65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
OBESIDADE INFANTOJUVENIL E SEU PERFIL SOCIOECONÔMICO
Débora Larissa Rufino Alves - Acadêmica de enfermagem pela Universidade Estadual da Paraíba.
Nathaly de Medeiros Nóbrega Ramos - Acadêmica de farmácia pela Universidade Estadual da Paraíba
Jose de Alencar Fernandes Neto - Acadêmico de odontologia pela Universidade Estadual da Paraíba
Ástrid Camêlo Palmeira - Mestre em Saúde Pública pela Universidade Estadual da Paraíba
Adriana Amorim de Farias Leal - Mestre em Saúde Pública pela Universidade Estadual da Paraíba
Mônica Oliveira da Silva Simões - Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Farmácia – UEPB
INTRODUÇÃO:
A obesidade é um grande problema de saúde pública em todos os países e em todas as camadas sociais. No Brasil, a exemplo das estatísticas mundiais, dados indicam que 40% da população adulta apresentam excesso de peso, constatando-se aumento da prevalência da obesidade em praticamente todos os estratos de idade. (MARCHI-ALVES et al, 2011). A prevalência da obesidade durante a infância e a adolescência já alcançou proporções epidêmicas. O jovem obeso apresenta maior risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não degenerativas, além dos prejuízos psicossociais provocados pelo estigma da obesidade. Esta está relacionada a importantes repercussões metabólicas, como as alterações no metabolismo lipídico e glicídico e na pressão arterial (ABBES et al, 2011). Segundo Silva et al (2005), a questão socioeconômica interfere na disponibilidade de alimentos e no acesso à informação, sendo influenciada por meio da educação, da renda e da ocupação, o que resulta em padrões comportamentais específicos que afetam a ingestão calórica, o gasto energético e a taxa de metabolismo.
Diante disso, é de extrema importância estudos que avaliem os fatores socioeconômicos de crianças e adolescentes com excesso de peso.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo da pesquisa foi identificar os aspectos socioeconômicos e as condições de saúde das crianças e adolescentes atendidos no COI (Centro de Obesidade Infantil).
MÉTODOS:
Trata-se de um estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa, realizado em 2011/2012 no Centro de Obesidade Infantil (COI) localizado em Campina Grande-PB. Participaram 132 crianças e adolescentes atendidos no COI que possuíam diagnostico de obesidade ou sobrepeso com idades entre 2 e 20 anos. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados um formulário estruturado para o registro das variáveis socioeconômicas e realizaram-se exames clínicos e antropométricos. Para a análise estatística utilizou-se o programa SPSS versão 17.0, sendo os dados descritos através de médias, desvio padrão e frequência. O estudo estava de acordo com os preceitos para pesquisas com seres humanos de acordo com a normativa do Conselho Nacional de Saúde - CNS 196/96, de 10 de outubro de 1996.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O estudo possuiu uma amostra de 132 pacientes, na qual foi observado que 78% eram adolescentes e 60,6% do sexo feminino, assemelhando-se a Leal et al (2012) que identificou em seu estudo uma população de 57,4% de adolescentes e 51,2% do sexo feminino. Na pesquisa foi identificado que 81,8% dos pacientes apresentaram diagnóstico de obesidade, o que corrobora com Ramos et al (2011) que em seu estudo encontrou 81,1% de obesos. Assim como Rivera et al (2010), em que 78,7% frequentavam o ensino público, no presente estudo observou-se um percentil de 53,0%. Quanto à renda familiar total foi evidenciado que 51,5% possuíam renda inferior a dois salários mínimos. Além disso, 86,4% dos participantes moravam com até cinco pessoas em sua residência. No Brasil, pode ser vista uma relação entre a obesidade e a baixa classe socioeconômica, já que os alimentos considerados como mais saudáveis estão menos acessíveis para indivíduos em condições mais limitadas (MIRANDA; ORNELAS; WICHI, 2011).
CONCLUSÕES:
Visto que a obesidade infantil representa sérios problemas sistêmicos ainda na fase infantojuvenil e posteriormente na idade adulta fica claro a necessidade de discussão e intervenção. O profissional de saúde deve estar atento aos panoramas socioeconômicos e ser capaz de intervir com ações educativas de promoção a saúde, de acordo com o público atendido, pois estudos mostram a mudança no perfil dos países com relação à obesidade, o que está associado à renda ou até mesmo a classe social, uma vez que o perfil alimentar mundial encontra-se em transformação.
Palavras-chave: Obesidade, Perfil socioeconômico, Infantojuvenil.