65ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO EXTRATO ETANÓLICO DO CAULE DE Croton argyrophyllus Kunth (EUPHORBIACEAE) PELO MÉTODO DO SEQUESTRO DE RADICAIS LIVRES DPPH
Matheus Andrade Rocha Costa - Graduando em Eng. Ambiental – UESB, Itapetinga/BA - matheusandadesk8@hotmail.com
Rândilla Regis Cordeiro dos Santos - Graduanda em Química – UESB, Itapetinga/BA
Sandra Lúcia da Cunha e Silva - Profa. Dra. DEBI – UESB, Itapetinga/BA
Simone Andrade Gualberto - Profa. Dra./Orientadora DEBI – UESB, Itapetinga/BA
INTRODUÇÃO:
Estudos relacionados às propriedades medicinais e antioxidantes de extratos obtidos a partir de espécies vegetais têm despertado grande interesse da comunidade cientifica. As substancias químicas produzidas pelas plantas, como mecanismo de defesa, podem proporcionar outras propriedades benéficas, como anti-inflamatória, anticancerígena, antioxidante, antimicótica, e antibacteriana, sendo utilizadas para o tratamento de inúmeras doenças. Estes metabólitos são valorizados por suas características aromáticas e terapêuticas, as quais vêm sendo empregadas como constituintes nas formulações de inúmeros fármacos e coadjuvantes. Os antioxidantes são substancias capazes de estabilizar ou desativar os radicais livres, retardando a velocidade da oxidação de biomoléculas, inibindo a produção de espécies altamente reativas, que podem iniciar a oxidação de proteínas, aminoácidos e do ácido desoxirribonucléico (DNA), o que resultaria no envelhecimento e no desenvolvimento de doenças degenerativas, como câncer, catarata e disfunções cerebrais. Atualmente, o potencial antioxidante de extratos, frações e compostos isolados de plantas tem sido analisado por diferentes metodologias, sendo o método do sequestro de radicais livres 2,2-difenil-1-picrilidrazila (DPPH), um dos mais utilizados.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho teve por objetivo avaliar a atividade antioxidante do extrato etanólico dos caules de Croton argyrophyllus, uma espécie nativa da região Sudoeste da Bahia, frente ao radical livre 2,2-difenil-1-picrilidrazila (DPPH), visando ampliar os conhecimentos sobre as propriedades farmacológicas da espécie estudada.
MÉTODOS:
A coleta dos caules do C. argyrophyllus foi realizada na Floresta Nacional Contendas do Sincorá – BA. O material vegetal seco e moído foi extraído por percolação com solução hidroalcóolica a 95% até exaustão e, em seguida, concentrado em evaporador rotatório para obtenção do extrato etanólico.
A atividade antioxidante do extrato foi avaliada frente a uma solução metanólica de DPPH a 0,3 mM. As concentrações do extrato testadas foram de 100, 250, 500 e 1.000 µg/mL, todas em triplicata, utilizando-se metanol como solvente. A mistura da reação foi constituída da adição de 0,5 mL das amostras, 3,0 mL de metanol e 0,3 mL da solução de DPPH. O branco foi preparado usando 3,3 mL de metanol e 0,5 mL da amostra. Para o controle negativo utilizou-se 3,5 mL de metanol e 0,3 mL da solução de DPPH. Como controle positivo foi utilizado um antioxidante sintético, o BHT, na concentração final de 90 μg/mL. As misturas foram preparadas em ambiente escuro e homogeneizadas em agitador de tubos.
As leituras das absorbâncias foram feitas no período de 60 minutos após a adição do DPPH, em espectrofotômetro a comprimento de onda de 515 nm. O aparelho foi zerado com metanol. Com os valores médios das absorbâncias encontradas foi determinado o percentual de atividade antioxidante das diferentes concentrações do extrato, de acordo com a Equação abaixo:
%AA = 100 – {[(Absamostra – Absbranco) x 100]/Abscontrole}
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As diferentes concentrações do extrato etanólico dos caules de Croton argyrophyllus (100, 250, 500 e 1000 µg/mL), testadas pelo método do sequestro de radicais livres DPPH, apresentaram percentual de atividade antioxidante correspondente a 88,1; 95,8; 96,1 e 96,2%, respectivamente. Estes resultados demonstram que todas as concentrações testadas apresentaram um elevado percentual de atividade antioxidante após o tempo de 60 minutos de reação. Quando comparado ao controle positivo BHT (90 μg/mL), que apresentou um percentual de atividade antioxidante de 51,6% no tempo de 60 minutos, nas mesmas condições usadas para o extrato, observa-se que os valores encontrados, mesmo nas concentrações mais baixas do extrato testadas, foram quase duas vezes maior, indicando o potencial antioxidante da espécie estudada.
Diversos são os estudos que demostram a ação antioxidante de compostos presentes em frutas e vegetais. A atividade antioxidante destas espécies é atribuída principalmente à presença de compostos fenólicos, muito ativos frente ao radical livre DPPH.
CONCLUSÕES:
A quantificação da atividade antioxidante do extrato etanólico dos caules de Croton argyrophyllus foi realizada pelo método do sequestro de radicais livres DPPH. O extrato mostrou-se altamente ativo nos testes realizados, em diferentes concentrações, indicando o potencial antioxidante da espécie estudada. Em vista disso, novos estudos têm sido realizados pelo grupo de pesquisa, visando o desenvolvimento de novos bioprodutos farmacologicamente ativos.
Palavras-chave: Atividade antioxidante, Croton sp., Metabólitos secundários.