65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 5. História - 2. História do Brasil
Conflitos Rurais e Lideranças Católicas em Alagoas:1975-2010
Tassiana Alypia Gomes de Lira - Depto de História – UFAL
Celia Nonata da Silva - Profa. Dra./Orientadora – Depto de História – UFAL
INTRODUÇÃO:
O direito costumeiro da posse da terra ainda nos parece bem distante se um direito legal e oficial. A ocupação territorial brasileira também foi marcada por conflitos de terra e certo domínio do mandonismo local preservado até hoje. Sendo necessária uma investigação dos ideários políticos religiosos registrados nos discursos dos representantes do catolicismo, regulares ou laicos que movimentaram e articularam os movimentos sociais das massas camponesas, o presente projeto busca investigar e analisar a atuação das lideranças católicas no espaço rural, concomitante ao seu repertorio de ação coletiva para os movimentos rurais em Alagoas entre 1975 e 2010.
OBJETIVO DO TRABALHO:
A pesquisa busca analisar os conflitos rurais no Estado de Alagoas no período da criação da CPT em 1975 até o último governo Lula, buscando perceber o repertório da ação coletiva das lideranças locais, suas formas de ação política e o processo de resolução de conflitos por parte do governo do Estado.
MÉTODOS:
Levantamento documental e bibliográfico, digitalização das fontes encontradas nos acervos sobre o tema pesquisado
Análise crítica das fontes mediante a leitura documental e bibliográfica, e apontamento dos resultados obtidos e das hipóteses que foram verificadas.
Comparação e análise das fontes levantadas mediante o acervo obtido. Estudo sobre o material recolhido e interpretação das fontes documentais levantadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O processo de reforma agrária vem sendo protelado no sentido de preservar o interesse político dos grandes proprietários de terra no Brasil. Ao longo de nossa história sempre ocorreram conflitos por terra, e sempre foram reprimidas com extrema violência. Durante a análise dos documentos vemos inúmeros casos de repressão às lutas que geram as agressões e o desrespeito aos direitos humanos, feitas por parte dos latifundiários e apoiada por organismos do Estado, em especial as polícias. A violência do Estado beneficia o latifúndio e é calcada num sistema jurídico retrógrado, construído para a manutenção de um Estado voltado aos interesses das elites rurais com leis que não ajudam a reforma agrária e na conivência do poder judiciário com o latifúndio. Em meio a essa realidade de miséria e medo, a Comissão Pastoral da Terra tem uma participação forte junto aos camponeses, para superar esses obstáculos, desde a sua fundação em 1975, assumindo o compromisso de denúncias das situações e injustiças. Em Alagoas, as primeiras ações da CPT ocorreram em 1988 com a primeira Romaria da Terra. A violência adotada pela elite para concentrar a terra, pouco estudada em Alagoas, revelam que o processo de concentração fundiária, gera pobreza, excluídos e principalmente violência em todos os aspectos.
CONCLUSÕES:
Considerando o resultado da pesquisa podemos perceber que as elites estão a bastante tempo impondo um modelo concentrador de terra, que vem de forma autoritária e violenta defendendo a propriedade privada em detrimento de muitos trabalhadores vitimas da exploração irracional do homem e da natureza. As elites continuam impedindo a democratização do uso da terra. Em nome de seus interesses pessoais, financeiros e políticos, os latifundiários exploram, escravizam, ameaçam, torturam e matam aqueles que ousam lutar contra seus privilégios. Assim estudamos o papel das lideranças em meio aos trabalhadores na luta pela reforma agrária e contra os exploradores do trabalhador rural percebemos que têm sido priorizadas as ações do MST, mas pouco se relata sobre a importância da Igreja no campo e da CPT como suporte a ação dos trabalhadores.
Palavras-chave: CONFLITOS, VIOLÊNCIA