65ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 3. Filosofia - 2. Filosofia |
A DIALÉTICA DO DESEJO DESCRITA NA SESSÃO CONSCIÊNCIA-DE-SI DA FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO (1807) DE HEGEL |
Larissa Rodrigues Moreira - Faculdade de Educação - UFG Pedro Adalberto Gomes de Oliveira Neto - Prof. Dr./Orientador - Faculdade de Educação - UFG |
INTRODUÇÃO: |
A obra Fenomenologia do Espírito de G. W. F. Hegel (1770-1831), escrita de 1805 a 1807, se propõe a analisar o processo de formação e para isso o autor utiliza figurações, figuras e momentos. No decorrer da obra ocorre o diálogo entre duas consciências: filosófica e natural. A consciência filosófica é a responsável por guiar, através do método dialético, a consciência natural até o seu desenvolvimento como ciência. A figura Consciência é composta pelas figuras: 'Certeza Sensível', 'Percepção' e 'Força e Entendimento'. Nessas três figuras o saber se modifica a medida que a consciência experiencia o mundo. Para o entendimento da obra hegeliana é necessário compreender o conceito de suprassunção, pois esse explica como o saber se modifica. Suprassumir é negar e conservar ao mesmo tempo, ou sej, depois de uma experiência a consciência se modifica, mas permanece a "mesma" porque guarda em si a experiência pela qual passou. Ao passar por essas experiências, se torna possível a transformação da consciência em consciência-de-si. A dialética do desejo perpassa três momentos, a saber: a destruição do outro em função de si, o recolocar do outro como possibilidade de sua existência e seu reconhecimento mediante o outro de si. Analisar o problema do desejo pelo viés filosófico foi de suma importância à teoria da Psicologia, principalmente no campo da Psicanálise, pois esta reutilizou o discurso hegeliano. |
OBJETIVO DO TRABALHO: |
Resultados esperados: 1. Entender e explicitar a crítica de Hegel ao dualismo moderno. 2. Analisar e descrever as dialéticas das figuras Certeza Sensível e Percepção. 3. Compreender e expor a categoria infinitude e o surgimento da figuração Consciência-de-si. 4. Descrever a dialética do desejo. |
MÉTODOS: |
Trata-se de trabalho teórico, pelo viés da dialética histórica hegeliana. |
RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
Crítica de Hegel ao dualismo moderno Na introdução da obra Hegel faz uma crítica ao dualismo proposto pela ciência moderna e esse é o ponto de partida da construção de seu método de conhecimento. Essa crítica hegeliana nos chama a atenção para o fato de que o método pode conformar os resultados da experiência, ou seja, quando a filosofia moderna parte do Eu e separa este do Absoluto, torna inviável o conhecer verdadeiro. Pois estando fora da verdade, qualquer discurso seria – de início – falso. Para Hegel o Absoluto – verdade, está desde o início presente naquele que o busca, e, por isso ele não admite a dicotomia entre sujeito e objeto. Figuras e dialética do desejo A figuração ‘Consciência’ demarca o início do processo de conhecimento da consciência natural. Esse processo acontece à medida que a consciência experiencia o mundo, ou seja, experiencia os fenômenos. Na ‘Certeza Sensível’ a consciência compreende o mundo partindo do pressuposto que os dois estão separados. Na ‘Percepção’ a consciência tenta compreender o objeto definindo suas características internas. O surgimento do desejo só é possível com a consciência-de-si, pois sabendo de si ela consegue perceber o outro, apesar de nesse momento ainda não reconhecê-lo como diferente dela. Nesse momento é inaugurada a dialética do desejo, que é composta por três momentos. Primeiro, o puro eu. Segundo, a consciência-de-si retorna ou reflete em si. Terceiro, Surge o Outro, pois a consciência-de-si se duplica. |
CONCLUSÕES: |
A obra de Hegel é extremamente rica e complexa, e, influenciou cultura e a filosofia Ocidental. Compreender a obra Fenomenologia do Espírito é de extrema importância a quem objetiva se dedicar a busca pelo saber, pois nos proporciona olhar de forma auto-crítica o que produzimos. Nos permite analisar que além da repetição de métodos pré-estabelecidos, é preciso pensar cotidianamente em como estamos utilizando tais métodos. O obra de Hegel dá base a um novo modelo de educação, na medida em que parte do pressuposto de que a consciência deve se desenvolver a partir de sua própria experiência. O método dialético ao compreender as contradições como fundamentais ao processo de busca pelo conhecimento permite compreendermos o mundo de maneira mais completa e coerente. Neste trabalho a investigação das dialéticas do desejo se restringiu à descrição da primeira teoria hegeliana sobre o desejo. As dialéticas hegelianas contribuíram decisivamente para o embate entre filosofia e formação, não menos na investigação psicanalítica. O tema em questão é de suma relevância tanto à Filosofia quanto à Psicologia, em geral e à Psicanálise, em particular. Esse estudo deixa base e inspiração para novos estudos que com certeza trarão contribuições imprescindíveis ao meu processo formativo. |
Palavras-chave: Crítica ao dualismo moderno, Conhecimento, Outro. |