65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 7. Fisiologia - 5. Fisiologia
FARINHA DA CASCA DE TUCUMÃ (Astrocaryum aculeatum Meyer ) NA COMPOSIÇÃO DE MEIO DE CULTURA PARA CRESCIMENTOS DE FUNGOS BASIDIOMICETOS.
Rafael Araújo de Amaral - Depart. Química – CESP-UEA
Suelen de Souza Ribeiro - Depart. Química – CESP-UEA
Geandro da Silva Guimarães - Depart. Química – CESP-UEA
Evan Hendrick Prado - Depart. Química – CESP-UEA
Luciano Cunha Brilhante - Depart. Química – CESP-UEA
Ademir Castro e Silva - Dr./Orientador- Depart. Ciencias biológicas – CESP-UEA
INTRODUÇÃO:
A composição do meio cultivo é importante para o crescimento fúngico. O meio sintético em função de seu custo pode inviabilizar ou dificultar pesquisas onde é necessário o crescimento de fungo da classe dos basidiomicetos. Urge-se, então, necessidade de alternativas que poderiam substituir esses meios sintéticos. Neste contexto, os resíduos agroindustriais poderiam ser testados para fazerem parte da composição do meio de cultura. No estado do Amazonas, por exemplo, gera-se grande quantidade de resíduo de casca de tucumã (Astrocaryum aculeatum Meyer) cujo fruto é rico em ácidos graxos saturados, glicerídeos trissaturados e vitaminas. Assim pretende-se testar meio contendo diferentes concentrações da farinha da casca de tucumã como alternativa para o crescimento de fungos basidiomicetos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Testar diferentes concentrações de farinha da casca do tucumã no crescimento de fungos basidiomicetos em diferentes faixas de pH.
MÉTODOS:
Para os testes de crescimento linear utilizou-se a farinha da casca do tucumã (Astrocaryum aculeatum Meyer) previamente seca em estufa a 50ºC e esterilizada em autoclave a 1,5 atm. Os meios de cultivo foram preparados em estado de fermentação semi-sólida nas concentrações 0,5%, 1%, 2% e 3% com o acréscimo de 1g de glicose e 15g de ágar a cada 1000 mL de água destilada. O pH foi ajustado com NaOH ou H2SO4 nas faixas de pH: 4, 6, 8, e 10. Foram utilizados três fungos da classe basidiomycota armazenados na coleção de fungos do laboratório de Biologia do CESP-Parintins, codificados em FV-12, FBL e Pycnoporus sanguineos. Para z repicagem pequenos fragmentos dos carpóforos foram crescidos em meio de cultura BDA. Nos bioensaios com a farinha da casca do tucumã a medição do crescimento foi realizada a cada 24 horas por um período de cinco dias ou até o preenchimento total da placa. O crescimento foi mensurado através da progressão linear da fronteira micelial, feita com régua milimetrada na base de cada placa de Petri, com medidas tomadas em duas direções perpendiculares. As culturas foram incubadas em estufa BOD à temperatura de 30º C. Todos os tratamentos foram realizados em duplicata.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Pycnoporus sanguineos apresentou o maior crescimento micelial no pH 4 de todas as concentrações testadas, em relação aos demais fungos. Em valores absolutos os maiores crescimentos ocorreram nas concentrações 1% e 2% (4,0 cm). Na concentração de 3% e pH 4 P. sanguineos apresentou crescimento 2,5 % menor em relação às outras concentrações e mesmo pH. Para a cepa FBL o maior crescimento na concentração 1% ocorreu no pH 4 (2,1 cm), enquanto que para o FV-12 o maior crescimento ocorreu no pH 8 desta concentração. Na concentração de 2% FBL e FV-12 apresentaram crescimento micelial (~2,1 cm) similar no pH 6 e pH 4 respectivamente. Na concentração de 3% FV-12 apresentou maior crescimento no pH 4.
CONCLUSÕES:
O Pycnoporus sanguineos foi o fungo testado que melhor se adaptou ao meio acrescido de farinha de casca de tucumã. A utilização da farinha da casca de tucumã como meio de cultivo apresentou correlação positiva com o crescimento dos fungos amazônicos testados em todas as concentrações do meio alternativo. Apresentando-se assim como uma alternativa viável na utilização como meio de cultura. Outros estudos precisam ser realizados para informações mais detalhadas sobre o metabolismo de fungos da Amazônia, bem como sobre os nutrientes da casca do tucumã.
Palavras-chave: Meio de cultivo, Fungos amazônicos, Pycnoporus sanguineos.