65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências
APRENDENDO E DESENVOLVENDO JOGOS LÚDICOS ANALÓGICOS: BANCO ORGÂNICO.
Adriana Vieira dos Santos - Profa. Me./Orientadora - IFBA Santo Amaro
Víctor Hugo Pereira da Cruz de Araújo - IFBA Santo Amaro
Rafael dos Santos Souza - IFBA Santo Amaro
INTRODUÇÃO:
Desde o início da humanidade, o jogo está intrinsecamente ligado à natureza humana, desde uma simples brincadeira de crianças, até uma disputa de caça entre homens, sendo assim, sua presença corrobora com o desenvolvimento das sociedades. Jogo é toda e qualquer atividade que os indivíduos ampliam seus conhecimentos sobre si, sobre o mundo, desenvolvem linguagens, organizam pensamentos, enfim, socializam-se em torno e/ou em busca de um objetivo. São momentos sagrados na vida de qualquer indivíduo. (SILVA E GONÇALVES, 2010). Durante o momento de socialização que é o jogo, ao indivíduo participante, são impostas regras e limites, tanto morais quanto espaço-temporais, são atividades estruturadas, que assumem ao mesmo tempo um papel lúdico e divertido, mas que pode ser transformado em uma atividade educacional, formadora de opinião e construtora de conhecimento. Assim, toda e qualquer área do conhecimento, pode e deve ser repaginada, sendo a ela oferecida essa nova ferramenta educacional, pois assim, os futuros profissionais poderão aprender melhor, pelo caráter convidativo do jogo, que em suas entrelinhas passará a informação desejada de forma lúdica, diversificando o ambiente da sala de aula. Pensando assim, a Química orgânica pode também ser ensinada de maneira lúdica e prazerosa.
OBJETIVO DO TRABALHO:
A presente experiência de ensino-aprendizagem tem como temática a química orgânica e foi realizada no IFBA- Campus Santo Amaro. O jogo intitulado Banco Orgânico foi construído por alunos do 3º ano do Ensino Médio com intuito de facilitar a compreensão do assunto funções orgânicas, adquirir sociabilidade, respeitar e aceitar regras e outras competências e habilidades ligadas aos jogos educacionais.
MÉTODOS:
O jogo permite até cinco jogadores, sendo disponível para eles apenas escolher seu pino, com o qual percorrerá as casas e uma determinada quantia do dinheiro do jogo, os béqueres. Baseado nos jogos Monopoly e Banco Imobiliário, o jogo permite a relação entre os jogadores, através da compra e venda das casas, ou empresas, que em sua totalidade realizam atividades ligadas a Química Orgânica. As casas do Banco Orgânico apresentam atividades relacionadas a química orgânica. O Banco Orgânico, que é do tipo analógico, foi construído artesanalmente pelos proponentes, utilizando como base a tampa de uma caixa de papelão de dimensões 45x33 cm. Após ajustes com cortes de aparas de material, a base do tabuleiro foi decorada com papéis laminados, onde foram escritos o nome do jogo. Feito isso, foi iniciada a fase de impressão do tabuleiro, e das cartas. Após impresso em papel sulfite, o tabuleiro foi colado na base de papelão já decorado. Após isso, foi adicionado ao tabuleiro já pronto, os dados e os pinos. As cartas de sorte/revés foram batizadas de Ácido ou Catalisador, já as cartas de perguntas e respostas abordam questões introdutórias da química orgânica, como classificação de cadeias carbônicas, tipos de ligação; além de questões mais avançadas como funções orgânicas, polaridade etc.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O jogo em sua forma de protótipo, foi apresentado aos colegas de classe, como uma espécie de laboratório, onde recebemos críticas e elogios, a partir destas, foram feitas algumas modificações na lógica do andamento do jogo e no layout, para ser confeccionado definitivamente. A necessidade da inserção de conceitos e práticas como o empreendedorismo, network, aprendizagem e sustentabilidade e química orgânica, impulsionaram a gênese do jogo.Após este teste o jogo foi apresentado para cerca de 100 pessoas, onde foi possível que o público jogasse e pudesse avaliar o trabalho feito. Além disso foi possível observar, naquele momento de interação, a transmissão de algum conhecimento, principalmente por parte dos alunos de outras escolas do município que não vivenciam a prática da química em laboratórios. Segundo a lista de presença/avaliação dos visitantes do jogo, este contou com 15 notas 10,0 e 2 notas 9, obtendo assim uma das melhores avaliações entre todos os jogos do evento que além de jogos analógicos incluíam jogos eletrônicos, que em sua essência são mais convidativos. Alguns professores da instituição, “voltaram a ser crianças” na presença do jogo, mas não apenas pelo sentido lúdico, mas pela idéia de aliar este tipo de jogo à química.
CONCLUSÕES:
Assim, percebeu-se o alto nível de aceitação do jogo por parte do público, e principalmente dos estudantes de química, que viram nele uma nova perspectiva de aprendizagem das funções orgânicas e não apenas a memorização, que vem para romper o tradicionalismo da sala de aula, uma tendência da educação moderna.
Palavras-chave: Química Orgânica, Ensino-aprendizagem, Funções Orgânicas.