65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 3. Medicina Veterinária Preventiva
AVALIAÇÃO SOROLÓGICA PARA DETECÇÃO DE Brucella ovis EM OVINOS NA MICRORREGIÃO DE SOUSA-PARAÍBA
Roberta de Azevedo Maia Santiago Beltrão - Aluna Curso de Medicina Veterinária - IFPB/Campus Sousa-PB
Aline Francelina de Queirós - Aluna Curso de Medicina Veterinária - IFPB/Campus Sousa-PB
José Soares Ferreira Neto - Prof. Dr. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - FMVZ/USP
Inez Liberato Evangelista - Profa. Dra. Instituto Federal da Paraíba - IFPB/Campus Sousa-PB
Vivianne Cambuí Figueiredo Rocha - Doutoranda Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - FMVZ/USP
Salomão Cambuí de Figueiredo - Prof. Msc./Orientador Instituto Federal da Paraíba - IFPB/Campus Sousa-PB
INTRODUÇÃO:
O rebanho ovino brasileiro é de 14 milhões de cabeças, das quais, 48% estão na região Nordeste. A mortalidade perinatal de cordeiros é um dos fatores que limitam a eficiência biológica e econômica dos sistemas de produção ovina em todo o mundo. Na Paraíba, pesquisas revelaram que em média 39% dos criadores de ovinos relataram a ocorrência de abortamento, natimortalidade e mortalidade de cordeiros na primeira semana pós-parto.
A brucelose ovina é uma doença infecciosa crônica dos ovinos causada pela Brucella ovis e caracterizada por elevada mortalidade de cordeiros, sendo considerada uma das principais causas de perdas reprodutivas desta espécie animal, advindas da redução da fertilidade dos rebanhos.
Tendo em vista os prejuízos econômicos causados pela infecção por B. ovis nos rebanhos brasileiros, observados pela baixa produtividade, ocorrências de abortamento, e que este patógeno já foi identificado através de vários testes sorológicos em vários estados brasileiros e a prevenção/controle desta enfermidade fazer parte do Programa Nacional de Sanidade Caprina e Ovina (PNSCO), do Ministério da Agricultura, é imprescindível a investigação permanente dos rebanhos ovinos por meio de sorologia nos animais expostos à doença.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho teve como objetivo realizar um inquérito sorológico na microrregião de Sousa, uma vez que já há relatos sorológicos da presença de Brucella ovis no estado.
MÉTODOS:
O trabalho de campo foi realizado em propriedades particulares localizadas na microrregião de Sousa. Foram coletados o sangue dos animais, por punção da veia jugular com seringas descartáveis, o sangue foi transferido para frascos estéreis, os quais foram dessorados e congelados a 20oC negativos, até o momento dos exames.
Os trabalhos laboratoriais foram feitos no Laboratório de Zoonoses Bacterianas (LZB) do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal (VPS), na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), da Universidade de São Paulo (USP).
O teste de imunodifusão em ágar gel, foi executado de acordo com a metodologia oficial, onde foi utilizado Ágar Noble na proporção de 1% em tampão borato acrescido de azida sódica a 1%. As lâminas permaneceram em uma câmara úmida sob temperatura ambiente, durante 72 horas e as leituras foram feitas com intervalo de 24 horas. Foi utilizado antígeno, que consiste de proteínas e lipopolissacarídeos solúveis, extraídos da bactéria Brucella ovis, amostra Reo 198, e soros padrões positivo e negativo, provenientes do Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Neste estudo, seis, das sete propriedades amostradas, apresentaram positividade para B. ovis. A ocorrência do agente variou de 5,13% a 41,18%. Um total de 150 animais foram investigados, de todas as propriedades visitadas. Das 97 fêmeas amostradas, 17 (17,52%) reagiram positivamente ao teste de IDGA. Nos machos, dez animais dos 53 testados (18,86%), foram positivos. Estes resultados estão sobremaneira acima da média observada em outras pesquisas conduzidas em realidade parecida. Tal fato pode ser indicativo de falha na prevenção e controle das doenças infecciosas dentro e entre os rebanhos.
CONCLUSÕES:
A presente pesquisa aponta uma frequência alta de infecção por Brucella ovis nos rebanhos ovinos da microrregião de Sousa, podendo ser este um importante fator na baixa prolificidade observada nesta região.
Outros trabalhos devem dar sequência a esta pesquisa visando aprofundar detalhadamente a história epidemiológica desta doença nestes plantéis, bem como correlacionar tal situação às perdas econômicas geradas pela presença da B. ovis.
Palavras-chave: Infecção, Rebanho, Nordeste.