65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
TROCAS GASOSAS EM PLANTAS DE IPÊ-AMARELO SOB CONDIÇÃO DE ALAGAMENTO
Thaís Soares Pereira - Núcleo de Pesquisa Vegetal Básica e Aplicada, Universidade Federal Rural da Amaz
Maria do Socorro Bezerra de Araújo - Núcleo de Pesquisa Vegetal Básica e Aplicada, Universidade Federal Rural da Amaz
Daniele Viana da Costa - Núcleo de Pesquisa Vegetal Básica e Aplicada, Universidade Federal Rural da Amaz
Emilly dos Santos Pereira - Núcleo de Pesquisa Vegetal Básica e Aplicada, Universidade Federal Rural da Amaz
Talitha Soares Pereira - Núcleo de Pesquisa Vegetal Básica e Aplicada, Universidade Federal Rural da Amaz
Allan Klynger da Silva Lobato - Prof. M.sc./ Orientador- Núcleo de Pesquisa Vegetal Básica e Aplicada, Universid
INTRODUÇÃO:
O ipê-amarelo é uma espécie muito utilizada na recuperação de áreas desmatadas, principalmente em áreas degradadas pela exploração petrolífera na Amazônia. Entretanto, vários problemas têm ocorrido na sua utilização, principalmente morte de espécimes no período chuvoso, devido a compactação dos solos ocasionando a inundação dos mesmos. O estresse causado pela saturação hídrica do solo elimina os espaços anteriormente ocupados pelo ar, limitando as trocas gasosas com a atmosfera. Em poucas horas as raízes e microrganismos consomem o O2 dissolvido na água. Contudo pouco ou quase nada se sabe sobre seu comportamento sob alagamento.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho é avaliar as trocas gasosas de ipê-amarelo sob duas condições hídricas, controle e alagamento.
MÉTODOS:
O experimento foi conduzido em casa de vegetação da Universidade Federal Rural da Amazônia (01º27’S e 48º26’W), usando como material vegetal plantas jovens de Ipê-amarelo (Tabebuia serratifolia (Vahl) Nicholson) com 7 meses de idade, no qual foram colocadas em vasos com capacidade de 30 L contendo o substrato citado anteriormente, sendo as plantas aclimatadas nas condições descritas pelo período de 20 dias. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado com 2 condições hídricas (controle e alagamento), tendo 15 replicatas e totalizando 30 unidades experimentais, com cada unidade tendo 1 planta por vaso. Após o período de aclimatação, iniciaram-se os tratamentos, com o tratamento controle mantido sob irrigação durante todo o período experimental, enquanto que o tratamento alagamento foi submetido por 9 dias, sendo avaliadas as plantas no 9° dia após a aplicação dos tratamentos. Foram mensurados a condutância estomática, transpiração e potencial hídrico. Os resultados foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5%. Além disso, foi calculado o desvio-padrão das médias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Em relação ao ψf, ocorreram diferenças significativas entre os tratamentos, sendo que as plantas controle e sob alagamento apresentaram -0,2 e -2,3 MPa, respectivamente. As plantas controle e alagamento apresentaram as taxas de transpiração de 1,80 e 0,02 mol.m2.s-1, respectivamente, ocorrendo variação significativa entre os tratamentos, sendo as plantas sob alagamento tendo um decréscimo de 89 % em relação às plantas controle A condutância estomática variou significativamente entre os tratamentos, sendo que nas plantas controle e sob alagamento foram obtidos os valores de 0,38 e 0,02 mol.m2.s-1, respectivamente. O potencial hídrico nas plantas sobre alagamento diminui devido à falta de energia para os processos fisiológicos e também, uma diminuição na absorção de íons responsáveis pelo desenvolvimento das raízes, reduzindo a quantidade de pêlos absorventes. A diminuição da transpiração pode esta relacionada com a resposta da planta ao alagamento, que consiste no fechamento estomático que pode ser total ou parcial, uma das causas da diminuição da transpiração pode ser atribuída à diminuição do suprimento de água pelo decréscimo da condutividade hidráulica das raízes ou pela morte de raízes, causando queda no potencial hídrico das folhas.
CONCLUSÕES:
O estudo sugere que o alagamento acarreta em uma interferência negativa nas três variáveis mensuradas, pois todos os resultados indicam diferença significativa entre os tratamentos. Portanto, plantas jovens de ipê-amarelo não são recomendadas para ambientes alagados ou que permaneçam sob alagamento temporário.
Palavras-chave: Alagamento, Condutância Estomática, Potencial Hídrico.