65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
Atividade experimental no Ensino de Química: Uma abordagem investigativa e contextualizada.
Aldicéia Luiz de Moura - Depto. de Química - UFRPE
Maria Ângela Vasconcelos de Almeida - Profa. Dra/Orientadora - Departamento de Química - UFRPE
Sidinéia da Mata - Depto. de Química - UFRPE
INTRODUÇÃO:
O uso de experimentação no ensino da química é uma grande aliada como recurso pedagógico para auxiliam no processo ensino aprendizagem, facilitando uma melhor compreensão para os conceitos abstratos na área das ciências exatas. É importante salientar que, apesar do desenvolvimento das pesquisas em Didática das Ciências geralmente as atividades experimentais ainda permanecem sendo como receita, enquanto as pesquisas apontam para a importância dos alunos vivenciarem atividades de natureza investigativa. Nessa perspectiva é importante o uso do contexto, para facilitar e instigar a aprendizagem por meio de um processo de investigação.A importância da contextualização é salientada por Zuliani (2006) que aponta a investigação a partir de fatos cotidianos como fator essencial no processo de evolução conceitual dos alunos. Segundo (Pozo 1998) no ensino por investigação, os alunos são colocados em situação de realizar pequenas pesquisas, combinando simultaneamente conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais. Além disso, é importante utilizar contextos próximos a realidade dos alunos, a exemplo do experimento de determinação do teor de etanol na gasolina, com ênfase no conteúdo separação de misturas com substâncias polar e apolar, de forma a garantir uma melhor aprendizagem química.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Instigar se os alunos do Ensino Médio de uma escola pública sabem utilizar os conhecimentos de química supostamente trabalhados para resolver o problema de identificar o teor de álcool contido em amostras de gasolina.
MÉTODOS:
O presente trabalho foi fruto de uma atividade experimental (determinação do teor de álcool na gasolina), desenvolvida pela bolsista do PIBID em Química da UFRPE. O campo de pesquisa foi a Escola Lions Parnamirim, escola pública da rede estadual e os sujeitos foram 35 alunos do 3° ano do período da manhã do Ensino Médio. Esta atividade foi realizada durante uma aula geminada contemplando 100 minutos. A metodologia foi dividida em três etapas: Na primeira iniciou-se com uma discussão referente à reportagem “PROCON e ANP vão fiscalizar postos de combustível em Pernambuco”,
numa perspectiva de fazer um elo com temas atuais. Para a discussão foram levantadas várias questões importantes, tais como: o que significa ANP E PROCON ? Na segunda etapa foi sugerida uma atividade experimental,com o objetivo de separar o álcool da gasolina, para tanto foi dividida em grupos de cinco e cada grupo recebeu um kit contendo água, álcool, proveta, béquer e termômetro. Os grupos foram desafiados a encontrar o teor de álcool na gasolina, baseado nos seus conhecimentos. No terceiro momento foi à apresentação das estratégias utilizadas pelos grupos, demonstrando como conseguiram determinar o teor de álcool na gasolina.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Podemos perceber que os alunos demonstraram interesse, entusiasmo e dinamismo pelo texto abordado, mas no que tange a parte experimental investigativa, no qual se fazia necessários que os alunos colocassem em prática seus conhecimentos químicos para aplicá-los dentro do contexto abordado, percebemos que nem todos os alunos tinham domínio do conteúdo necessário para realizar o experimento, que exigi o conhecimento de separação de misturas e substâncias polar e apolar. Os grupos 1 e 2 não conseguiram encontrar o teor alcoólico da gasolina, e em relação ao grupo 1 podemos assumir que os alunos estavam disperso. No entanto os grupos 3,4 e 5 conseguiram realizar o experimento. No grupo 5 um aluno, embora trabalhando em um posto de gasolina, não sabia realizar o experimento. Contudo, esses grupos conseguiram identificar o teor de álcool na gasolina, mas não souberam explicar quimicamente o fenômeno.
CONCLUSÕES:
A atividade de ensino por investigação motivou a maioria dos alunos, mas podemos registrar que o obstáculo para obtenção da resposta satisfatória foi grande para os grupos 1 e 2, talvez justificando a dispersão dos membros do grupo 1. Em relação aos demais grupos, 3,4 e 5, embora tenham chegado à resposta do problema não sabemos se foi utilizando conhecimentos químicos, pois eles não conseguiram argumentar quando questionados ou se simplesmente por tentativa e erro chegaram à resposta correta. Podemos também refletir que ao propor um desafio para os alunos é preciso saber se eles já têm condições de chegar a construção da resposta, isto é, já conhecem os conceitos científicos necessários. Portanto, enquanto alunas bolsistas do PIBID precisamos aprofundar nossos conhecimentos sobre o modelo de ensino por investigação, visto que muitas questões acima ficaram sem respostas.
Palavras-chave: Etanol em gasolina, Aprendizagem, Investigação experimental.