65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 1. Antropologia - 7. Etnologia Indígena
Transformações no universo alimentar dos arara-Karo: mitos, ressignificações e sustentabilidade
caroline alves lima - Aluna do curso Técnico em Florestas - IFRO, campus Ji-paraná
Matheus Henrique Brandão - Aluno do curso Técnico em informatica - IFRO, campus Ji-paraná
Lediane Fani Felzke - Professora/Orientadora - Instituto Federal de Rondônia, campus Ji-paraná.
Jania Maria de Paula - Professora/Orientadora - Instituto Federal de Rondônia, campus Ji-paraná.
INTRODUÇÃO:
Esta pesquisa foi desenvolvido junto ao povo indígena Arara-Karo, pertencente à família Rama-Rama, do tronco linguístico Tupi que habita as margens do Rio Machado desde tempos imemoriais. Atualmente seus 294 indivíduos vivem e se perpetuam na Terra Indígena Igarapé Lourdes, município de Ji-paraná/RO.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Analisar a percepção do povo Arara-Karo sobre os benefícios e os prejuízos provocados pelas mudanças nos seus hábitos alimentares no que diz respeitos aos aspectos culturais, de sustentabilidade e de saúde do grupo, através da identificção dos alimentos consumidos anteriormente ao contato interétnico e suas técnicas tradicionais de preparo; da averiguação de fatores que contribuem para as mudanças
MÉTODOS:
Para coleta e análise de dados foi utilizado o método etnográfico, pois possibilita, através da observação participante e das entrevistas não estruturadas, conhecer a realidade por trás da aparência. A coleta de dados foi realizada em parceria com os professores indígenas que atuam nas escolas das aldeias e ocorreu em momentos de convivência com as comunidades. Nestas oportunidades a pesquisa estabeleceu momentos de conversas e entrevistas não estruturadas com as famílias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A pesquisa mostrou que há mudança nos hábitos alimentares do povo Arara- Karo, provocada pela interferência da cultura não indígena. Tais mudanças repercutem nos hábitos alimentares deste povo que ao longo do processo de contato interétnico, passou a utilizar “comida do branco”, como o arroz, o feijão e o açúcar. É possível perceber que sua alimentação tradicional tem sido utilizada mais intensamente em momentos de festas. Os mais velhos preservam mais a alimentação tradicional, as famílias mais jovens estão mais adaptadas à “comida de branco” e não mantém a tradição do preparo dos pratos tradicionais. Apesar disso, trazem na memória, individual e coletiva, a lembrança desses alimentos.
CONCLUSÕES:
A partir do levantamento da alimentação tradicional e das dinâmicas provocadas pela interculturalidade, está se obtendo um panorama da realidade alimentar do povo Arara Karo. Esse panorama, bem como a percepção que a própria comunidade tem a respeito do tema pode fornecer subsídios para a implementação de projetos voltados para a questão da segurança alimentar entre os indígenas.
Palavras-chave: Contato interétnico, Hábitos alimentares, Identidade Cultural.