65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimentos - 2. Engenharia de Alimentos
APROVEITAMENTO DOS REJEITOS DAS VINÍCOLAS GAÚCHAS: ÓLEO DE SEMENTE DE SEMENTE DE UVA
Helena Brito Machado - Depto. de Engenharia de Alimentos - UNIPAMPA
Rosana Oliveira Ehlers - Depto. de Engenharia de Alimentos - UNIPAMPA
Valéria Terra Crexi - Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Engenharia de Alimentos - UNIPAMPA
INTRODUÇÃO:
O Rio Grande do Sul é o principal produtor de uvas para processamento no Brasil, com área cultivada de aproximadamente 50.000 ha sendo uma grande parte desta produção destinada para a produção de vinhos. A indústria vinícola produz um resíduo biomassa basicamente composto por cascas, sementes e engaço, e sua finalidade torna-se uma questão de pouca relevância para as indústrias. No entanto, já existem várias alternativas para o destino desses rejeitos, como a reutilização destes por outras indústrias seja alimentícia, cosmética e farmacêutica, pois, em geral, o resíduo da uva é uma rica fonte de compostos fenólicos e minerais, e entre os subprodutos existentes há o óleo da semente de uva. A semente de uva contém cerca de 10% a 20% de óleo comestível de boa qualidade, variando conforme a cultivar da uva. O óleo da semente da uva oriundas das variedades Vintis viniffera é conhecido por ter em sua constituição um alto teor de ácidos graxos insaturados, linoleico e oleico, além de apresentar propriedades antioxidantes devido à presença de vitamina E muito importantes à saúde humana.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho é realizar a extração do óleo das sementes de rejeito vindos da vinícola da região da campanha, no Rio Grande do Sul, a fim de quantificar características físico-químicas (acidez, índice de refração e cor) existentes no óleo da semente da uva da cultivar Tannat.
MÉTODOS:
Os rejeitos de uva provenientes da variedade Tannat foram cedidos por uma vinícola da região de Bagé - RS. Para a separação das sementes foi utilizado um processo de peneiramento além da separação manual. Antes da armazenagem, as sementes já separadas foram secas em estufa de circulação de ar a 105°C por 6 horas a fim de baixar sua umidade e evitar que ocorra sua rancificação. Após as sementes foram pesadas e então armazenadas em vidro âmbar a temperatura ambiente. Para a extração do óleo da semente foi utilizado o método clássico Soxhlet utilizando éter etílico como solvente e a relação solvente/amostra de 15:1.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O conteúdo total de sementes no rejeito foi 36% e o conteúdo de óleo na semente foi em torno de 12%. A acidez em ácido oleico foi 0,52%, o valor do índice de refração foi 1,474 e a cor apresentou um valor de “a” negativo e de “b” positivo, apresentado coloração amarela tendendo ao verde, característico do óleo de semente de uva. Em relação à legislação verifica-se que o óleo de uva apresentou valor de acidez superior a 0,3 em ácido oleico sugerindo-se, então, a neutralização deste produto, e o índice de refração está dentro da faixa permitida (1,473 – 1,477).
CONCLUSÕES:
O método utilizado mostra-se eficiente e capaz de extrair um óleo de boa qualidade para a utilização comercial, indicando que se pode produzir óleo das sementes de uvas provenientes das vinícolas gaúchas e agregando valor a este rejeito da indústria vinícola.
Palavras-chave: extração de óleo, óleo de semente de uva, rejeitos de vinícolas.