65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 1. Climatologia
MONITORAMENTO DAS CHUVAS EM SILVEIRA MARTINS – RS
Elias Silveira Rizzi - Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental - UFSM
Daniel Secretti Vendruscolo - Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental - UFSM
Francisco Rossarolla Forgiarini - Prof. Dr. / Orientador - Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental – UFSM
INTRODUÇÃO:
A precipitação é a variável climática mais importante e representa a alimentação dos sistemas hídricos (Tucci, 2001). No Estado do Rio Grande do Sul o regime pluviométrico não é homogêneo, apresentando variabilidade espacial e temporal condicionadas às interações de diferentes mecanismos climáticos (Khan e Kim, 1998). Outro fator que é responsável pela não homogeneidade das chuvas no Estado é o relevo.
Rio Grande do Sul é caracterizado por terras baixas e a parte norte com cotas mais elevadas. Estas particularidades fazem surgir diferentes comportamentos da chuva no Estado, com a possibilidade de ocorrer às chuvas orográficas (ou chuvas de relevo). Em geral, estas chuvas são concentradas em pequenas áreas, com pequena intensidade, porém, com grande duração (Tucci, 2001).
Segundo a teoria brevemente descrita, o município de Silveira Martins apresenta condições favoráveis ao estudo de precipitações orográficas, pois, sendo vizinho ao município de Santa Maria, está no limite da Depressão Central e o Planalto Rio-grandense.
A diferença de altitude entre os dois municípios é superior a 400 metros. Associado a isto, destaca-se o movimento das massas de ar que vão de encontro desta barreira natural, tendo as condições para o aporte de umidade que provocariam as precipitações orográficas.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo da pesquisa foi de avaliar a provável existência de efeito orográfico nas precipitações no município de Silveira Martins - RS.
MÉTODOS:
Para atingir o objetivo foram instalados postos de monitoramento. O monitoramento das precipitações a barlavento (aumento de elevação no sentido da massa de ar) e a sotavento (diminuição de elevação no sentido da massa de ar) de Silveira Martins compreendeu a instalação de dez postos pluviométricos entre Santa Maria e Faxinal do Soturno, passando por Silveira Martins. São cinco pluviômetros a barlavento e cinco pluviômetros a sotavento. Após cada evento de chuva os dados de cada pluviômetro serão adquiridos e passados para um computador para constituir um banco de dados. Será analisado se ocorre um aumento da chuva a barlavento e uma diminuição a sotavento, o que caracterizaria o efeito orográfico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O monitoramento atual indica uma pluviosidade nove por cento maior a barlavento (ventos na direção Santa Maria-Silveira Martins) do que a sotavento (ventos na direção Silveira Martins-Faxinal do Soturno), com total precipitado a barlavento de 997,3 mm e a sotavento 908,96 mm de chuvas.
Durante o período de coleta que foi de 11 meses ocorreram 30 eventos. A distribuição temporal dessa chuva nos remete uma media mensal de 95,31 mm, concentrando em Julho (80 mm), Agosto (137 mm), Setembro (69 mm), Outubro (164 mm), Novembro (55 mm), Janeiro (38 mm), Fevereiro (34 mm), Março (102 mm), Abril (138 mm) e Maio (136 mm). Os totais precipitados mensalmente mostraram que o mês de Outubro foi o que mais choveu.
O monitoramento das chuvas mostra que os maiores volumes de chuvas foram coletados a barlavento, porém em alguns eventos observa-se a inversão (maior volume de chuvas a sotavento).
O total precipitado de coleta de cada pluviômetro para todos os eventos ocorridos até o momento mostrou que o pluviômetro (PL4 – 1078 mm) foi o que registrou maiores valores de volume de chuva e esta localizado onde as massas de ar vão de encontro a barreira natural provocando as chuvas orográficas. Outro fato a ser considerado é que na maioria dos eventos houve pouca variação espacial entre as precipitações.
CONCLUSÕES:
A análise dos dados coletados no município de Silveira Martins sugere a influência do relevo na formação das chuvas. A maioria das precipitações indica uma diferença nos totais precipitados a barlavento e a sotavento, tendo um aumento da precipitação a Barlavento e uma diminuição a Sotavento. Contudo, mais análises e estudos devem ser realizadas para caracterizar o efeito orográfico.
Palavras-chave: Precipitação, Chuva de Relevo, Fenômeno Hidrológico.