraram-se inativos frente aos insetos Sitophilus oryza e Rhodnius neglectus.
CONCLUSÕES:
Os extratos das sementes de Bixa orellana apresentaram atividade larvicida contra Aedes aegypti. Portanto esta espécie pode ser promissora na descoberta de compostos com potencialidade para serem usados como larvicida.
Palavras-chave: Urucum, Dengue, Atividade Biológica.