65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 5. Geologia Regional e Geotectônica
ASPECTOS GEOAMBIENTAIS DAS ÁREAS URBANAS DOS MUNICÍPIOS AO LONGO DO RIO PARAÍBA.
Nicolas Alexandre Gama - Inst. de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente - UFAL
Anderson dos Santos Ramos - Inst. de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente - UFAL
Rochana Campos de Andrade Lima - Profa Orientadora - Inst. de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente - UFAL
INTRODUÇÃO:
Historicamente o homem ocupa regiões marginais dos cursos d’água, pelo fato do Homem depender do consumo diário deste bem mineral para a sua subsistência, ainda, quanto mais próximo estivesse destes fluxos contínuos, melhoravam significativamente suas condições de transporte e suas inter-relações com outros centros urbanos. Ao falarmos deste fato histórico, não podemos deixar de citar a importância para a agricultura de estar locada próximo aos corpos hídricos. O crescimento da população juntamente com a falta de planejamento vem provocando diversos desastres. O estado de Alagoas é carente de projetos e monitoramentos de prevenção de cheias e secas, ficando apenas com a resolução de problemas pós-desastres. Para a solução dos problemas de cheias no Estado de Alagoas, faz-se necessária a criação de um Centro de Gerenciamento e Prevenção de Desastres Naturais, ligados ao tempo e ao clima. De acordo com as previsões numéricas a longo prazo, os eventos extremos no Brasil serão mais frequentes nos próximos 20 anos, quando serão registrados índices altos de precipitação em curtos espaços de tempo, como o observado nos dias 17 e 18 de junho de 2010, nas bacias hidrográficas dos rios Mundaú, Paraíba do Meio e Una-Jacuípe.
Um dos problemas principais que contribuem para as inundações é a retirada da cobertura vegetal, para TUCCI (2009), a cobertura vegetal tem como efeito a interceptação de parte da precipitação que pode gerar escoamento e a proteção do solo contra a erosão.
OBJETIVO DO TRABALHO:
objetivo desta pesquisa é analisar a evolução espacial da Bacia Hidrográfica do rio Paraíba do Meio no Estado de Alagoas, incluindo a ocupação de suas margens e as fontes de poluição, no intuito de gerar mapas geoambientais, uma vez que, em sua história recente, ocorreu uma grande enchente, causando a destruição de cidades ao longo de seu percurso.
MÉTODOS:
A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas - SEMARH/AL decidiu subdividir o Estado de Alagoas em 16 Regiões Hidrográficas com a finalidade de administrar os seus recursos hídricos superficiais com maior eficácia.
Em seguida foi montada uma base cartográfica na escala 1: 700.000, com a base digital da SEMARH, que reúne várias cartas topográficas. Esta base serviu para localizar a Região Hidrográfica do Paraíba, e no apoio à realização dos trabalhos de campo.
O roteiro estabelecido teve como objetivo levantar dados geológicos, geomorfológicos, geoambientais ao longo da bacia. Foi verificado ainda o aspecto do leito do rio Paraíba quanto à ocupação urbana e rural, agropecuária, a retirada de mata ciliar e a descarga direta de efluentes no rio.
Considerando que as características fluvio-morfológias indiquem as características da bacia contribuinte, favoráveis ou não a ocorrência de picos de cheia, calculamos o índice de conformação ou forma (Kf) e o índice de compacidade ou Gravius (Kc).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A bacia hidrográfica do Rio Paraíba tem sua nascente no Estado de Pernambuco e entra no estado de Alagoas pelo município de Quebrangulo. Situa-se aproximadamente entre os paralelos 08º 44’ e 09º 39’ de latitude sul e meridianos 35º 45’ e 36º 45’ de longitude oeste de Greenwich. Limita-se ao norte com a Bacia do Rio Ipanema no Estado de Pernambuco, ao sul com as Bacias dos Rios São Miguel e Sumaúma, a leste com a Bacia do Rio Mundaú, e a oeste com as Bacias dos Rios Traipú e Coruripe todos em Alagoas.
A Bacia do Rio Paraíba possui uma área total de 3.127,83 km², representando 11,2% da área do Estado de Alagoas (27.933,1 km²), totalizando um perímetro de captação de 459,60 km.
Geologicamente os municípios de Quebrangulo, Paulo Jacinto, Viçosa, Cajueiro e Capela localizam-se sobre o complexo magmático que compõe o embasamento do Maciço Pernambuco-Alagoas. Já o município de Atalaia está situado também sobre as rochas que compões o embasamento do Maciço Pernambuco-Alagoas, porém, a sudeste do município, ocorre a cobertura da Formação Barreiras.
No levantamento de campo foi verificado que a bacia Hidrográfica do rio Paraíba sofre com a ocupação desordenada do leito de seu rio principal, com o lançamento de efluentes domésticos, com o descarte inapropriado de resíduos sólidos em seu curso d’água pela população ribeirinha e foi verificado a elevação média mínima correspondente a 4,80 m e máxima correspondente a 7,30 m das águas do rio Paraíba durante a enchente de 2010.
CONCLUSÕES:
As enchentes na Bacia do Rio Paraíba do Meio são provocadas pelas precipitações de alta intensidade, levando o escoamento superficial alcançar grande velocidade, sob forma de enxurrada, devido à topografia íngreme, a geologia e à retirada das matas ciliares. Sendo assim, o nível da água dos rios e riachos, cujas calhas estão assoreadas e se eleva rapidamente, provocando inundações.
Palavras-chave: Ocupação, Bacia Hidrográfica, Geologia.