65ª Reunião Anual da SBPC
H. Artes, Letras e Lingüística - 2. Letras - 1. Língua Portuguesa
DÊ-NOS LICENÇA, ARIANO SUASSUNA: MESA-REDONDA DE O SANTO E A PORCA.
Elizângela Fernandes dos Santos - Professora de Educação Básica- Município de Jaboatão dos Guararapes
INTRODUÇÃO:
Gênero bastante contemplado no Ensino superior, mesa-redonda assume nos meios acadêmicos uma atividade fecunda para produção de conhecimento, visto que seu formato (mediador, plateia e intevenientes) legitima o dinamismo e improvisação da oralidade como fenômenos de (re) formulação de argumentos e contra-argumentos controlados, seja pelo tempo, como também pela temática a ser desenvolvida ao longo da atividade. Nessa direção, trazer o gênero mesa-redonda para a Educação básica (Ensino fundamental II) é ratificar que a passagem da variedade informal da língua para a formal é uma atividade não apenas social, mas também mobilizadora do exercício da manifestação da identidade do sujeito (quem?, de onde? Quando? Por que?, etc). Logo, a organização composicional do gênero mesa-redonda, assim como o confronto da leitura e produção oral, possibilita ao indivíduo o confronto com ele mesmo, isto é, seja pela instância de leitor de mundo, bem como produtor e gerenciador de conhecimentos linguísticos, socias, culturais e históricos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Gerais: 1. Ler livro de Ariano Suassuna O Santo e a Porca; 2. Produzir a Mesa-redonda a partir de cinco temas levantados a partir da leitura. Específicos: 1. Verificar a passagem da variedade formal para informal da língua a partir da perspectiva da identidade do sujeito; 2. Analisar a o fenômeno da improvisação e dinamismo na oralidade
MÉTODOS:
Procedimentos:
a) Leitura do livro O Santo e a Porca;
b) Atividade em grupo.
Estratégia:
a) Elaboração em grupo de textos, a partir de temas, a serem apresentados em cada mesa-redonda:
Tema 1:Dê-nos licença, “seu” Ariano Suassuna: quem é o “senhor”?
Tema 2: Caroba: amiga ou interesseira?
Tema 3: Euricão: uma triste história?
Tema 4: O Santo ou a Porca: qual a importância deles à narrativa?
Tema 5: Uma breve análise de o Sertão avarento, casamenteiro e religioso de Ariano Suassuna.


Sujeitos-participantes: Alunos do 7º ano de Escola Municipal em Jaboatão dos Guararapes.
Ambiente: Sala de aula.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O limite entre o domínio e passagem da linguagem formal e/para a informal da língua, a partir de exposições orais no formato mesa-redonda orientada por temas, convida o sujeito-leitor a assumir o controle de suas produções, considerando os diferentes níveis de avaliadores da atividade (professor e alunos).
CONCLUSÕES:
A atividade culminante de leitura de O santo e a Porca através da produção oral de mesa-redonda evidenciou que a passagem de enunciados típicos da variedade informal para formal não é solicitada pela organização composicional do gênero em questão, tampouco pelo conteúdo, isto é, a natureza do discurso emanado pelo tema, mas sim, pela exposição oral (qualidade da leitura do livro/ imersão à atividade de leitura solicitada/ trajetória de leituras) do outro, seja a do professor, como, principalmente, a dos outros integrantes que compõem mesa.
Palavras-chave: Leitura e Produção textual, Mesa-redonda, Variedade formal e informal da Língua.