65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 1. Biologia e Fisiologia dos Microorganismo
Avaliação de produção de bacteriocinas e tolerância à salinidade de rizobactérias in vitro
Ana Karolina Leite Pais - Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais – UNEB
Fernanda Campos Alencar - Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais – UNEB
Maria Isabella de Souza Feitosa - Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais – UNEB
Caio César Silva Lopes - Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais – UNEB
Cristiane Domingos da Paz - Profa. Dra. Orientadora - Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais – UNEB
INTRODUÇÃO:
As bactérias em habitats naturais colonizam as plantas no interior e no exterior de órgãos vegetais e podem ter efeito benéfico, neutro e até deletério ao crescimento das plantas (MARIANO et al., 2004). Contudo, estudos vêm demonstrando os mecanismos utilizados por bactérias para melhor emprego dos isolados para cada interação planta - bactéria. As BPCPs estimulam diretamente a fixação de nitrogênio (HAN et al., 2005), podem ser capazes de solubilizar nutrientes(RODRÍGUEZ; FRAGA, 1999), produzir hormônios de crescimento e antibióticos (DONATE¬ CORREA et al., 2004);, e atuam indiretamente através da indução de resistência de plantas (RENWICK et al., 1991). Entre os mecanismos de ação, destaca-se a produção de bacteriocinas, que são compostos produzidos por bactérias e capazes de inibir a produção de outras bactérias taxonomicamente afins (JACOB et al., 1953). Além disso, as bactérias apresentam grande variação na tolerância à salinidade, que a capacitam a uma maior resistência ao estresse salino no ambiente em que atuam. A busca de bactérias com múltiplos mecanismos de ação como a produção de bacteriocinas e tolerância à salinidade são características desejáveis para uma estirpe tornar-se mais competitiva no controle de fitopatógenos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo do trabalho foi avaliar as diferenças entre as estirpes de bactérias com relação à tolerância a NaCl, e a capacidade das mesmas na produção de bacteriocinas.
MÉTODOS:
O experimento foi conduzido no laboratório de Fitopatologia do DTCS, UNEB, Campus III. As bactérias utilizadas no experimento foram obtidas da rizosfera de áreas com plantio de cucurbitáceas da UNEB, DTCS, Campus III, Juazeiro – BA. As amostras foram coletadas aleatoriamente em ziguezague, totalizando 10 amostras.área-1 .Essas subamostras foram misturadas, diluídas em 50 mL de água destilada. Alíquotas de 0,1 ml foram plaqueadas em meio de cultura NYDA(Extrato de levedura-Ágar- Dextrose), para posterior caracterização morfológica. Foram selecionados 16 isolados bacterianos (Uneb 04, 41, 14, 20 40, 49, 28, 33, 24, 54, 63, 35, 11, 12, 03, 26) que mostraram diferenças na morfologia de suas colônias. O experimento foi dividido em duas etapas:
1º BIOENSAIO Os isolados foram avaliados em diferentes concentrações de NaCl (10, 20, 30, 40 e 50g L-1 ), com três repetições de cada concentração. O delineamento foi inteiramente casualizado com seis tratamentos incluindo a testemunha (sem adição do sal). O NaCl foi acrescido ao meio de cultura NYDA solidificado, onde os isolados bacterianos foram repicados.
2º BIOENSAIO Foi utilizado o método de sobrecamada (ROMERO, 2001), com quatro repetições. Neste trabalho as bactérias testadas como indicadoras são as mesmas do experimento supracitado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
No 1º BIOENSAIO não houve alteração no crescimento das bactérias nas concentrações de 10 a 30gL-1 de NaCl, e nas concentrações de 40 e 50g L-1 , houve redução do crescimento dos isolados, resultando em 87,5 e 35,7 de sobrevivência respectivamente. Segundo Luderitz et al. (1982), citados por Nobrega et al. (2004), bactérias gram - negativas apresentam como componente principal da parede celular um complexo de lipopolissacarídeos, muito importante para o controle parcial de entrada e saída de algumas substâncias da célula para o meio, ou vice-versa. Os isolados testados são todos gram - positivos, comprovando assim que o complexo de lipopolissacarídeos ausentes nestas bactérias não influenciou a sua resistência em ambientes salinos.
No 2º BIOENSAIO, algumas bactérias apresentaram halo, comprovando a produção de substâncias que inibem o desenvolvimento de outros isolados. Para que haja esta produção é necessária uma bactéria indicadora, que seria a isca para a produção do antibiótico. Os isolados Uneb 12, 14, 26, 28, 53 e 54 foram produtores de bacteriocinas. As bactérias produtoras são sensíveis à presença do isolado indicador e produz substâncias denominadas bacteriocinas, que inibem o desenvolvimento da indicadora.
CONCLUSÕES:
Pelos resultados infere-se que não houve alteração no crescimento das bactérias nas concentrações de 10 a 30gL-1 : de NaCl, e nas concentrações de 40 e 50g L-1 , os isolados decresceram, resultando em 87,5 e 35,7 de sobrevivência. A Uneb 26 e 53 no teste de bacteriocinas, apresentaram halo de inibição comprovando o potencial em produzir substâncias protéicas que causam prejuízo ao desenvolvimento de outras bactérias. A Uneb 3 não apresentou potencial em produzir essas substâncias, mas foi indicadora da produção de bacteriocinas pela Uneb 28, que apresentou halo de inibição. É necessário aprofundar-se aos estudos para melhor entendimento dos mecanismos utilizados por esses microrganismos, que têm potencial de beneficiar e/ ou prejudicar o desenvolvimento das plantas, e para as bactérias que apresentam benefícios, também podem ser estudados meios. para controlar ou amenizar os prejuízos causados por microrganismos patogênicos.
Palavras-chave: Rizobactérias, Bacteriocinas, Salinidade.