65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 4. Enfermagem Obstétrica
AVALIAÇÃO DA IDADE GESTACIONAL E DO CRESCIMENTO FETAL/NEONATAL EM RÉCEM-NASCIDOS DE MULHERES COM DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO (DHEG): COMPARAÇÃO DO COMPRIMENTO HÁLUX-CALCÂNEO COM OUTROS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO.
Lívia Roberta Rodrigues Conceiçao - Faculdade de Enfermagem - UFG
Érika Lopes Rocha - Faculdade de Enfermagem - UFG
Ana Karina Marques Salge - Profa. Dra/Orientadora - Faculdade de Enfermagem - UFG
INTRODUÇÃO:
O cálculo da idade gestacional (IG) é de grande importância para determinar desvios de crescimento fetal/neonatal. Saber a IG correta em particular no baixo peso ao nascer (BPN) é importante, pois avalia o risco de morbidade e mortalidade (GOYAL et al., 1989). As três principais causas de mortes neonatais estão relacionadas a complicações devido à prematuridade, baixo ao nascer peso e à infecção. Os óbitos neonatais geralmente encontram-se diretamente associados a alguma alteração materna, principalmente a doença hipertensiva específica da gestação (DHEG). Diversos estudos apontam alternativas antropométricas simples para avaliação do recém-nascido (RN), que podem auxiliar na distinção entre a estreita variabilidade biológica, identificando de forma mais precisa, a idade gestacional e os desvios no crescimento fetal e neonatal (ZAGO et al. 2000). O comprimento hálux-calcâneo (CHC) é utilizado desde o século passado, com comprovada eficácia na avaliação do RN (FAVORITO et al., 2010). Nas necropsias da patologia pediátrica, o CHC é útil para estabelecer a idade gestacional em fetos e natimortos, por tratar-se do parâmetro menos provável de ser afetado por malformações congênitas e o menos atingido em casos de fetos macerados ou parcialmente fragmentados (CROFT et al., 1999).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a idade gestacional e o crescimento fetal/neonatal em recém-nascidos de mulheres com doença hipertensiva específica da gestação através da comparação do comprimento hálux-calcâneo com outros métodos de avaliação. Comparar as medidas do comprimento hálux-calcâneo do recém-nascido com outros métodos de avaliação e com os desvios de crescimento fetal/neonatal.
MÉTODOS:
Estudo descritivo-exploratório prospectivo, com abordagem quantitativa. Realizado em maternidade pública federal em Goiânia, Goiás, de agosto de 2011 a dezembro de 2011. A população constituiu-se de todas as puérperas com diagnóstico de DHEG, de acordo com critérios clínicos e laboratoriais, e todos os respectivos fetos/RN, nascidos por parto normal ou cesariana. A fonte de informação para esse estudo foi composta pelo prontuário médico de cada puérpera e também da mensuração das medidas antropométricas do RN que não constavam no prontuário médico. Posteriormente era realizada uma entrevista para coleta dos dados sócios demográficos. A medida CHC foi realizada utilizando-se régua plástica transparente e rígida, graduada em milímetros.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram estudadas 241 mulheres no período de recorte da amostra, destas 61 mulheres possuíam gestação de alto risco com diagnóstico clínico de DHEG. Foram excluídas do estudo 17 mulheres que não possuíam registro de um ou mais dados necessários à realização da pesquisa. A análise final foi realizada em 44 gestantes de alto risco com diagnóstico clínico de DHEG. Destas a maioria tinham entre 19-35 anos, procedentes de Goiânia, com ensino fundamental incompleto ou ensino médio completo, casada/união consensual e do lar. Durante o período de estudo nenhuma gestação gemelar foi incluída na pesquisa, portanto o número de gestantes coincide com o número de fetos/RN. Entre as medidas antropométricas mais comumente verificadas na prática clínica, observamos que houve relação estatisticamente significante entre o peso e o CHC. Resultados semelhantes também podem ser observados em vários outros estudos, que encontraram resultados marcantes, principalmente em RN prematuros, baixo peso ao nascer e pequenos para IG. Foi encontrada relação estatisticamente significante entre recém-nascidos pequenos para a idade gestacional e o CHC. O CHC além de eficaz na identificação precoce desses grupos tem como vantagem: fácil acessibilidade e aprendizagem, baixa manipulação e custo e boa reprodutibilidade.
CONCLUSÕES:
Observou-se que a maioria da população do estudo possuía entre 19 e 35 anos, com ensino médio completo/incompleto, casadas/união estável e declararam ser do lar ou estudantes. A comparação entre as medidas do comprimento hálux-calcâneo do RN com outros métodos de avaliação mostrou relação estatisticamente significante com recém-nascidos pequenos para a IG e relação significante entre o peso ao nascerem e o CHC de recém-nascidos com desvios do crescimento.
Palavras-chave: Gestação de alto risco, Idade gestacional, Recém-nascido.