65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 4. Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca - 3. Recursos Pesqueiros de Águas Interiores
PERFIL SOCIECONÔMICO DOS MANEJADORES DE PIRARUCU (Arapaima gigas) DO SETOR MAIANA, NO MUNICÍPIO DE FONTE BOA - AMAZONAS
Reinaldo Marinho da Conceição - Acadêmico do Curso de Tecnologia em Produção Pesqueira - UEA
Maewe Xavier da Cruz - Acadêmica do Curso de Tecnologia em Produção Pesqueira - UEA
Francisca Gomes de Souza - Acadêmica do Curso de Tecnologia em Produção Pesqueira - UEA
Raimundo Marcos de Souza Amorim - Prof. Mestre/Coordenador do Curso de Tecnologia em Produção Pesqueira – UEA
INTRODUÇÃO:
Atualmente o Arapaima gigas, conhecido como pirarucu, se encontra em regime de proteção devido a sobreexploração dos estoques naturais que se encontra em pleno declínio, sendo a sua captura regulamentada pela Instrução Normativa Federal n° 34, Art. 2°, de 18 de junho de 2004, que proibi anualmente a captura, a comercialização e o transporte do pirarucu, nos Estados do Amazonas, Pará, Acre e Amapá, no período de 1° de dezembro a 31 de maio. Entretanto, no Estado do Amazonas, a pesca do pirarucu é considerada legal desde que autorizada pelo IBAMA e pelo IPAAM somente em áreas manejadas. O Município de Fonte Boa possui em torno de 150 comunidades, nas quais se desenvolve o manejo desde o ano de 2004, essas comunidades se distribuem em setores, agrupando-se em comunidades que estão dispostas na mesma calha do rio, ou que estejam dispostas de forma que facilitem seu agrupamento. O Setor Maiana, que está localizado no Município de Fonte Boa, dentro da RDS Mamirauá, é uma das áreas onde a pesca do pirarucu é realizada de forma manejada, gerando renda apenas no período da seca entre os meses de setembro e outubro de cada ano. Diante disso a importância de se conhecer o perfil socioeconômico dos pescadores manejadores do Setor Maiana e as possíveis mudanças advindas com a implementação da atividade de manejo naquele Setor, vem da necessidade de contribuir para o entendimento da realidade, buscando caracterizar o desenvolvimento sustentável da região.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho é caracterizar o perfil socioeconômico dos pescadores manejadores do setor Maiana, buscando identificar de que forma o manejo tem contribuído com o desenvolvimento sustentável da região.
MÉTODOS:
Para o levantamento de dados foram realizadas visitas a 5 comunidades que fazem parte do Setor Maiana, os quais foram obtidos por meio de um questionário que, sujeito ao consentimento voluntário, foi aplicado a uma amostra de 18 manejadores, a fim de conhecer a realidade local, foram ainda realizados levantamentos no Instituto de Desenvolvimento Sustentável de Fonte Boa (IDSFB) e Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (IDAM) para captação do maior número de informações possíveis.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A partir dos dados levantados foi possível identificar as principais características dos manejadores do setor Maiana. Os dados de escolaridade indicam que dos 18 pescadores, apenas 3 não possuem o ensino fundamental completo, o que demonstra que a um nível de instrução significativa entre os manejadores do setor, e muitos ainda continuam na escola. Quanto ao sexo, idade e local de origem, os dados indicam apenas duas mulheres entre os 18 manejadores amostrados, a idade varia de 17 a 49 anos, quanto à naturalidade todos são naturais do Amazonas. No que diz respeito a moradia, 82% declarou morar em casa própria, ao passo que 18% declarou morar em casas de parentes. As casas são feitas de 100% de madeira. A renda dos pescadores fora do período de manejo fica numa média de um salário mínimo, já no período de manejo essa renda fica em torno de dois salários mínimos, sendo que alguns chegam a ganhar até quatro salários mínimos, o que destaca a pesca na participação econômica dos comunitários, devido a liberação de lagos manejados e a pesca do pirarucu, onde Fonte Boa é o principal fornecedor da espécie, devido aos planos de manejo da região. No que se refere aos bens adquiridos com o dinheiro do manejo, dos 18 manejadores em estudo, 2 compraram móveis, 4 compraram imóveis, 10 compraram móveis e apenas 2 declararam não ter conseguido comprar nenhum bem material.
CONCLUSÕES:
Os manejadores do setor Maiana, evidenciam o retrato de comunidades tradicionais que no qual valoriza tradições e tem o meio ambiente como obra de suma importância para seu desenvolvimento econômico e bem estar social, sendo que o bem estar social é referenciado devido sua relação harmônica entre homem e meio ambiente, onde o homem como objeto modificador valoriza a natureza visando não apenas a abundância do presente, mas sim visando à diversidade biológica para o futuro. Devido aos planos de manejo dos recursos naturais existentes no m
Município de Fonte Boa, é notável o interesse dos comunitários pela preservação dos recursos naturais e para a conservação de espécies. As comunidades do Município de Fonte Boa, em especial as do Setor Maiana, seguem as normas dos planos de manejo de pesca.
Palavras-chave: Manejadores, Perfil Socioeconômico, Manejo.