65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
DOCUMENTÁRIO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA EM TEMPOS DE REDES SOCIAIS E CIBERCULTURA: Uma experiência na Escola Municipal João Bento de Paiva Itapissuma/PE
Sebastião da Silva Vieira - Faculdade Frassinetti do Recife (FAFIRE)
Marcelo Sabbatini - Prof.Dr./Orientador - UFPE
INTRODUÇÃO:
O projeto foi desenvolvido em várias etapas, como por exemplo: organização das equipes, reuniões semanais, escolha dos temas, pesquisa sobre o tema, criação do roteiro, sinopse, filmagem, gravação, entrevistas, edição dos vídeos dentro da escola através da utilização do “Windows Movie Maker”, que faz parte do pacote “Windows”, finalização, gravação em DVD, avaliação (que envolve alunos e professor orientador).
Os alunos, com a orientação de um professor, realizavam as edições e produções visuais. Em seguida, ao final das etapas, realizaram dentro da escola como forma de exibição, uma palestra para as demais turmas do ensino fundamental, divulgando a produção e o trabalho coletivo dos alunos. Depois de toda divulgação, os alunos juntamente com o professor orientador realizaram festivais, palestras dentro da escola e o envio dos vídeos para participação em concursos nacionais de vídeos como forma de expor o trabalho desenvolvido.
Os resultados indicam que os alunos produziram conhecimentos fundamentais para a vida e que poderão aplicá–los no futuro em muitas situações, tanto acadêmicas quanto pessoais e/ou profissionais. O uso das tecnologias nesse projeto reflete a evolução de um tipo de linguagem que não é mais baseada somente na oralidade e na escrita, mas também no audiovisual, pois permite que o sujeito além de receptor seja produtor, podendo, assim, resgatar valores básicos de educação e principalmente de cidadania.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Compreender a produção audiovisual produzidas pelos dicentes a luz do uso das tecnologias digitais como documentário para a divulgação cientifica
MÉTODOS:
O projeto foi organizado em diversas etapas. Primeiramente, a sala foi dividida em pequenas equipes com a divisão das tarefas. Outra etapa foi a escolha do tema pelos alunos. O professor orientador cede parte de suas aulas para que seja discutido amplamente com os alunos o planejamento do vídeo, assim como encontros semanais e aos sábados na escola. A criação do roteiro é a transformação de uma ideia em história, que assume o formato de um roteiro, dividido em sequências e planos. A intervenção do professor é oportuna quando sente que o grupo está com algum problema, tanto de relacionamento como quando a equipe perde o foco do tema em questão ou as cenas descritas são incompletas, não detalhadas e até sem sentido, sem uma mensagem educativa. O professor faz a leitura dos roteiros e questiona o porquê de tudo. Na etapa de gravação, os alunos fazem o plano com horários, locais, ordem das sequências e fotos. Logo após a gravação de cena e fotografias, os alunos assistem à sua atuação, escolhem as fotos que se enquadram na temática abordada, e muitas vezes decidem regravar as cenas que não ficaram boas, assim como as fotos. Os alunos são acompanhados pelo professor orientador em todas as gravações. Outra etapa é a da edição dos vídeos, quando se dá a seleção do que realmente interessa para contar a história e são separados os erros de gravação. A edição é feita no laboratório de informática da escola pelos alunos da equipe acompanhados do professor.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Assim, o documentário como resposta ao desparecimento dos grandes referenciais coletivos do bem e do mal, do certo e do errado, da direita e da esquerda, pode se constituir uma investigação problematizada de um mundo fragmentado e sem fronteiras, que ele interroga através de meios mais complexos. A ausência de explicação ou de compreensão não é mais vista como uma deficiência. É a singularidade dos indivíduos com quem podemos nos identificar que nos seduz e sensibiliza. O documentário não tem uma essência realista. Ele se constituiu a partir dessa crença, que é na verdade uma convenção produzida por práticas e discursos. Câmera na mão, longos planos-sequências, ausência de narração over, sujeitos que não se enquadram em tipificações, são elementos que marcam essa produção. Alunos realizadores, aprendizes e co-autores na elaboração do vídeo, planejando a produção, o “roteiro”, acompanhando a montagem, divulgando e participando de debates junto à comunidade escolar e assim, se afirmando enquanto sujeitos da experiência. Nesse sentido, o trabalho que professores e alunos desenvolveram, buscando não apenas compreender as questões de natureza técnico-científica, mas a forma como afetam a comunidade, documenta, divulga ciência, é oportuno e coerente.
CONCLUSÕES:
A divulgação científica, ao longo dos séculos, respondeu a motivações e interesses diversos. Um dos objetivos foi cooperar com a escola na transmissão de informações e de conhecimentos práticos acerca do processo científico e de sua lógica, com a finalidade de promover a permanente atualização. A escola não pode prover toda a educação e informação científica necessárias para o cidadão ao longo da vida, entender e participar efetivamente de decisões relacionadas às transformações técnico-econômicas, ou influenciadas pelo conhecimento científico.
Daí a relevância das atividades de divulgação científica, que tanto podem servir como instrumentos para maior consciência social, como para transmitir uma visão exagerada das possibilidades da Ciência, ou seja, podem tanto estar fundadas no paradigma da Ciência Moderna, como no paradigma emergente.
As novas tecnologias de informação e comunicação podem desempenhar um significativo papel no debate crítico entre a Ciência e a Sociedade. A articulação entre escola, divulgação científica e tecnologias de informação e comunicação pode configurar estratégias cuja intenção seja edificar mais espaços de discussão sobre resultados científicos efetivamente relevantes para a realidade brasileira.
A tecnologia na educação é sem dúvida um caminho à excelência em qualidade educacional. A demanda da sociedade atual e a flexibilidade característica das tecnologias impulsionaram seu crescimento nos ambientes.
Palavras-chave: Documentário, Cibercultura, Cibercultura.